Estudante do interior de SP selecionada para intercâmbio viaja à Nova Zelândia: ‘Processo desafiador’


Kamilly Eduarda Antunes, de Itapetininga (SP), foi selecionada para participar do projeto ‘Prontos pro Mundo’, oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). Ao g1, ela conta como foi o processo de preparação, totalmente custeado pelo governo. Kamilly fará um intercâmbio na Nova Zelândia
Arquivo pessoal
O amadurecimento pessoal é considerado um dos grandes passos na vida de uma pessoa. Ele pode ocorrer de diversas formas, em diferentes etapas e com intensidades variadas, dependendo de cada indivíduo. No caso de uma estudante de Itapetininga (SP), esse amadurecimento chegou cedo, por meio de uma viagem para o outro lado do mundo, sem ninguém para acompanhá-la.
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Com apenas 15 anos, Kamilly Eduarda Antunes foi selecionada para o projeto de intercâmbio “Prontos pro Mundo”, oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). Participando da primeira edição, a estudante chegou à Nova Zelândia na sexta-feira (31), onde estudará por três meses.
“Meu primeiro contato com o projeto aconteceu quando me matriculei na minha atual escola. A pessoa que me ajudou na matrícula disse que meu nome estava em uma lista de um curso online. Naquele momento, ninguém sabia exatamente como o projeto funcionaria, já que era a primeira edição”, explica.
Por conta disso, a família de Kamilly começou a buscar informações sobre o funcionamento do projeto e, cerca de um mês depois, a estudante iniciou um curso online de inglês oferecido por uma escola de idiomas da região. O “intensivão” era obrigatório, já que a jovem passaria meses em um país onde não se comunicavam em sua língua nativa.
“Em 2024, completei o curso e recebi meu certificado em dezembro. No começo, meu conhecimento de inglês era basicamente baseado nas músicas, filmes e livros que consumia. Durante o curso, vivi ótimas memórias. Os professores eram todos muito atenciosos e simpáticos, o que facilitava bastante o aprendizado”, destaca.
Kamilly e o pai no aeroporto
Arquivo pessoal
A estudante relembra que, quando recebeu a notícia de que foi selecionada para ganhar a bolsa de intercâmbio, não conseguia entender o que estava acontecendo. Tempos depois, ela ainda se diz perplexa por estar vivendo um de seus maiores sonhos de vida.
“Eu estava no meio de uma aula quando recebi a notícia da gestão da escola. Lembro de vê-los entrar na sala, comemorando e batendo palmas, e, de repente, todos os olhares estavam voltados para mim. Foi uma situação engraçada, porque eu simplesmente não conseguia acreditar no que estavam me dizendo”, lembra.
Segundo Kamilly, seu interesse pela língua inglesa sempre foi muito aflorado. Mesmo com a vontade de estudar e aprender um idioma novo, ela jamais imaginou que teria uma oportunidade de conhecer e viver o inglês em uma prática à risca.
“A partir daquele momento, tudo mudou para mim e para minha família. Foi um processo desafiador, afinal, viajar para o outro lado do mundo não é nada simples. Tudo deve ser cuidadosamente planejado. Precisamos nos preparar tanto fisicamente quanto psicologicamente”, pontua.
Agora, a estudante morará na cidade de Masterton, cerca de 11,5 mil quilômetros distante de sua cidade natal. Durante os três meses de estadia na cidade, ela pretende se reinventar por completo e entender o mundo de uma nova forma.
“Se tivesse a chance de viver tudo novamente, não hesitaria. O intercâmbio é uma experiência excepcional, e a sensação de viajar para um lugar distante por conta própria é uma das melhores que já vivi. Meu maior desejo agora é me reinventar por completo. Quero sentir, ver, aprender e conversar ao máximo enquanto estiver aqui. Espero entender melhor o mundo e a mim mesma durante essa jornada”, finaliza.
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‘Prontos pro Mundo’
Organizado pela Seduc-SP, o projeto reúne estudantes de alto rendimento e oferece, anualmente, 1 mil bolsas de intercâmbio. Entre os países participantes, estão a Nova Zelândia, Canadá, Austrália e Reino Unido.
Para participar do processo seletivo, não é necessário fazer inscrição, mas deve-se cumprir uma série de requisitos. Entre eles, ter idade mínima de 14 anos e ter participado da edição anterior do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). Confira a lista completa:
Como participar
Estar matriculado em uma escola da rede estadual;
Ter participado da última edição do Saresp e obter rendimento satisfatório;
Ter frequência escolar igual ou superior a 90%;
Obter média igual ou maior a 7 em todas as disciplinas escolares.
Etapa eliminatória
Estar matriculado no 1° ano do Ensino Médio na rede estadual;
Ter frequência escolar igual ou superior a 90%;
Idade máxima de 18 anos;
Autorização formal dos responsáveis;
Obter média igual ou maior a 7 em todas as disciplinas escolares e no curso de inglês, oferecido pela Seduc.
Etapa classificatória
Média entre a nota do Saresp e o curso de inglês.
Segundo a coordenadora do projeto, Simone Telles, é distribuída apenas uma vaga por município. Para ela, a oportunidade representa a chance de desenvolver capacidades intelectuais e pessoais que não poderiam ser possíveis na localidade atual.
“Quando mandamos um aluno para fora do Brasil, é pensar muito mais que o aluno irá aprender uma química diferente, uma matemática diferente. A ideia é que possamos mostrar que o aluno poderá desenvolver capacidades que, aqui, ele não teria condições. Autonomia, resiliência, fazer tarefas sem a ajuda da família, além da inovação e do empreendedorismo”, finaliza.
*Colaborou sob supervisão de Carla Monteiro
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