Empresária vira ré por provocar a morte de influenciadora que fez procedimento para aumentar o bumbum


Grazielly da Silva Barbosa aplicou PMMA em Aline Maria Ferreira da Silva recebeu. Mulher se passava por biomédica e clínica não tinha alvará sanitário. Empresária se torna ré por morte de influenciadora que em quem aplicou PMMA
A empresária Grazielly da Silva Barbosa virou ré por provocar a morte de uma influenciadora de 33 anos. Aline Maria Ferreira da Silva fez fez um procedimento para aumentar o bumbum, na clínica Ame-se, em Goiânia, e morreu nove dias depois.
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Durante o procedimento realizado em 23 de junho de 2024, Grazielly aplicou PMMA nos glúteos da influenciadora. Aline começou a ter febre e foi internada num hospital de Brasília, onde morreu no dia 2 de julho.
🔎 PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância plástica com diversas utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos, mas a a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o PMMA de risco máximo e, por isso, só ele deve ser administrado por profissionais médicos treinados.
Em nota, a defesa da empresária disse que irá demonstrar a inocência de Grazielly. O advogado Welder de Assis Miranda informou ainda que a cliente está em prisão domiciliar.
Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, e a modelo Aline Maria Ferreira, em Goiás
Reprodução/Redes Sociais
A denúncia feita pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) foi aceita pela Justiça na quinta-feira (27). No documento que tornou a empresária ré, o juiz Jesseir Coelho de Alcantara também retirou a restrição que fazia com que o processo tramitasse em segredo de justiça.
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O MP-GO denunciou Grazielle por homicídio com dolo eventual (quando se assume o risco de matar, mesmo sem intenção). O órgão considerou que o PMMA foi aplicado “em ambiente e condições impróprias, sem a qualificação técnica necessária e sem observar minimamente os deveres legais de cuidados inerentes ao procedimento”.
Grazielle se apresentava como biomédica, mas não tinha formação na área, relatou o MP-GO. A clínica em que o procedimento foi realizado não tinha responsável técnico e nem mesmo alvará sanitário para funcionar, de acordo com a denúncia. A clínica foi fechada um dia após a morte da influenciadora.
De acordo com relatos ouvidos do marido e da amiga de Aline, que a acompanharam durante o procedimento, a influenciadora recebeu 30ml de PMMA em cada glúteo. A aplicação durou menos de 20 minutos, informou o MP.
“Na sequência, a denunciada, sem luvas, massageou a região da aplicação para espalhar o produto e aplicou curativos”, diz a denúncia.
Ao sentir dor e febre, Aline ligou para a empresária no dia seguinte, relatou o MP. Grazielle orientou que a influenciadora tomasse alguns medicamentos e “a persuadiu a não procurar atendimento médico”, diz ainda o documento.
No dia 27, quatro dias após o procedimento, Aline procurou um hospital em Brasília, onde morava, e foi internada, informou o MP.
A denúncia afirma ainda que Grazielle chegou a ir ao hospital e a aplicar um anticoagulante na influenciadora, “dizendo que era para evitar trombose”.
No mesmo dia, Aline foi transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em outro hospital. Ela morreu cinco dias após a visita da empresária.
De acordo com laudo cadavérico relatado na denúncia, a morte de Aline foi causada por falência múltipla de órgãos causada por choque séptico “com origem no tecido subcutâneo dos glúteos”.
Clínica Ame-se, localizada em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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