Alta no preço dos ovos desafia produtores, mas consumo segue em alta no AM


Amazonas é o principal produtor de ovos na Região Norte, com uma produção anual superior a 62 milhões de dúzias, sendo Manaus responsável por 36,8 milhões dessa quantidade. Cartelas com ovos brancos e vermelhos
Valdinei Malaguti/EPTV
O ovo continua sendo uma das proteínas mais consumidas pelos brasileiros, mas o aumento no preço tem impactado tanto consumidores quanto produtores. No Amazonas, o setor segue aquecido, mas enfrenta desafios.
Apesar da alta nos preços, o consumo de ovos no Brasil segue em crescimento. Em 2024, o número médio de ovos consumidos por pessoa registrou um aumento significativo, refletindo a continuidade da popularidade do alimento. Veja dados abaixo.
🍳 2023: 242 ovos por habitante, em média.
🍳 2024: 269 ovos por habitante, um aumento de 11,2%.
🍳 Projeção para 2025: 272 ovos por habitante, um crescimento mais modesto de 1,1%.
Esse aumento da demanda reflete na produção do Amazonas, que lidera a oferta de ovos na Região Norte. O estado produz mais de 62 milhões de dúzias por ano, sendo que Manaus responde por 36,8 milhões desse total.
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Na banca de café do Isaac Pinheiro, o ovo é um dos produtos mais vendidos. Ele conta que comercializa, em média, dez cartelas aos domingos e seis aos sábados. No entanto, o aumento no preço tem exigido adaptações para não prejudicar as vendas.
“Com certeza, a gente sente o impacto, não só no ovo, mas em outros alimentos também. Tentamos amortizar isso aumentando a venda de itens mais baratos para não pesar no bolso do cliente. Mas, se a inflação continuar subindo, teremos que repassar o preço”, explicou Isaac.
Na produção, o cenário não é diferente. A produtora rural Joana Darc destaca que os custos operacionais, como o preço da ração, têm pressionado o valor final do ovo.
“Quando a ração aumenta, meu custo sobe, e eu preciso repassar no preço para manter a lucratividade. Como venho de longe, preciso vender um pouco mais caro, mas sempre entregando qualidade para os clientes”, afirmou a produtora.
Apesar do mercado aquecido, os produtores enfrentam desafios, especialmente com os altos custos da ração. Luiz Mário Peixoto, diretor de uma granja que produz mais de um milhão de ovos por dia, aponta que a estiagem também tem impactado a logística de entrega para o interior do estado.
Ainda assim, o setor segue otimista. A previsão é que a produção nacional atinja 59 bilhões de ovos em 2025.
A economista Lenice Benevídes explicou que o crescimento do consumo está ligado a fatores como a disponibilidade de insumos, avanços tecnológicos na produção e a ausência de surtos de doenças como a influenza aviária.
O preço das outras proteínas também influencia a alta do consumo de ovos. Quando carne e frango ficam mais caros, o ovo se torna uma alternativa acessível.
“As donas de casa tendem a substituir proteínas mais caras pelo ovo, que é mais em conta e contém os nutrientes necessários para a família”, destacou Lenice.
No Brasil e no Amazonas, o ovo segue como um dos alimentos mais consumidos. O desafio para produtores e consumidores é equilibrar custos e qualidade sem comprometer a demanda.
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