‘Nem sabia dessa greve’, diz acreana que foi procurar atendimento no INSS; paralisação dura três semanas


Categoria exige reestruturação de carreira, melhores condições de trabalho, investimento em tecnologia, dentre outras reivindicações. Movimento começou no dia 16 de julho na capital acreana. INSS em Rio Branco está em greve desde julho; serviços ocorrem apenas pela internet ou por agendamento prévio
José Rodinei/Rede Amazônica
Após mais de três semanas em greve, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Rio Branco mantêm o movimento, que começou no dia 16 de julho, por tempo indeterminado. A informação foi confirmada ao g1 por José Margarido, Técnico do Seguro Social e filiado do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Acre (Sindsep-AC).
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De acordo com Margarido, haverá uma reunião na próxima sexta-feira (9) entre o Comando Nacional de greve e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. “Estaremos fazendo mobilização em frente a Agência do INSS do Centro de Rio Branco, na sexta-feira, a partir das 8h”, afirma ele.
A greve já perdura 22 dias. O técnico afirma ainda que os servidores buscam que a principal reivindicação seja atendida.
“Estamos correndo atrás da principal pauta de reivindicação, que é o reconhecimento das nossas atividades como essenciais e exclusivas do Estado, o que valoriza sobremaneira a nossa categoria, pois evita que os nossos serviços sejam terceirizados”, explica Margarido.
Agendamentos
A dona de casa Gesilândia Pereira não sabia da greve, mas também conseguiu atendimento porque o agendamento já havia sido marcado.
“Para falar a verdade, eu nem sabia dessa greve. Estava agendado mais ou menos um mês e meio. Eu vim atrás de um benefício BPC Loas [Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social], porque estou com um problema muito sério de saúde. Aí eu vim atrás”, afirma.
Miramar Araújo é moradora do km 52 da Rodovia BR-364, próximo do município de Sena Madureira, no interior do Acre, e passou a noite na casa de parentes em Rio Branco para conseguir chegar cedo na agência do INSS. Ela conta que já havia agendado o atendimento antes da paralisação.
“Eu sou portadora de fibromialgia, eu vim buscar apresentadora. Fiz uma perícia médica hoje. A gente sabe da greve, mas aí a gente não sabe se eles vão atender, não vão atender”, comenta ela.
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Os atendimentos agendados anteriormente seguem normalmente. Os trabalhadores do interior do estado não entraram no movimento, por enquanto.
⚠️ Sem o agendamento feito antes da greve, alguns serviços podem ser comprometidos, como: análise e concessão de benefícios, aposentadoria, pensões, salário maternidade, auxílio reclusão, Benefício de Prestação Continuada (BPC), reabilitação profissional, acerto de cadastro, atendimentos presenciais (exceto perícia médica) e análise dos recursos e revisões.
O órgão orientou que a população, que tenha algum agendamento ou não, entre em contato pelos canais remotos do INSS pelo aplicativo ‘Meu INSS’ ou pelo telefone 135.
Dentre as exigências da categoria estão:
Nível superior para ingresso no cargo de Técnico do Seguro Social
Reestruturação de carreira
Melhores condições de trabalho
Investimento em tecnologia
Tabela remuneratória de acordo a NT13 (com adicional de qualificação)
Abertura das mesas setoriais com prazo improrrogável (defesa do teletrabalho, novas regras para o bônus e pontuação).
Outras.
No dia 25 de julho, o Superior Tribunal de Justiça concedeu decisão temporária que determina comparecimento de 85% dos servidores e estabeleceu uma multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão. A categoria busca derrubar a decisão eliminada.
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O movimento nacional exige reestruturação de carreira, melhores condições de trabalho e investimento em tecnologia.
“Estamos trabalhando no limite. As metas para o teletrabalho tem um adicional de 30%, o atendimento presencial na agência está prejudicado pois os condicionadores de ar não estão funcionado porque os fios foram furtados da instalação. Com isso a perícia médica só está atendendo os 30% mínimos, ou seja, estão em greve”, lamentou um servidor que está em greve, que pediu para não ser identificado.
*Colaborou o repórter Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre.
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