Filha de empresário no AM aprovada em medicina na UFRR é suspeita de fraudar cota de baixa renda

Denúncia à UFRR inclui informações sobre viagens que aprovada fez e a festa dela de 15 anos no estádio Arena da Amazônia, em Manaus. Suspeita nega fraude e diz que é responsável pelo próprio sustento. Universidade informou que analisa ‘todos os fatos apresentados por meio da Comissão de Análise Socioeconômica.’ Filha de empresário no AM aprovada em medicina na UFRR é suspeita de fraudar cota de baixa
Uma estudante, de 19 anos, aprovada no curso de medicina na Universidade Federal de Roraima (UFRR), é suspeita de fraudar a cota de baixa renda para conquistar a vaga. A instituição informou nessa terça-feira (24) que abriu apuração interna por meio da Comissão de Análise Socioeconômica. A vaga é para ingresso neste ano de 2025.
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A estudante é filha de um empresário em Manaus e se inscreveu no vestibular 2025 pelo sistema de cota que previa renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo. O resultado do vestibular da UFRR, a maior instituição pública de Roraima, foi publicado no dia 31 de janeiro. A partir daí, surgiu a suspeita contra a aprovada.
Familiares de uma outra candidata à vaga, que não foi aprovada, descobriram que a manauara “aparentemente apresenta um padrão de vida incompatível com a cota inscrita” e registraram denúncia por meio da Ouvidoria da UFRR.
Na denúncia à UFRR, foi citado que o pai da estudante aprovada é dono de ao menos dois restaurantes em Manaus, um deles de alto padrão, além de ter empresas de eventos no Amazonas. Como prova, foram anexados prints de posts sobre viagens internacionais que ela fez com a família para a a Dinsey nos Estados Unidos, e uma festa de luxo em celebração aos 15 anos realizada em 2020 na Arena da Amazônia, estádio que foi palco de jogos da Copa do Mundo de 2014 e de disputas das Olimpíadas de 2016.
Em entrevista à Rede Amazônica, a mulher que registrou denúncia contra a aluna aprovada cobrou a devida apuração do caso na UFRR. Ela também registrou reclamação no Ministério Público Federal de Roraima (MPF-RR).
“Espero que a Justiça seja feita. Que seja feito um levantamento mais minucioso da vida dessa candidata. Essa candidata vive na dependência dos pais. Então, tem meios para chegar e ver o rendimento dos pais e parece-me que a universidade, eu acredito que a universidade deve tomar as providências cabíveis”, disse a mulher, que pediu anonimato à reportagem para não expor a familiar.
Em entrevista à Rede Amazônica, a jovem aprovada disse que não depende da condição financeira dos pais, que atualmente mora sozinha, trabalha em um clínica de estética e é a responsável pelo próprio sustento. “É como se eu tivesse vínculo financeiro, e não é isso. Eu possuo vínculo afetivo”, disse ela, acrescentando que enviou à UFRR todos os documentos que comprovam não ter fraudado nada.
A pró-reitora de Ensino e Graduação da UFRR, Leuda Evangelista, explicou que o procedimento de apuração de fraude em cotas pode resultar em expulsão de alunos, independente de qual período esteja cursando.
“Constatada e averiguada a denúncia, comprovada de que houve uma denúncia em relação a isso, a UFRR faz o desligamento do candidato ou do matriculado em qualquer tempo. Em qualquer tempo quer dizer, ele pode estar estudando há um ano. Se houve uma denúncia e foi averiguada que a denúncia é verdadeira, ele é desligado da instituição”, disse.
Em nota, o MPF-RR informou que “recebeu a denúncia e analisa o caso para adoção de medidas legais, se necessário.”
No vestibular 2025, a UFRR ofertou 68 vagas para medicina, sendo 28 para ampla concorrência e as demais distribuídas no sistema de cotas. O curso foi o mais concorrido, com disputa de 299 candidatos por vaga.
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