Justiça condena dois homens pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe, espancado em quiosque no Rio de Janeiro


O terceiro réu aguarda análise de um recurso pelo Superior Tribunal de Justiça. Segundo as investigações, Moïse foi morto com mais de 40 pauladas, depois de cobrar diárias não pagas pelo quiosque. Dois homens são condenados pelo assassinato do congolês Moíse Kanagambe, espancado em um quiosque no Rio de Janeiro em 2022.
Reprodução/TV Globo
Após três de anos de espera, veio a resposta da Justiça: dois dos acusados pela morte do congolês Moíse Kanagambe foram condenados pelo Tribunal do Júri por homicídio triplamente qualificado.
Aleson Cristiano de Olveira Fonseca deverá cumprir 23 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. A pena de Fábio Pirineus da Silva foi fixada em 19 anos, 6 meses e 20 dias. Ambos em regime fechado. A defesa de Aleson e de Fábio diz que vai recorrer contra a sentença.
“Coração tremendo, mas tremendo de feliz. Muito feliz o dia de hoje. Justiça do hoje. Hoje o Brasil inteiro viu Moíse, o que fizeram com o Moíse. Mataram ele de forma covarde, Moïse em nenhum momento agrediu ninguém”, relatou emocionada a mãe de Moïse , Lotsove Ivone.
“Mataram ele de uma forma covarde, isso não pode acontecer. Essas pessoas não podem viver em sociedade”, disse o irmão do congolês, Maurice Mugeny.
O terceiro réu aguarda análise de um recurso pelo Superior Tribunal de Justiça. Brendon Alexander Luiz da Silva, que está preso, é o homem que aparece no vídeo, exibido no julgamento, imobilizando Moíse durante as agressões.
Segundo as investigações, Moïse foi morto com cerca de 40 pauladas. Ele foi atacado depois que tentou cobrar o pagamento de diárias atrasadas pelo trabalho em um quiosque na Barra da Tijuca.
Desde 2022, o Rio tem um espaço dedicado à memória de Moïse . Um quiosque em um parque na Zona Norte da cidade foi doado pela prefeitura à família.
Moïse veio para o Brasil em 2011, fugindo de conflitos armados na República do Congo. E aqui, na terra em que tentava reconstruir a vida, acabou vítima de um assassinato brutal.
Para a família, o julgamento de sexta-feira (14) trouxe um sentimento de justiça que não alivia a dor da perda, mas dá uma resposta contra a violência e a impunidade.
“Foi muito difícil, muita dor. Reviver a cena vendo no tribunal não vai trazer Moíse de volta, mas acaba trazendo um pouquinho de paz para a família, para minha mãe. Hoje ela não conseguiu nem vir trabalhar porque é muita dor. E nesse dia de hoje, acabamos nos sentindo um pouquinho aliviado com tudo o que aconteceu”, relatou o irmão de Moïse .
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