Primeiro dia da Série Ouro tem 7 escolas na disputa por vaga na elite; Ponte é ‘hors-concours’

Unidos da Ponte, uma das 3 agremiações afetadas pelo incêndio na fábrica de fantasias, não será julgada. Começa nesta sexta-feira (28) a disputa pela vaga na elite do Sambódromo. A 1ª noite da Série Ouro tem 8 escolas, mas apenas 7 estão concorrendo para subir ao Grupo Especial — a Unidos da Ponte não será julgada.
A Azul e Branca de São João de Meriti foi uma das 3 agremiações afetadas pelo incêndio, no dia 12, na Maximus Confecções. A fábrica de fantasias, entre as mais requisitadas pelas divisões de acesso, virou cinzas, e um aderecista morreu. Ponte, Unidos de Bangu e Império Serrano perderam praticamente tudo.
A LigaRJ decidiu em plenária que essas 3 escolas desfilarão “hors-concours”: não correm risco de cair, mas também não disputam o acesso. Para as outras 13, segue o regulamento: somente a campeã sobe para o Grupo Especial, e as 2 últimas colocadas vão para a Intendente em 2026.
Cada escola terá entre 45 minutos e 55 minutos para apresentar seu carnaval na Marquês de Sapucaí.
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Horários da Série Ouro
Botafogo Samba Clube
Série Ouro:Botafogo Samba Clube estreia na Sapucaí com enredo sobre a origem do Glorioso
A 1ª escola ligada a um time de futebol a pisar na Marquês de Sapucaí não ia falar de outra coisa: o Glorioso.
A única alvinegra do Sambódromo vai contar a história do Botafogo de Futebol e Regatas e vai homenagear seus ídolos, como Nilton Santos.
Cante o samba!
E bota fogo na Avenida, incendeia!
Sangue alvinegro na veia
Sangue alvinegro na veia
Meu sentimento não consigo descrever!
Sou Botafogo até morrer!
Partiu o meu Galeão
Artilheiro, origem da louca paixão
Teu passado conhecer
Estrela Solitária, ilumina meu ser!
Tu és a terra conquistada, sesmaria
Na linda enseada, calmaria
A luz do firmamento, um vencedor
Relembro das lutas e nossas vitórias
A Praia que nos traz tantas memórias
A fibra que acende essa emoção
preta e branca a devoção
Gloriosa luz
Coração pulsou
Tu és a força deste eterno amor!
Lalá, nosso hino virou poesia!
E ser escolhido por ti me arrepia
Um salve ao General
Às nossas tradições
Mitos e superstições
Eu vou pro Niltão com a massa
Pra levantar mais uma taça
Atletas que o mundo aplaudiu, que constelação!
Meu time virou seleção!
E ninguém cala esse nosso amor
É assim que eu canto, é por ti Fogo!

Arranco do Engenho de Dentro
Série Ouro: Arranco do Engenho exalta mães com homenagem à fé e resistência
Em “As mães que alimentam o sagrado”, a escola homenageará as mulheres que lutam diariamente por seus filhos e mantêm uma fé inabalável diante dos desafios.
A agremiação quer destacar a importância das mães que, muitas vezes, conciliam trabalho, cuidados com a família e a luta diária para garantir uma vida digna para seus filhos.
Cante o samba!
Criadora e criação
A sublime perfeição ôô
A luz de Obinrin
Orixá assim é raro
É Iyá que tem o faro
Pra amar depois do fim
A senhora do segredo
Do feitiço e do tempero
Sua força é Gueledé
E na grande encruzilhada
Oceano foi estrada
Sem perder a sua fé
Quero bênção de mainha
Milagrosa benzedeira
Yabassé rege a cozinha
Ganha a rua quituteira
Ijexá, pão da terra é padê
Se o pedido vem do ventre, só a fé vai conceber
Ara! Que teu seio tem fulgor
E semeia de amor pela forma mais perfeita
Rega pelas lágrimas de Deus
Cada um dos filhos teus
A paixão pela colheita
Embala eu mamãe
Teu colo é chão onde eu quero morar
Assim a nova mátria nascerá
Entregue a elas o poder
Rogai por nós!
Santa dos altares e terreiros
Maria, me envolva em teu manto
Ó mãe preta do Arranco!
É samba de Yaô, na curimba de mulher
Quem não pode com mandinga, não carrega meu axé
Tenho sangue de rainha, que o sagrado alimenta
Yalorixá que homem nenhum enfrenta
Inocentes de Belford Roxo
Série Ouro: Inocentes de Belford Roxo aposta na reedição de 2008 e exalta o poder de cura das folhas
A escola aposta na reedição de seu carnaval de 2008 para voltar à elite.
