Com QI de 122, adolescente consegue se matricular em curso superior após concluir ensino médio aos 16 anos: ‘Mérito próprio’, diz mãe


Helena Pereira Silva foi aprovada em 7º lugar no curso de agronegócio em faculdade de São José Rio Preto (SP), no ano passado. Pedido para matrícula foi negado na Justiça, mas adolescente conseguiu aceleração de estudos. Helena Pereira Silva, de 16 anos, foi aprovada no vestibular em Rio Preto (SP)
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Aos 16 anos e com Quociente de Inteligência (QI) avaliado em 122, a adolescente superdotada que foi aprovada em 7º lugar no curso de agronegócio do vestibular da Faculdade de Tecnologia (Fatec) conseguiu se matricular no curso em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.
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Helena Pereira Silva é superdotada e foi aprovada no curso superior aos 16 anos em Rio Preto (SP)
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Helena Pereira Silva foi diagnosticada com superdotação e faz acompanhamento com a psicanalista e psicopedagoga Thaís Emília de Campos dos Santos desde 2016 devido às altas habilidades em determinadas áreas e desenvolvimento acima da média.
A pontuação de QI é o nível de inteligência que lhe foi atribuído, de acordo com o resultado que obteve neste teste. Na Escala Weschler, a média é de 100. No caso de Helena, o valor de 122 representa uma inteligência muito acima da média.
Para receber o laudo de superdotação, Helena foi submetida a testes de inteligência, anamnese e observação clínica, e mostrou desempenho acadêmico superior.
Helena Pereira Silva passou no vestibular para o curso de agronegócio da Fatec em Rio Preto (SP)
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Após a aprovação dela no vestibular, no dia 15 de julho do ano passado, a família de Helena ingressou com um pedido na Justiça para efetuar a matrícula no curso tecnólogo, com a justificativa de que ela poderia ficar desmotivada e angustiada caso tivesse que permanecer cursando o ensino médio, já que, por meio da prova, ela comprovou que domina o conteúdo.
Ao g1, a mãe da adolescente, Tatiane Pereira de Jesus, de 40 anos, revelou que o pedido foi negado após o juiz considerar que Helena precisava do diploma. A jovem estudava na Escola Técnica Estadual (Etec) Philadelpho Gouvêa Netto.
Helena Pereira Silva foi aprovada no curso superior aos 16 anos em Rio Preto (SP)
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Segundo a mãe, observando o desenvolvimento da adolescente, a Etec autorizou que Helena passasse por provas de aceleração de estudos e, consequentemente, a conclusão do ensino médio e técnico antes do prazo.
Helena foi aprovada nos testes, que foram analisados pela equipe da Etec. Com a confirmação, foi concedido o diploma do ensino médio e o certificado de conclusão para a jovem na quinta-feira (6).
“As provas e testes deram a Helena o que era dela por mérito próprio. Sempre passamos por isso, desde os sete anos, quando uma equipe de professores pediu para dar remédios para ela porque ela se cansava do conteúdo em sala”, reforça a mãe.
Helena Pereira Silva e a mãe, Tatiane Pereira de Jesus
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Agora, dentro das regras estabelecidas pelo Ministério da Educação (MEC), as quais determinam que os jovens tenham o diploma para cursar uma faculdade, Helena conseguiu ingressar no curso superior, aos 16 anos.
Assim que recebeu a notícia, a mãe confirma que ficou aliviada, uma vez que a filha começou a ser aprovada nos vestibulares aos 13 anos. Ela lembra que percebeu a superdotação quando a menina falou “papai” pela primeira vez aos seis meses.
“Estou com muito orgulho. Ela sempre foi diferenciada, andou muito cedo, falou cedo, escreveu cedo, aprendeu a ler com quatro anos, escreveu um livro aos sete, estamos felizes demais. É a primeira neta a passar em uma faculdade”, confirma a mãe.
Helena começou o primeiro dia de aula na faculdade aos 16 anos em Rio Preto (SP)
Helena Pereira Silva/Arquivo pessoal
Por ser apaixonada pelo campo e por animais, Helena escolheu a área do agronegócio. Agora, conforme a jovem, os próprios passos são: mudar de país para novas oportunidades e aprimorar o inglês, língua que aprendeu sozinha.
A adolescente ainda disse que ficou surpresa e feliz ao obter a aprovação no vestibular e que não se sente intimidada pela primeira negativa da Justiça. De acordo com ela, o resultado foi conquistado sem uma rotina de estudos definitiva. As aulas começaram na segunda-feira (10).
“Eu me senti aliviada para falar a verdade, até falei ‘graças a Deus’, mas não imaginava que fosse conseguir. Eu queria, mas ainda estava na dúvida”, reforça a jovem.
Como identificar uma superdotação?
Unesp de Rio Preto oferece projeto específico para pessoas superdotadas
Alfabetização precoce, aprendizado de instrumentos musicais e capacidade para resolver problemas matemáticos mentalmente e em poucos instantes são alguns dos sinais de superdotação, segundo a psicóloga Wanda Borges.
Em entrevista à TV TEM, a profissional explicou que os pais devem ter o cuidado de observar os sinais em casa. Dessa forma, será possível antecipar o diagnóstico, ainda na primeira infância, ou seja, nos primeiros seis anos, assim como recomenda a Associação Mensa Brasil, entidade que representa a Mensa Internacional, principal organização de alto QI do mundo.
“Quanto mais nova é a criança, maior é a condição de fazer com que compreenda o que está ocorrendo. A criança precisa de estímulos e, se não é compreendida, se transforma em alvo de distúrbios de ansiedade, dificuldade de socialização e bullying”, explica a psicóloga.
Psicóloga Wanda Borges explica os sinais da superdotação
Reprodução/TV TEM
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