Semana do Migrante: Igreja Católica faz ações sociais em abrigos de Rio Branco e interior do Acre


Ações vão desde orientações e direcionamentos para a retirada da documentação, imunização, proteção contra o tráfico de pessoas, campanhas de proteção às crianças na fronteira, entre outras. De acordo com a Pastoral do Migrante, cerca de 150 migrantes residem no Acre atualmente. Em Rio Branco, Igreja Católica realiza ações para imigrantes na capital e no interior
A Diocese de Rio Branco montou uma programação com atendimentos e ações sociais de acolhimento para os migrantes que vivem na capital e de Brasiléia, no interior do Acre. As atividades da 38ª Semana do Migrante terminam no domingo (25), data em que é comemorada o Dia do Imigrante.
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Já nessa segunda-feira (19) foi celebrado o Dia Nacional do Migrante. As ações vão desde orientações e direcionamentos para a retirada da documentação, imunização, proteção contra o tráfico de pessoas, campanhas de proteção às crianças na fronteira, entre outras orientação.
Este ano, a Semana do Migrante tem como tema ‘Para o migrante, pátria é a terra que lhe dá pão!’. Em comunhão com a Campanha da Fraternidade de 2023 da Igreja Católica, que falou sobre fome, a Pastoral do Migrante Nacional decidiu repercutir o tema e trazer o cenário da migração e da soberania alimentar.
A coordenadora da Pastoral do Migrante da Diocese de Rio Branco, Aurinete Brasil, destacou que as ações chamam a atenção também para a implementação de políticas públicas no estado para o atendimento ao migrante, refugiado e apátrida.
“Esse trabalho que já é feito há muito tempo, já temos o reflexo dessa importância, três casas de passagem: uma em Assis Brasil, outra em Brasiléia e uma em Rio Branco. Um trabalho de muitas mãos, vários gritos para efetivação de uma política aqui em nosso estado, como está acontecendo a nível nacional”, explicou.
Ela ressaltou os avanços nos atendimentos oferecidos para esses refugiados. “Já temos um comitê estadual, estamos incluídos no Fórum Nacional de Apoio ao Migrante, então, tem várias ações que são frutos desse trabalho”, frisou.
Atendimentos são feitos pelas equipes da Diocese de Rio Branco
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Apoio
De acordo com a Pastoral do Migrante, cerca de 150 migrantes residem no Acre atualmente. Uma delas é a Paola Mendonça que está em Rio Branco há cerca de sete meses, quando saiu da Venezuela com as duas filhas. Ela conta que a vida no país de origem não era boa.
“O país não está bem, e aqui no Brasil é melhor para nossos filhos, para a gente. Aqui tem respeito com as mulheres, direito das crianças, direito as diferenças. Lá, infelizmente, não. Na Venezuela não, aqui tem muita ajuda, tem medicamentos, que são muito caros lá. Um dia de trabalho na Venezuela são R$ 30 por semana. Assim, comparando, só dar para comer arroz e ovo. Se você tem comida de manhã, não sabe se vai conseguir almoçar ou jantar”, lamentou.
Paola Mendonça é da Venezuela e vive em Rio Branco há cerca de 7 meses com as duas filhas
Reprodução/Rede Amazônica Acre
A Paola mora no bairro Cadeia Velha, em Rio Branco, de aluguel e foi uma das pessoas que também sofreu com a cheia do Rio Acre, perdeu o pouco que já tinha adquirido aqui, mas diz que é grata por ações como está que mais uma vez estão a ajudando a recomeçar.
“Agradeço a Associação Cáritas Sem Fronteiras e o Cras que doaram colchões, lençol, roupas e pouco a pouco a gente segue em frente. Vou recomeçar porque chegamos no Brasil sem nada e, graças ao bom coração de todos vocês, posso dizer que posso seguir em frente com muito amor, dedicação, empenho, muita sabedoria e paciência”, concluiu.
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