Justiça manda soltar jogador de futebol e mais 2 suspeitos de estupro coletivo; eles têm que usar tornozeleira eletrônica por 90 dias


Lucas Duarte Almeida, João Vitor Alves Freitas e Bernardo Cordeiro Haddad estavam presos no presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. Além da ‘monitoração eletrônica’, eles têm que cumprir outras cinco medidas cautelares ordenadas pela Justiça. O jogador de futebol Lucas Duarte Almeida
Reprodução
A Justiça mandou soltar, nesta quinta-feira (8), o jogador de futebol Lucas Duarte Almeida, de 20 anos, João Vitor Alves Freitas e Bernardo Cordeiro Haddad, ambos de 19, suspeitos de agredir e promover estupro coletivo contra uma adolescente, de 16, em Belo Horizonte. Eles estavam presos no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.
De acordo com o advogado dos três rapazes, Tiago Lenoir, os investigados saíram da penitenciária na manhã desta sexta-feira (9).
Lucas estava preso desde o dia 26 de julho, quando se apresentou à polícia, por ter um mandado de prisão em aberto e estava foragido. Já João Vitor e Bernardo, desde 25 de julho.
A decisão
Na decisão, o juiz Paulo Cézar Mourão Almeida ordenou que os três suspeitos usem tornozeleira eletrônica, por 90 dias, uma das seis medidas cautelares. Veja todas a seguir:
“Desse modo, revogo a prisão preventiva dos acusados, em razão da ausência dos fundamentos para sua decretação. No entanto, visando a proteção da vítima, aplico aos investigados medidas cautelares diversas da prisão, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Penal, a saber:
a) Comparecimento mensal em juízo para informar e justificar as atividades;
b) Imediata comunicação de mudança de endereço e/ou de telefone;
c) Manterem-se a uma distância de pelo menos 200 (duzentos) metros da vítima, bem como das testemunhas da acusação;
d) Proibição de manter contato com a vítima, bem como das testemunhas da acusação, por qualquer meio de comunicação (internet, redes sociais, telefone, carta, etc), inclusive por interposta pessoa;
e) Proibição de ausentar-se desta Comarca, sem prévia autorização do juízo;
f) Monitoração eletrônica pelo prazo de 90 (noventa) dias.”
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Apresentação à polícia
Jogador Lucas Duarte se apresentou à polícia nesta sexta-feira (26).
Carlos Eduardo Alvim/TV Globo
De capuz, máscara e boné, o jogador Lucas compareceu à Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (Depca), no bairro Carlos Prates, Região Noroeste de BH.
Lucas passou cerca de duas horas prestando depoimento e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML). De lá, foi encaminhado para o presídio, na Grande BH.
O atleta, João Vitor e Bernardo são suspeitos de ter agredido e estuprado a adolescente. Em abril deste ano, a mãe dela procurou a delegacia e relatou que a filha tinha chegado em casa muito machucada.
A vítima disse à polícia que conhecia os suspeitos e foi com os três até a casa de um deles. Ela foi para o quarto com o jogador de futebol, com quem ficava, e começou a ter relação sexual consentida com ele, mas, durante o ato, os outros dois suspeitos entraram, sem autorização dela. (veja as conclusões da investigação abaixo)
Conhecido como Lucão, ele jogava na categoria de base do Esporte Clube Taubaté, em Taubaté, no interior de São Paulo.
Em entrevista à TV Globo, a defesa de Lucas disse que ele se apresentou à polícia porque “tem uma vida ilibada” e “não tem nada a temer”.
Argumentou, também, que as relações com a vítima foram consensuais e que demais informações somente serão repassadas à Polícia Civil, para não prejudicar as investigações.
À época, em nota, o Esporte Clube Taubaté lamentou o caso e se colocou à disposição para qualquer esclarecimento. Disse que o atleta foi contratado, mas nunca chegou a atuar com a camisa do clube. Ainda segundo o time, o contrato dele chegou ao fim e não foi renovado. Por fim, repudiou a atitude e falou que não compactua com esse tipo de postura.
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Incentivava as agressões e filmou o estupro
De acordo com a Polícia Civil, as investigações concluíram que Lucas chamou os outros dois jovens e ainda os incentivou a agredi-la.
“No decorrer dessas relações, ela foi muito agredida, principalmente o que começou [o ato] incentivava os outros dois a agredi-la. Ele, inclusive, mostrava como ela deveria ser agredida. O corpo dela ficou totalmente marcado, porque foram desferidos diversos socos, principalmente na costela, no abdome e nas costas”, explicou a delegada Letícia Muller.
Segundo ela, o estupro ainda foi filmado pelo jogador de futebol, e as imagens foram compartilhadas com os outros dois suspeitos.
Ameaças
Após os crimes, a vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), onde foram constatadas as lesões. Depois que a família dela foi à polícia, os suspeitos a ameaçaram, dizendo que iriam divulgar as imagens nas redes sociais caso ela não retirasse a denúncia.
Os dois suspeitos de 19 anos foram presos preventivamente nesta quinta-feira (25), nos bairros Coqueiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte, e Palmares, na Região Nordeste. Eles disseram à polícia que foram convidados pelo amigo, de 20, a entrar no quarto e ter relações com a vítima.
“Eles relataram que ela foi primeiro para o quarto com aquele com quem ela já tinha relacionamento. Em certo momento esse menino mandou mensagem falando: ‘Vêm vocês dois também’. Eles perguntaram: ‘Mas ela falou que pode?’ E ele mandou mensagem falando que sim”, disse a delegada.
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