Como ver o alinhamento planetário que ocorre no fim de fevereiro?


Quatro dos sete planetas ‘alinhados’ — Saturno, Vênus, Júpiter e Marte — são visíveis a olho nu ao mesmo tempo. Marte, Saturno, Júpiter e Vênus estão visíveis no céu noturno.
GETTY IMAGES via BBC
Nesta semana, sete planetas do Sistema Solar estão visíveis em um mesmo arco no céu noturno – algo que é conhecido como “alinhamento dos planetas”.
O fenômeno, na verdade, não se trata de um alinhamento de fato.
Todos os planetas do Sistema Solar — incluindo a Terra — têm órbitas próximas a um mesmo plano, chamado de plano da eclíptica.
Isso faz com que, da Terra, os outros planetas sempre sejam visíveis na mesma faixa do céu.
A diferença quando ocorre o que é conhecido como “alinhamento”, como nesta semana, é que os planetas ficam visíveis ao mesmo tempo, parecendo estar alinhados. Astrônomos também chamam a situação de “desfile planetário”.
“É só uma questão de perspectiva. Se você olhar de outro ponto de vista, os planetas não vão parecer alinhados”, afirma a astrofísica Eliade Lima, professora da Unipampa e coordenadora do Clube de Astronomia de Uruguaiana.
Nesta última semana de fevereiro, o desfile estará visível no Brasil algumas horas após o pôr do sol — cerca de 1h30.
Quatro dos planetas — Saturno, Vênus, Júpiter e Marte — são visíveis a olho nu. É preciso um telescópio para ver Urano, Netuno e Mercúrio.
No entanto, é preciso lembrar que com o telescópio não é possível ver todos os planetas juntos: a ferramenta só consegue apontar para pequenas porções do céu, ou seja, só é possível ver um planeta por vez.
Planetas não ficam de fato em uma linha reta.
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Como ver o alinhamento dos planetas?
No Brasil, os planetas serão visíveis ao mesmo tempo no céu noturno cerca de 1h30 após o pôr-do-sol.
Para diferenciar um planeta de uma estrela, basta observar se o ponto de luz está cintilando: a luz das estrelas parece “piscar” levemente, enquanto a refletida pelos planetas é constante.
As condições ideias para observação são um céu claro, sem nuvens; um horizonte sem obstruções (como prédios) e ausência de poluição luminosa.
No entanto, mesmo em cidades grande como São Paulo, onde há bastante luzes da cidade ofuscando a visão das estrelas, é possível ver parte dos planetas.
Vênus tem uma luz branca e é o planeta mais brilhante – o objeto mais brilhante no céu noturno depois da lua.
Marte (que tem um brilho mais avermelhado) e Saturno também costumam ser visíveis mesmo em locais com muita poluição luminosa.
Não espere que os planetas formem uma linha exata.
“Eles nem sempre estão em linha, eles fazem uma ‘dança’ dentro de uma faixa do céu. O que é bacana é conseguir vê-los ao mesmo tempo”, afirma Lima.
Enquanto Saturno provavelmente será mais visível mais alto no céu, Vênus e Júpiter aparecem mais perto do horizonte – portanto são mais difíceis de observar em locais onde há prédios obstruindo o horizonte.
Há dois aplicativos muito úteis que podem ajudar a localizar os planetas, indica Lima: o Stellarium e o Skymap, ambos disponíveis no Android e no iPhone.
O raro ‘desfile’ de planetas que poderá ser visto no céu em 2025
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