Com suor e lágrimas, primeira noite de desfiles em Florianópolis emociona arquibancadas lotadas

Em uma noite de céu limpo e tempo abafado, cinco escolas de samba encantaram as arquibancadas lotadas da Passarela Nego Quirido, na sexta-feira (28), na primeira rodada de desfiles em Florianópolis.

Primeira noite de desfiles em Florianópolis

Cinco escolas de samba deram um espetáculo cheio de energia na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis – Foto: Divulgação/Mafalda Press/ND

Nação Guarani, Dascuia, Acadêmicos do Sul da Ilha, Coloninha e Copa Lord agitaram a avenida das 21h10 de sexta-feira às 3h40 da madrugada de sábado (1º).

O calor não impediu a plateia de dançar junto com as escolas, enquanto os sambas-enredo ressoavam em coro pela Nego Quirido. Os integrantes mais velhos eram os mais animados. A apenas dez metros de cruzar a linha de chegada, ainda sobrava energia para entoar o samba-enredo a plenos pulmões.

Das ervas sagradas, passando pelos deuses gregos e orixás, e terminando com as telas do artista Hassis, as escolas de samba trouxeram à Nego Quirido uma diversidade característica do Carnaval.

Veja como foi o primeiro dia de desfiles das escolas de samba em Florianópolis

Nação Guarani

Comissão de frente trouxe a Pajelança: uma prática religiosa que envolve rituais, crenças e conhecimentos de ervas, uma tradição dos povos indígenas e - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Comissão de frente trouxe a Pajelança: uma prática religiosa que envolve rituais, crenças e conhecimentos de ervas, uma tradição dos povos indígenas e – Divulgação/Mafalda Press/ND

Casal de cidadãos samba interpretaram as manifestações artísticas dos ancestrais africanos e indígenas - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Casal de cidadãos samba interpretaram as manifestações artísticas dos ancestrais africanos e indígenas – Divulgação/Mafalda Press/ND

Ala das crianças representou a Ibeijada - Geovani Martins/ND

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Ala das crianças representou a Ibeijada – Geovani Martins/ND

A inclusão de pessoas com deficiência foi uma das marcas do desfile da Nação Guarani - Geovani Martins/ND

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A inclusão de pessoas com deficiência foi uma das marcas do desfile da Nação Guarani – Geovani Martins/ND

A ala das passistas representou Iansã, divindade das religiões afro-brasileiras e da mitologia iorubá associada aos ventos e às águas - Geovani Martins/ND

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A ala das passistas representou Iansã, divindade das religiões afro-brasileiras e da mitologia iorubá associada aos ventos e às águas – Geovani Martins/ND

Sempre presente, a ala das baianas homenageou Oxalá, divindade africana divindade da razão e da sabedoria - Geovani Martins/ND

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Sempre presente, a ala das baianas homenageou Oxalá, divindade africana divindade da razão e da sabedoria – Geovani Martins/ND

Estrutura da primeira alegoria balançou bastante enquanto era empurrada, mas isso não tirou o samba do pé dos dançarinos - Geovani Martins/ND

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Estrutura da primeira alegoria balançou bastante enquanto era empurrada, mas isso não tirou o samba do pé dos dançarinos – Geovani Martins/ND

Primeira escola a desfilar na Nego Quirido no Carnaval 2025, a Nação Guarani, de Palhoça, entrou na passarela às 21h10 para exaltar a ancestralidade indígena e africana, com destaque para a natureza e suas divindades.

O samba-enredo “Os Filhos do Tambor – Espíritos Indígenas, Mensageiros dos Orixás”, celebrou as tradições e forças espirituais das culturas dos povos nativos e afro-brasileiros, evocando os elementos místicos e sagrados da natureza e invocando espíritos ancestrais e dos orixás, como Xangô e Obatalá.

Completando 15 anos, a última parte do desfile fez referências aos sambas históricos da escola, além de homenagear seu fundador, Márcio Schitz, falecido há um mês.

De acordo com a Comissão Permanente do Carnaval, a escola já deve começar a apuração com perda de pontos. Isso porque a comissão contou apenas 97 integrantes na bateria, sendo que a quantidade mínima, segundo o artigo 4º regulamento do desfile, é de 120 ritmistas.

