De selvagem a companheiro fiel: como os lobos se tornaram melhores amigos dos seres humanos?

Cachorros e humanos compartilham uma relação especial há milhares de anos. Atualmente, a maioria dos cães é criada como animal de estimação, oferecendo companhia e se tornando o melhor amigo do homem.

No passado, porém, os cães desempenhavam papéis fundamentais, ajudando os humanos na caça e na proteção. Em troca, recebiam alimento, carinho e proteção.

Veja como o lobo se tornou o melhor amigo do homem – Foto: Freepik/ND

Como o lobo se tornou o melhor amigo do homem?

John Bradshaw, biólogo e autor de várias pesquisas e artigos científicos e que estudou por mais de 25 anos o comportamento de cães domésticos, apresentou um novo olhar sobre como os cachorros são compreendidos.

Em seu livro “CãoSenso”, o biólogo exemplificou de forma didática como ocorreu o processo de transição do lobo, até se tornar o melhor amigo do homem.

Primeira fase

Para relatar de forma simples e de fácil compreensão, Bradshaw explica que o processo foi dividido em três partes. A primeira fase foi a seleção inicial pela mansidão (lobos mais mansos), a partir de lobos que já estavam pré-adaptados a se aproximar dos homens.

Os lobos foram aceitando a presença humana aos poucos – Foto: Freepik/ND

Segundo o blog Petlove, acredita-se que esse processo deve ter sido essencialmente passivo, com os lobos aceitando lentamente a interação com o homem.

Eles se separam dos seus primos selvagens, se tornando o que Bradshaw chama de “protocães”, um estágio antes dos cachorros modernos que conhecemos atualmente.

Segunda fase

Na próxima fase, o fator de seleção foi a escolha feita pelo homem para favorecer funções específicas, tentando isolar um tipo de cachorro do outro.

No entanto, pela dificuldade de definir funções específicas aos “protocães”, esse provavelmente não foi o fator que definiu quais cães teriam descendentes e quais não, já que a seleção de funções específicas ocorreu de forma isolada.

Alguns cruzamentos eram realmente feitos pelo homem, mas muitos cruzamentos ocorriam de forma acidental, dificultando para os criadores conseguirem cães com atributos únicos.

Terceira fase

Na última e mais recente fase da transição, em contraste com a segunda, observou-se um aumento na seleção feita pelo homem.

Os cães começaram a ser acasalados com outros muito semelhantes, em uma tentativa de criar raças “ideais”, sendo que a maioria delas é valorizada por sua aparência e não por sua funcionalidade.

Após todos esses processos, o cachorro se tornou o melhor amigo do homem – Foto: Divulgação/Freepik/ND

Com o processo de aproximação do lobo selvagem de comunidades humanas, até a criação de raças consideradas ideais, o cão acabou se tornando o melhor amigo do homem.

Porém, este cão moderno acabou se tornando uma espécie distinta do lobo, com características físicas semelhantes, mas uma enorme diferença comportamental.