Em “Ewe, a Cura Vem da Floresta”, Belford Roxo destacará o papel fundamental das folhas em rituais e cerimônias, além de homenagear a sabedoria ancestral dos povos indígenas e das Pretas Velhas.
Cante o samba!
Ewe, a cura vem da floresta
Ewe ôô em banto é catendé
Ossain o protetor do poder de curar
Na fé nagô o orixá
Que busca no seio da selva
A seiva para preparar
O sumo o banho a magia
Magia que veio de lá
Da negra mãe não só Ossain
Vem de Angola, Jejê, Nagô
Xangô tentou Oyá trouxe o vento
Mas o fundamento o pai guardou
Folhas da Salvação semente
Encontro Milagroso
Com o poder medicinal
Plantas da nobre terra de tupã
A luz de um novo amanhã é natural
Da reza pra acabar com o quebranto
A Fumaça é o encanto do cachimbo da vovó
A natureza conjugada a ciência
No combate à doença
Remédio que me faz melhor
O meu coração é Inocentes
De Belford-Roxo meu amor eu sou feliz
O corpo são conduz a mente
Eu sigo em frente vou na força da raiz
Unidos da Ponte*
Série Ouro: Unidos da Ponte leva reflexão ambiental para o Carnaval 2025
A agremiação de São João de Meriti perdeu quase todas as suas fantasias no incêndio na Maximus e não será julgada.
Mesmo assim, a Unidos da Ponte segue determinada a emocionar o público na Sapucaí com seu enredo sobre a relação do ser humano com a natureza.
“Antropoceno: Ecos de Abya Yala em Meriti’yba” trará uma mensagem sobre os desafios ambientais e a importância do respeito aos recursos naturais.
Cante o samba!
É tronco de pé, na terra da gente
Cocar inocente em fogo insano
É monstro que destrói o que Tupã criou
Solo que Tupinambá cultivou!
Sagrado a todos nós
O verde enxerga o fim
E a esperança, enfim, já arde em chama
Se clama o mundo ao mesmo Conselho
Respira o planeta por aparelho
É Bicho morrendo queimado (ah, meu Deus)
Ipê tombado à ganância em profusão!
Desmatam a vida, garimpam os sonhos
Maré que deságua em Extinção!
O foco no poder, cegueira de matar
Se planta o poluir, não vai se alimentar
Não ter o que comer é parte do caminho
A flor ainda resiste ao espinho
O índio já não quer lutar sozinho
Derrama veneno
Antropoceno alertar que temos jeito!
Se o defeito é quem não vê a terra viva
Vai à deriva nessa nau inconsequenta
Brasil! De solo abençoado e fecundo!
Espalha essa mensagem para o mundo
Devolva a Terra para o povo original
Que o futuro é ancestral!
Abya Yala em Meritiyba!
Abya Yala em Meriti’yba!
O Meu Azul divinal, origem da fonte
Sou tribo resistir – Unidos da Ponte!
Sou tribo Meriti – Unidos da Ponte!
Estácio de Sá
Série Ouro: Estácio de Sá exalta os povos originários no Carnaval de 2025
O Leão, a pioneira do samba do Brasil, vai exaltar os povos originários em seu carnaval.
A Vermelha e Branca vai imaginar uma viagem do Leão até a Amazônia, onde se torna um dos seres encantados da floresta.
Cante o samba!
Leão! Vai encontrar Suçuarana
À sombra de uma imburana
Ao lado de mil tracajás
Num ritual, arara pula no cipó
Lá na beira do igapó, encantados ancestrais
Por seu legado, mãe da mata de Tupi
Neste solo sagrado, ao pajé foi levado
O rei Guarini
Pelo amor de Deus Tupã
Pelo canto da Yara
Pela flor do tucumã
Essa luta é tão cara
Sucuri, sucuriju e a conta que não fecha
Enquanto houver bambu, tem flecha!
Rastro de boiuna, tronco de Jequitibá
Sumaúma é porta-bandeira a bailar
Coaraci vem clarear
Sete encantos no olhar
Eu sou o dom de resistir, eu sou Estácio
Eu sou o dom!
Essa batalha não é fácil
Verde pra viver, ver de ser humano
Neste coração Estaciano
Eu vou! Eu vou!
Lá vou eu na batucada
No calor da marujada
Garantir e caprichar
Ê, ê, meu boi
O Leão foi engerado
Desce o Morro de São Carlos
Pra voltar ao seu lugar
União de Maricá
Série Ouro: União de Maricá homenageia entidade de matriz africana no Carnaval 2025
A agremiação da Região dos Lagos vai homenagear Seu 7 da Lira, entidade das religiões de matriz africana.
