Eleição na Câmara: veja o que pensa Pastor Henrique Vieira

Eleição na Câmara: veja o que pensa Pastor Henrique VieiraMontagem (Agência Câmara)

A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados é neste sábado (01), e tem Hugo Motta (Republicanos-PB) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) como principais concorrentes.

O iG convidou os dois para responderem sobre suas pretensões em relação ao cargo. Motta não quis conceder entrevista.

Confira abaixo a conversa com Vieira.

iG: O PSOL tradicionalmente lança um candidato à Presidência da Câmara. Por que o senhor foi escolhido?

Deputado: O PSOL lança essa candidatura para defender a democracia, para pautar que nenhuma anistia para golpistas é possível e para denunciar a lógica do orçamento secreto que permanece na câmara. Foi uma decisão da bancada do pessoal ter uma candidatura própria, eu fui escolhido unanimemente, qualquer deputado ou deputada do pessoal poderia ocupar essa função. Eu fui escolhido muito em função da minha atuação na CPMI do 8 de janeiro como uma voz contra a extrema direita, contra o fascismo, que denunciou toda a trama golpista, então acho que por essa razão fui escolhido pela bancada do meu partido e me sinto honrado por isso.

iG: O favorito hoje é o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) , que conta com o apoio de bolsonaristas e do PT. Por que o partido do presidente Lula decidiu apoiar um candidato do Centrão em vez do PSOL, que tem sido um aliado do governo e, inclusive, ocupa um ministério?

Deputado: Sobre a posição do PT, na verdade, é o PT que tem que dizer, não posso falar em nome de um outro partido, posso dizer que, respeito à tática do PT, sei que o cálculo da governabilidade não é fácil, mas ao mesmo tempo o pessoal cumpre uma função muito importante no embate à extrema-direita, no contraponto ao centrão, inclusive defendendo o governo Lula. Tudo o que eu estou defendendo, inclusive, ajuda o governo, porque a lógica atual das emendas é um sequestro do orçamento do poder executivo e o enfrentamento à extrema-direita é a defesa da democracia e consequentemente a defesa do próprio governo Lula. Então o pessoal, de forma muito responsável, apresenta essa candidatura e, na nossa opinião, se inclusive contribui com o governo no enfrentamento à extrema-direita.

iG: A votação ocorre no início de fevereiro. Como conquistar votos para surpreender e ser eleito presidente da Câmara?

Deputado: Em termos de campanha, o que eu tenho feito é ligar para deputados apresentando o nosso programa.

iG: Como o senhor avalia a gestão de Arthur Lira (PP-AL), que deixará a Presidência? O que precisa mudar na Câmara, na sua opinião? Há algum legado de Lira que o senhor considera positivo?

Deputado: Avalio a gestão do Arthur Lira como péssima. Ele vai criando uma espécie de semi-presidencialismo ou parlamentarismo informal. Ele faz uma gestão muito autoritária, muito truculenta, zero democrática, sem previsibilidade nas pautas, fazendo lobby das elites e chantageando o governo Lula. Ele, na verdade, tem uma plataforma política que é muito mais associada ao bolsonarismo. Por exemplo, sou crítico, contundente à gestão do Arthur Lira.

iG: O PSOL possui nomes de grande visibilidade, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Érika Hilton (PSOL-SP). Isso mais ajuda ou atrapalha sua candidatura? Por quê?

Deputado: O PSOL possui nomes de visibilidade, como Guilherme Boulos, Erika e outros. Isso ajuda a minha candidatura, porque são pessoas que têm compromisso com o povo, com a democracia, com uma trajetória política, da qual me orgulho bastante. Tenho alegria de estar ao lado deles.

iG: Mesmo ocupando um ministério, o PSOL não tem votado 100% com o governo Lula. Quais problemas o senhor enxerga no governo federal atualmente?

Deputado: O PSOL ocupa de fato um ministério e é base de. Sustentação do governo lula tem convicção disso o governo lula precisa dar certo se o governo lula não dá certo e lula não é reeleito quem retoma o poder é extrema direita com a sua política antidemocrática e antipolvo agora o pessoal tem liberdade para discordar do governo votar contrariamente sempre de maneira construtiva querendo ajudar o partir da nossa compreensão entendemos que é difícil governar mas precisamos de mais pautas populares de enfrentamento às elites financeiras e de enfrentamento a extrema direita bem caso eu seja eleito presidente da casa vou buscar governar a casa com o espírito democrático compromisso com o nosso povo mas isso não mudaria em nada a tendência que o pessoal tem de apoiar.

iG: A eleição para a Presidência da Câmara é fundamental, pois o eleito comandará a Casa durante o período eleitoral de 2026. Caso o senhor vença, há possibilidade de o PSOL não apoiar a reeleição de Lula e lançar um candidato próprio, tendo a estrutura legislativa em mãos?

Deputado: Na sua reeleição, em 2026, ele é o nome ainda que guarda as melhores condições para derrotar o fascismo e a extrema direita no Brasil.

Bookmark the permalink.