Florianópolis sobe oito posições e volta a ter a segunda cesta básica mais cara do país

O preço da cesta básica ficou mais alto em 13 capitais brasileiras durante o mês de janeiro. Dentre elas, está Florianópolis, que é vice-líder no levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), atrás apenas de São Paulo (SP). A pesquisa mostra a variação do grupo de alimentos em comparação com o mesmo período e o acumulado do ano anterior.

Cesta básica em Florianópolis é a segunda mais cara do país, aponta Dieese

Cesta básica em Florianópolis é a segunda mais cara do país, aponta Dieese – Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/ND

O estudo considera 17 capitais de diferentes regiões do país. No primeiro mês de 2025, o custo da cesta básica na capital catarinense ficou em R$ 808,75, valor 0,09% menor do que em dezembro de 2024, quando custava R$ 809,46 e era a 10ª mais cara do Brasil.

As elevações mais importantes foram registradas em Salvador (6,22%), Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%), enquanto as maiores quedas foram registradas Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e na capital catarinense (-0,09%).

Veja ranking de preços da cesta básica no Brasil

A comparação de valores da cesta, entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025, mostra que 15 capitais brasileiras tiveram alta no preço. Os destaques foram as cidades do Nordeste: Fortaleza (13,28%), João Pessoa (10,52%), Natal (10,14%), Recife (8,76%) e Aracaju (8,13%).

Na comparação do mesmo período, apenas duas cidades apresentaram taxas negativas no preço da cesta básica: Porto Alegre (-2,59%) e Belo Horizonte (-1%).

Café e tomate foram vilões da cesta básica

O preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas durante o mês de janeiro de 2025. Segundo o Dieese, o aumento refletiu o cenário restrito da oferta mundial e a especulação do grão nas respectivas bolsas de valores.

A elevação variou entre 3,20%, em Campo Grande, e 23%, em Goiânia. No acumulado dos últimos 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram aumento no preço da iguaria, principalmente nas cidades de Goiânia (91,52%), Belo Horizonte (83,20%) e Aracaju (83%).

Preço do café em pó subiu em todas as 17 capitais pesquisadas e contribuiu para elevar o preço da cesta básica, aponta Dieese

Preço do café em pó subiu em todas as 17 capitais pesquisadas e contribuiu para elevar o preço da cesta básica, aponta Dieese – Foto: Beatriz Rohde/ND

O quilo do tomate também registrou aumento em boa parte das capitais onde a cesta básica é pesquisada. O preço do tomate subiu, principalmente, nas cidades de Salvador (50,47%), Belo Horizonte (50,10%), Brasília (47,27%) e Rio de Janeiro (46,76%).

Nos últimos 12 meses, o valor do tomate subiu em cinco capitais: Fortaleza (39,07%), Natal (24,66%) e João Pessoa (20,41%). Em 12 municípios, houve quedas importantes: Porto Alegre (-49,34%) e Florianópolis (-41,17%). Segundo o Dieese, o maior volume de chuvas reduziu a oferta e a qualidade do fruto, o que justifica a elevação de preço.

Preço da batata caiu no último ano, aponta levantamento

Na contramão destes itens, o preço do quilo da batata reuziu em nove das dez cidades do Centro-Sul, onde otubérculo é pesquisado pelo Dieese. Conforme o levantamento, as quedas foram de 46,85%, em Porto Alegre, e 6,83%, em Goiânia.

Em 12 meses, o preço médio baixou em todas as capitais, com destaque para as cidades de Porto Alegre, com redução de 65,11%, e Florianópolis, de 63,14%. “A maior oferta e a alta produtividade das colheitas reduziram os preços para o varejo”, afirma o Dieese.

Preço médio da batata caiu 63,14% em Florianópolis, no acumulado dos últimos 12 meses

Preço médio da batata caiu 63,14% em Florianópolis, no acumulado dos últimos 12 meses – Foto: Freepik/ND

Salário mínimo deveria ser superior a R$ 7 mil, diz Dieese

Com base na cesta básica mais cara, que durante o mês de janeiro foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele, o valor da remuneração em janeiro de 2025 deveria ser R$ 7.156,15, aponta o departamento.

A estimativa é 4,71 vezes maior que o mínimo nacional, de R$ 1.518,00. Segundo o Dieese, as despesas consideradas para o cálculo incluem alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em dezembro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o valor necessário era de R$ 7.067,68. Em janeiro de 2024, deveria ter ficado em R$ 6.723,41 ou 4,76 vezes o valor vigente.

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