Com o enredo “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, a agremiação aposta na religiosidade e na cultura afro-brasileira para emocionar o público e conquistar seu espaço na disputa.
Cante o samba!
Ê, mano meu! Pode chegar no terreiro
Firma ponta no cruzeiro
Guarda a porta da tronqueira
Seu Tiriri junto com Seu Marabô
A encruza convocou, desce logo uma abrideira
Ah Vovó! É Cambinda que vem me ajudar
Do Oricó, a rainha da noite, Audara
Jureminha revira caboclo na gira
Mãe Cacilda festeja Seu Sete da Lira
Meu dotô, não usa jaleco nem gandola
Tira plantão no buteco, usa capa e cartola
Contra demanda no caminho da candura
Pra dor que não tem remédio, é saracura!
Vem chegando a madrugada amor
É formada a corrente
De todo lugar chega gente
Na cantiga do aquicó
Exu é Flamengo, eu também sou
A falange incorporou para não me deixar só
No palco do Chacrinha tem fumaça
Catiço cuspindo cachaça
Se recordar é viver
Eu hoje sonhei com você
O ôme baixou pra dizer
Maricá chegou pra vencer
Quando o samba ecoa, folião da canjira
Rei das quatro coroas, é Seu Sete da Lira
Saravá sua banda no meu congá
Seu povo de rua chegou, é o povo de Maricá!
Em Cima da Hora
Série Ouro: Em Cima da Hora se prepara para emocionar com ‘Ópera dos Terreiros’
A escola aposta na fusão do canto lírico com o samba para exaltar a cultura afro-brasileira e emocionar.
É a “Ópera dos Terreiros – o canto do encanto da alma brasileira”.
Cante o samba!
Tambor quando toca é voz de orixá
É feitiço de Ilá, ô ô
Tambor quando toca é voz de orixá
Se a pele arrepiar, incorporou
A mensagem de Exu na Bahia (ê Bahia)
Na travessia do brado de nosso axé
Encruza das ondas e alforrias
Ergueu a luta do meu candomblé
Maré que me leva, encontro das almas
A dor que se acalma, o grito aflito
É verso escrito entre Ayê e Orum
É choro incontido ao toque do rum
Maré que me leva, encontro das almas
No couro, nas palmas, no chão do terreiro
O som brasileiro na pele e na cor
O afro erudito em Bantu e Nagô
Sou eu, a mistura da fé africana
A paixão que venceu a demanda
Onde o povo retinto uniu
Eis o meu nome assentado em terras de paz
Onde reinam os meus orixás
Eu me chamo Ilê Brasil
Quando ronca som do couro
A mandinga do chão de crioulo
Se faz cantoria de axé
E a rua se torna um só carnaval
Nossa ópera é ritual
Pra louvar o seu candomblé
Alabê chamou, e eu não vou embora
A magia do preto, Em Cima da Hora
Segura o corpo que eu quero ver
Quando a força do cangerê
For poder de romper aurora
União da Ilha do Governador
Série Ouro: confira os enredos de Império da Tijuca, Estácio de Sá e União da Ilha
A Tricolor Insulana vai contar a história de Marietta Baderna, bailarina italiana que aportou no Rio de Janeiro no século 19.
Com sua dança ousada e inovadora, ela conquistou o público, mas também escandalizou a elite da época. Seu nome acabou virando sinônimo de bagunça e deu origem à palavra baderna, ainda usada até hoje no português brasileiro.
Cante o samba!
Você, descrito estandarte
Um grito à arte
Codinome da revolução
No mar, espelho d’água em maravilha
Encantada, és Maria, aclamada pela multidão
Baila viva liberdade pelas ruas
Mesmo quando as lutas não são suas
Resistência é sua missão
Mas a febre recolheu a alegria
Oh Meu Deus, que covardia
A casa cheia e a rua vazia
A gente da ralé sem aglomeração
Enquanto a nobreza se esbaldava no salão
Mas olha aqui senhor não vai ficar assim
É todo mundo inimigo do fim
É, a luz não apaga, se o Rio não paga, partiu Pernambuco!
Inebriado no Lundu, o talento arrebatou
E a Veneza do Brasil dançou
De volta pro meu Rio de Janeiro
O sucesso intriga é traiçoeiro
Perseguida entristeceu o coração
Mas o povo que lhe deu a mão
Invadiu a cena, te fez eterna
A massa toda gritou e te reverenciou
Pra tudo virar ba-der-na!
Hoje o Sol nasceu mais cedo pra te ver
Maria do Povo, o povo é você!
E ao final, o Samba te coroou
Na União da Ilha do Governador

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