Dascuia

Patrick Vicente e Lara Lyandra Da Cunha formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Dascuia - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Patrick Vicente e Lara Lyandra Da Cunha formam o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Dascuia – Divulgação/Mafalda Press/ND

Comissão de Frente da Dascuia - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Comissão de Frente da Dascuia – Divulgação/Mafalda Press/ND

Eduarda Mendes desfilou grávida de oito meses - Beatriz Rohde/ND

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Eduarda Mendes desfilou grávida de oito meses – Beatriz Rohde/ND

Dascuia narrou a trajetória de princesa africana na Nego Quirido - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Dascuia narrou a trajetória de princesa africana na Nego Quirido – Divulgação/Mafalda Press/ND

Abre-alas representou Zacimba Gaba - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Abre-alas representou Zacimba Gaba – Divulgação/Mafalda Press/ND

O tripé trouxe a figura do leão, símbolo do povo de Cabinda e também da Dascuia - Beatriz Rohde/ND

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O tripé trouxe a figura do leão, símbolo do povo de Cabinda e também da Dascuia – Beatriz Rohde/ND

Segunda alegoria apresentou a chegada no “Novo Mundo” - Beatriz Rohde/ND

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Segunda alegoria apresentou a chegada no “Novo Mundo” – Beatriz Rohde/ND

Terceiro e último carro da Dascuia retratou o Quilombo de Zacimba, tendo à frente a imagem da serpente que contribui para a libertação dos cativos e formação de um espaço de resistência  - Beatriz Rohde/ND

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Terceiro e último carro da Dascuia retratou o Quilombo de Zacimba, tendo à frente a imagem da serpente que contribui para a libertação dos cativos e formação de um espaço de resistência – Beatriz Rohde/ND

Para a matriarca da Dascuia, Dona Valdeonira, o samba-enredo deste ano representou “uma aula de história”. A segunda escola a desfilar, às 22h30 de sexta-feira, homenageou Zacimba Gaba, princesa africana que se tornou símbolo da resistência à escravidão no Brasil.

O enredo “Zacimba Gaba – A princesa da liberdade” narra a trajetória da princesa desde sua captura em Cabinda, na Angola, até sua libertação e aquilombamento no estado do Espírito Santo.

A rainha de bateria Eduarda Mendes, 32 anos, encantou o público ao sambar grávida de 8 meses. Ela garante que o primeiro filho, que se chamará Lucca, “vai nascer Dascuia, com certeza”.

Acadêmicos do Sul da Ilha

Cordão de pessoas abriu o desfile da Acadêmicos do Sul da Ilha - Geovani Martins/ND

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Cordão de pessoas abriu o desfile da Acadêmicos do Sul da Ilha – Geovani Martins/ND

Primeiro carro calegórico da Acadêmicos do Sul da Ilha - Geovani Martins/ND

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Primeiro carro calegórico da Acadêmicos do Sul da Ilha – Geovani Martins/ND

Primeira alegoria trouxe a figura de Poseidon em destaque - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Primeira alegoria trouxe a figura de Poseidon em destaque – Divulgação/Mafalda Press/ND

Primeira porta-bandeira da escola representou as águas do Sul da Ilha - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Primeira porta-bandeira da escola representou as águas do Sul da Ilha – Divulgação/Mafalda Press/ND

Bateria da escola foi chefiada pelos mestres Guilherme e Luana Nascimento - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Bateria da escola foi chefiada pelos mestres Guilherme e Luana Nascimento – Divulgação/Mafalda Press/ND

Madrinha da escola desfilou à frente do segundo carro alegórico - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Madrinha da escola desfilou à frente do segundo carro alegórico – Divulgação/Mafalda Press/ND

A tradicional ala das crianças trouxe os pequenos foliões vestidos de marinheiros - Geovani Martins/ND

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A tradicional ala das crianças trouxe os pequenos foliões vestidos de marinheiros – Geovani Martins/ND

A Acadêmicos do Sul da Ilha entrou na avenida às 23h50 e trouxe “um arrastão de amor”. A azul e rosa da Tapera chamou atenção pelos carros alegóricos detalhadamente decorados e uma Comissão de Frente com roupas que esguicham água.

O enredo “Os Sete Segredos do Mar” trouxe “histórias de pescador” que permeiam o imaginário de quem tem a vida e o trabalho associados ao mar, como tesouros, sereias e serpentes gigantes. Essas histórias e mistérios das águas foram relembradas pela escola neste ano.

Uma cena curiosa foi protagonizada por um simpático cachorro caramelo, que entrou na pista enquanto a primeira ala passava. O animal andou no meio dos foliões, mas foi retirado do desfile logo em seguida.

Unidos da Coloninha

A Coloninha trouxe para a avenida sete ervas que afastam o mau olhado e as más energias - Divulgação/Mafalda Press/ND

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A Coloninha trouxe para a avenida sete ervas que afastam o mau olhado e as más energias – Divulgação/Mafalda Press/ND

Primeiro carro alegório trouxe a mãe África e o orixá Ogum montado em seu cavalo - Beatriz Rohde/ND

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Primeiro carro alegório trouxe a mãe África e o orixá Ogum montado em seu cavalo – Beatriz Rohde/ND

Pablo Sorriso e Monique Gil compuseram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da unidos da Coloninha - Beatriz Rohde/ND

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Pablo Sorriso e Monique Gil compuseram o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da unidos da Coloninha – Beatriz Rohde/ND

A velha guarda representou os ancestrais, mirongueiros que preservam a
cultura e os saberes das ervas - Divulgação/Mafalda Press/ND

