Manifestação marca aniversário da retirada de moradores por risco de rompimento de barragem, em Barão de Cocais


Em 8 de fevereiro de 2019, uma sirene da Vale anunciou o risco de rompimento da barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco, da Vale. Mais de 400 famílias foram retiradas da Vila do Gongo, Socorro, Piteiras e Tabuleiro. Uma manifestação religiosa marcou os seis anos de quatro comunidades na zona rural de Barã
Uma manifestação religiosa marcou, neste sábado (8), os seis anos da retirada forçada de mais de 400 pessoas que viviam nas comunidades de Socorro, Vila do Gongo, Tabuleiro e Piteiras, na zona rural de Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais. Cerca de 50 pessoas que viviam na região participaram do evento.
Os antigos moradores não têm permissão para entrar e permanecer nas áreas evacuadas, então a cerimônia foi conduzida pelo diácono José Apolinário, em uma estrada com vista para a histórica Igreja Mãe Augusta do Socorro, do início no século 17. A construção é considerada a mais antiga representação do estilo rococó de Minas Gerais, e a mais antiga de Barão de Cocais.
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Élida Couto
As evacuações das comunidades aconteceram por causa do risco de rompimento da barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco, da Vale. Os moradores foram retirados às pressas, na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, por determinação da Agência Nacional de Mineração (ANM) e, mesmo sem o rompimento da barragem, nunca mais puderam voltar.
O ex-morador da Vila do Gongo, Nicólson Pedro de Resende, estava na manifestação.
“Seis anos depois, queremos marcar a data em que acordamos com a sirene, era 1 hora da manhã, e tivemos que subir morro acima, morrendo de medo. Nunca mais voltamos para casa.”, disse ele.
Igreja Nossa Senhora Mãe Augusta do Socorro, de 1737, ao centro da comunidade do Socorro, em Barão de Cocais-MG. Fotografia de dezembro de 2024, quase seis anos após a saída dos moradores
Maíra Cabral/TV Globo
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