Libertação de reféns, saída de Gaza e reconstrução: o que está previsto após o cessar-fogo entre Israel e Hamas


Primeira fase começa neste domingo (19). Previsão é que hostilidades entre os dois lados sejam suspensas às 3h30 (horário de Brasília) e libertação de reféns comece por volta das 11h. Fases seguintes preveem que forças israelenses deixem Gaza. Premiê israelense, Benjamin Netanyahu, faz pronunciamento na véspera do cessar-fogo e diz que o país tem direito de retomar a guerra.
Os primeiros passos do acordo firmado entre o governo de Israel e o grupo terrorista Hamas para pôr fim ao conflito, que já dura 15 meses, devem acontecer na madrugada deste domingo (19).
Trata-se de um cessar-fogo que, horas depois, deve ser seguido da libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos.
O acordo foi dividido em três etapas que envolvem cessar-fogo, liberação de reféns, fim das hostilidades, saída das tropas israelenses de Gaza, e reconstrução do território palestino. Mas há dúvidas sobre se ele chegará até o final – no sábado (18), véspera do início do cessar fogo, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que poderia retomar os ataques.
Veja, abaixo, o que prevê o acordo.
🔵 1ª etapa: cessar-fogo e liberação de reféns
Neste domingo (19):
O cessar-fogo começa às 8h30 no horário local (3h30 no de Brasília).
A partir das 16h no horário local (11h de Brasília), o Hamas entrega reféns israelenses – são três mulheres vivas, que não tiveram a identidade revelada. O local não foi informado, mas Israel preparou locais para recebê-los em três cidades ao longo da fronteira com Gaza: Erez, Re’im e Kerem Shalom.
Na sequência, Israel entregará 95 prisioneiros palestinos. A lista não inclui nenhuma liderança do Hamas ou de outros grupos terroristas. Muitos são mulheres, crianças e outras pessoas que foram detidas recentemente e não foram julgadas.
Ao longo da primeira semana
No domingo (25), o Hamas entrega mais 5 mulheres israelenses vivas.
No mesmo dia, Israel, em troca, entrega até 250 palestinos (entre 30 a 50 para cada refém).
Os moradores do norte de Gaza poderão retornar a seus locais de origem, mas sem portar armas;
Tropas israelenses se retirarão do corredor Netzarim, a via principal de Gaza;
A travessia de Rafah, entre o Egito e Gaza, voltará gradualmente a operar, permitindo a passagem de pessoas doentes para tratamento fora do enclave;
Será permitido o aumento da entrada de ajuda humanitária a Gaza. A expectativa é que 600 caminhões possam entrar por dia, o triplo do máximo atingido durante o conflito.
Nas semanas seguintes
Ocorrem liberações periódicas pelos dois lados, até um total de 33 reféns israelenses — vivos ou mortos — e quase 2 mil palestinos (1.167 detidos em Gaza desde o início da guerra e 737 remanescentes detidos antes de 8 de outubro de 2023).
Libertação de reféns em Gaza
Editoria de Arte/g1
🔵 2ª etapa: liberação de mais reféns, fim das hostilidades e saída de Gaza
A expectativa é que os demais reféns israelenses vivos — em geral, soldados e civis jovens do sexo masculino —, e os corpos dos que morreram sejam devolvidos. Segundo o jornal israelense Haaretz, são 98 pessoas, 36 delas, mortas.
Em troca, Israel deve sair completamente da Faixa de Gaza, permanecendo ao longo da fronteira para proteger as cidades e vilarejos fronteiriços de Israel.
🔵 3ª etapa: reconstrução de Gaza e devolução de corpos
Negociações sobre a reconstrução de Gaza, que poderia levar anos. Há, porém, um debate sobre quem governaria a região: Israel não aceita que seja o Hamas, que hoje controla o enclave (leia mais abaixo).
Devolução de todos os demais corpos de reféns.
E quem ficará no poder?
Quem administrará Gaza após a guerra é uma incógnita. Parece que essa questão foi deixada de fora da proposta atual devido à sua complexidade e à probabilidade de atrasar um acordo limitado.
A comunidade internacional insiste que Gaza deve ser administrada pelos palestinos, mas esforços para encontrar alternativas entre líderes da sociedade civil ou clãs locais têm sido amplamente infrutíferos.
No entanto, houve discussões entre Israel, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos sobre uma administração provisória para governar Gaza até que uma autoridade palestina reformada possa assumir o controle.
Bookmark the permalink.