Fuga da Papuda: o que se sabe sobre preso de alta periculosidade que sumiu no DF após serrar grades do banheiro


Desaparecimento completa um mês nesta segunda-feira (3). Argemiro Antônio da Silva tem 62 anos e já foi condenado por diversos crimes. Preso fugiu do Complexo Penitenciário da Papuda na madrugada desta sexta-feira (3).
Seape/Divulgação
A fuga de Argemiro Antônio da Silva do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, completa um mês nesta segunda-feira (3). O preso de 62 anos estava ala de idosos do Centro de Internamento e Reeducação (CIR). Ele não havia sido localizado até a última atualização desta reportagem.
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📢📞 Quem tiver informações sobre o paradeiro do fugitivo, deve entrar em contato pelos telefones da Polícia Penal, no (61) 99666-6000, da Polícia Militar do Distrito Federal, pelo 190, e da Polícia Civil, pelo 197.
Veja o que se sabe sobre o caso:
Quem é o foragido?
Pelo que ele foi condenado?
Como foi a fuga?
Como estão as investigações?
Quem é o foragido?
Agência que foi roubada em 2014 pelo grupo criminoso de Argemiro.
TV Anhanguera/Reprodução
Em 2014, Argemiro Antônio da Silva participou, junto com o filho, Argemiro Antônio da Silva Filho, de um roubo à uma agência bancária na cidade de Itapirapuã, em Goiás (veja foto acima). Os dois e mais três homens foram presos e Argemiro foi levado para um presídio em Goiás.
À época, de acordo com o delegado da Polícia Civil de Goiás (PCGO) Alex Vasconcelos, responsável pela investigação, o grupo fez 12 assaltos a bancos em seis meses em Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Paraná.
Em 2018, segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), Argemiro Antônio da Silva comandou – de dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia – dois outros roubos a bancos em Goiás com diferença de poucos dias:
em 4 de março de 2018, Argemiro Antônio da Silva participou de um furto milionário a um banco de Crixás, em Goiás, segundo o Ministério Público do Estado (MP-GO). Na ocasião, ele e outras dez pessoas teriam furtado R$ 1,3 milhão do banco;
em 24 de março de 2018, Argemiro Antônio participou de outro roubo no banco na cidade de Carmo do Rio Verde. Segundo a Polícia Civil de Goiás, cinco pessoas foram presas e Argemiro foi indiciado por crimes de associação criminosa, latrocínio e posse ilegal de arma.
As informações foram encontradas pelo g1 GO na denúncia feita pelo Ministério Público contra os acusados do furto. O documento ainda diz que, de acordo com as polícias Civil e Militar de Goiás e Mato Grosso, Argemiro e outros sete acusados promoveram e integraram uma organização criminosa destinada à prática de roubos e furtos à bancos nos dois estados.
Pelo que ele foi condenado?
O foragido já teve condenação por crimes de roubo, associação criminosa, extorsão mediante sequestro, uso de armamento de uso restrito e resistência à prisão.
Como foi a fuga?
O Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde ocorreu a fuga, é um bloco destinado a custodiados vulneráveis e dividido em alas específicas: de ex-policiais e de idosos, de acordo com a Seape. A ala destinada a idosos, com capacidade para 177 custodiados, comporta atualmente 304, ou seja, está superlotada.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape/DF), quatro barras de ferro da grade do banheiro foram serradas. No corredor do bloco foi achado um cobertor com cordas, além de pegadas na porta e o arame farpado do estacionamento cortado.
Os policiais penais perceberam a fuga por volta das 7h de sexta-feira, após “conferência de rotina”. A equipe fez buscas no complexo e solicitou a perícia da Polícia Civil do Distrito Federal no local.
A presidente da Comissão de Prerrogativas do Sistema Penitenciário do DF pela Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), Mariana Dias, alerta que é preciso reforçar a segurança dos presídios da capital.
“É necessário ressaltar que a unidade do CIR já foi alvo de outras fugas. Então, isso revela a necessidade do nosso sistema de segurança pública olhar para o nosso sistema penitenciário e fazer os investimentos necessários. Também é preciso repensar sobre a política de reeducação, de reinserção desses presos na sociedade, para que eles não retornem ao sistema penitenciário e cometam faltas”, afirma.
Como estão as investigações?
Em nota, a Seape diz que as buscas por Argemiro continuam em andamento e que a Polícia Penal “está realizando diligências para sua recaptura e reforça a importância da colaboração da sociedade na localização e prisão do condenado.”
A pasta informa ainda que concluiu, junto com o poder judiciário, as tratativas para solicitar a inclusão do nome de Argemirona lista de difusão vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
O g1 procurou pelo foragido nas notificações internacionais nesta segunda-feira (3), mas não foi possível localizá-lo.
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