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A velha guarda representou os ancestrais, mirongueiros que preservam a
cultura e os saberes das ervas – Divulgação/Mafalda Press/ND

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“Encruzilhada” da Coloninha levou o público à África, Américas, Império Romano, Grécia e Índia – Beatriz Rohde/ND

Camila Ventura, rainha de bateria da Coloninha - Beatriz Rohde/ND

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Camila Ventura, rainha de bateria da Coloninha – Beatriz Rohde/ND

Última alegoria trouxe a Vovó Cambina para abençoar o desfile - Beatriz Rohde/ND

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Última alegoria trouxe a Vovó Cambina para abençoar o desfile – Beatriz Rohde/ND

Maria de Lurdes e a filha se emocionaram ao fim do desfile - Beatriz Rohde/ND

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Maria de Lurdes e a filha se emocionaram ao fim do desfile – Beatriz Rohde/ND

Com o tradicional canto “Sou Coloninha, uma explosão de amor”, a Unidos da Coloninha mais uma vez levantou a plateia da passarela Nego Quirido. Penúltima a desfilar na madrugada de sábado, a escola da região continental de Florianópolis levou o tema “Benzimento: o poder das 7 Ervas Sagradas” à avenida.

Apesar do espetáculo carregado de energia, a escola entrou na avenida já com uma penalização garantida, por não ter entregado o book — documento técnico com detalhes do desfile — aos jurados.

Para compensar, a Coloninha fez questão de erguer placas com os nomes de cada ala para facilitar a identificação pelos jurados. “A gente quer mostrar que é a gigante do Continente só por desfilar. Com book ou sem book, vamos passar e ser avaliados sim porque nós estamos com um lindo carnaval”, disparou o presidente da escola, Duda Neto.

Movida pelos poderes das ervas sagradas, a escola levou o público por uma viagem que passou pela África, Américas, Império Romano, Índia e Grécia. Ao fim do desfile, houve pressa e gritaria para terminar no tempo.

Embaixada Copa Lord

Foliã não segurou a emoção no início do desfile - Geovani Martins/ND

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Foliã não segurou a emoção no início do desfile – Geovani Martins/ND

Ela precisou enxugar as lágrimas para prosseguir - Geovani Martins/ND

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Ela precisou enxugar as lágrimas para prosseguir – Geovani Martins/ND

O chapéu de um dançarino chegou a cair e a equipe de figurino precisou intervir para que o desfile prosseguisse sem interrupções - Geovani Martins/ND

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O chapéu de um dançarino chegou a cair e a equipe de figurino precisou intervir para que o desfile prosseguisse sem interrupções – Geovani Martins/ND

Primeira alegoria da Copa Lord trouxe uma escultura não realista de Hassis, feita em papel kraft e respingada com tintas de várias cores - Geovani Martins/ND

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Primeira alegoria da Copa Lord trouxe uma escultura não realista de Hassis, feita em papel kraft e respingada com tintas de várias cores – Geovani Martins/ND

Destaques de chão do primeiro setor desfilaram com cores diferentes, representando as tintas do pintor - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Destaques de chão do primeiro setor desfilaram com cores diferentes, representando as tintas do pintor – Divulgação/Mafalda Press/ND

Ala das crianças desfilou dentro da 'bernunça', personagem icônico do folclore manezinho - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Ala das crianças desfilou dentro da ‘bernunça’, personagem icônico do folclore manezinho – Divulgação/Mafalda Press/ND

Comissão de Frente representou as 'Bruxas de Pedras' do Itaguaçu - Divulgação/Mafalda Press/ND

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Comissão de Frente representou as ‘Bruxas de Pedras’ do Itaguaçu – Divulgação/Mafalda Press/ND

O último desfile do primeiro dia do Carnaval de Florianópolis ficou por conta da segunda escola de samba mais antiga da capital catarinense, a Embaixada Copa Lord. Com um enredo homenageando Hassis, pintor importante para a cultura manezinha, a escola agitou a torcida com o show da sua bateria e emocionou os foliões que dançaram na avenida.

O carnavalesco William Tadeu explicou que a escola buscou entender o olhar de Hassis sobre o mundo para refleti-lo no enredo. “O Hassis é arte e a identidade de Florianópolis, então a preparação foi se inspirar nas telas dele, entender como ele representa a cidade e traduzir isso, fazer a comunidade entender. E o pessoal comprou muito a ideia”.

O desfile de 2025 é o primeiro da Copa Lord, em muitos anos, sem Seu Lidinho, icônica figura da escola e do Carnaval de Florianópolis, falecido em agosto do ano passado. “A gente se emocionou bastante durante todo o processo, né? É uma figura que a gente sempre lembra e está todo mundo emocionado também para honrar a memória dele. Com certeza ele está aqui entre nós hoje”, pontuou Tadeu.

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