França denuncia ‘forma de imperialismo’ de Trump sobre Groenlândia

O ministro Jean-Noel Barrot discursa na conferência anual de embaixadores franceses em 6 de janeiro de 2025 em ParisLudovic Marin

Ludovic Marin

A França denunciou, nesta quarta-feira (8), uma “forma de imperialismo”, após os comentários do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Groenlândia e o Canal do Panamá.

“Hoje vemos a ascensão de blocos, podemos ver isso como uma forma de imperialismo que se materializa nas declarações que vimos do Sr. Trump sobre a anexação de um território inteiro”, disse a porta-voz do governo francês, Sophie Primas.

Na terça-feira, Trump voltou a defender o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia por “razões de segurança econômica”, sem se recusar a descartar uma ação militar para assumi-los, apesar da rejeição categórica de seus planos por parte do Panamá e da Dinamarca.

“A Groenlândia pertence aos groenlandeses”, reiterou na terça-feira a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, por ocasião da chegada do filho do presidente eleito, Donald Trump Jr., à Groenlândia para uma visita privada como ‘turista’.

A Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, é “um território [ultramarino] da União Europeia. Está fora de lugar para a UE permitir que outras nações do mundo, sejam elas quais forem, ataquem suas fronteiras soberanas”, disse o chanceler francês, Jean-Noël Barrot, na quarta-feira.

A Dinamarca faz parte da UE, mas a Groenlândia é considerada um “território ultramarino” do bloco europeu depois que os cidadãos da ilha decidiram, em um referendo de 1982, deixar a então Comunidade Econômica Europeia.

Barrot descartou uma invasão dos EUA ao território rico em recursos, mas fez um alerta: “Temos que acordar, temos que nos fortalecer, em um mundo governado pela lei do mais forte”.

Seu colega panamenho, Javier Martínez-Acha, também reiterou no dia anterior que a soberania sobre o Canal do Panamá, que os Estados Unidos entregaram ao país centro-americano em 31 de dezembro de 1999, “não é negociável”.

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