Lula lamenta morte de Léo Batista, “ícone do jornalismo brasileiro”


Jornalista, apresentador e locutor, Léo Batista estava internado desde 6 de janeiro e tinha sido diagnosticado com um câncer no pâncreas. Léo Batista
TV GLOBO / Cristiana Isidoro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou, neste domingo (19), a morte do apresentador Léo Batista. Um dos maiores nomes da história do jornalismo esportivo, Batista morreu aos 92 anos.
O locutor estava internado desde 6 de janeiro no Hospital Rios D’Or, na Freguesia, Zona Oeste do Rio. Segundo boletim médico, ele deu entrada com um quadro de desidratação e dor abdominal e, após exames, foi diagnosticado com um câncer no pâncreas, que o levou à morte.
“Nos despedimos hoje de Léo Batista, ícone do jornalismo brasileiro, a voz marcante da televisão brasileira, aos 92 anos. O seu talento para a narração foi descoberto cedo, nas rádios do interior de São Paulo, quando ainda era adolescente. Por mais de sete décadas, Léo Batista cativou a atenção dos brasileiros em históricas narrações esportivas em Copas do Mundo, Olimpíadas e na Fórmula 1. Entre tantos programas, merece especial menção o inesquecível quadro em que anunciava os resultados da loteria esportiva aos domingos no Fantástico, da TV Globo, ao lado da zebrinha. Um profissional dedicado e muito querido que trabalhou até os últimos dias de vida. O Brasil sentirá a falta do grande profissional e seu talento. Meus sentimentos aos familiares, amigos e admiradores do grande Léo Batista., escreveu Lula.
Em mais de 70 anos de carreira, Léo Batista deu voz a notícias como a morte de Getúlio Vargas e participou de quase todos os telejornais da TV Globo, onde trabalhou por 55 anos – até pouco antes de ser internado.
Léo Batista, nascido João Baptista Belinaso Neto em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, começou a carreira nos anos 1940. Incentivado por um primo, participou e foi aprovado em um concurso para locutor do serviço de alto-falante de Cordeirópolis. “Serviços de alto-falantes América, transmitindo da Praça João Pessoa!”, dizia.
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Desde 1970 na TV Globo
Em 1955, Léo Batista trocou o rádio pela televisão, sendo contratado pela TV Rio. Lá, organizou e participou do Jornal Pirelli e de outros programas. Em 1968, deixou a TV Rio e passou pela TV Excelsior antes de começar na Globo, em 1970.
O início da emissora onde trabalhou por mais de 50 anos foi durante a Copa do Mundo em que o Brasil conquistou o tricampeonato mundial.
Primeiro, narrou às pressas o jogo entre Peru e Bulgária após um problema técnico com a equipe que faria a transmissão direto do México, sede da competição.
Pouco depois, foi chamado para substituir Cid Moreira – morto em outubro – em uma edição extraordinária do Jornal Nacional.
Seu desempenho no JN garantiu sua contratação definitiva pela Globo, onde apresentou as edições de sábado do jornal por muitos anos.
“Cid Moreira e Hilton Gomes, o saudoso Papinha, eram os locutores do Jornal Nacional. Em determinada tarde, quem estava de plantão era o Cid. Como as coisas pareciam tranquilas, ele pediu para ser dispensado. Mal saiu, ocorreu o sequestro do presidente Pedro Eugenio Aramburu, da Argentina, além de um terremoto assustador, o maior da história da Nicarágua, que destruiu Manágua”, contou ao Memória Globo.
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