Pacientes com esclerose múltipla denunciam falta de medicamento na farmácia de alto custo em Campinas


Remédio que é distribuído pelo SUS chega a custar R$ 5 mil a caixa nas farmácias convencionais, e sua oferta enfrenta problemas desde o início de 2025. Médica explica riscos pela interrupção do tratamento. Esclerose múltipla: pacientes reclamam de falta de medicamento em Farmácia de Alto Custo
Pacientes com esclerose múltipla denunciam a falta do medicamento para tratamento da doença na farmácia de alto custo de Campinas (SP).
Incorporado ao SUS desde 2017, o fumarato de dimetila é comprado pelo Ministério da Saúde e distribuído gratuitamente, mas segundo a Secretaria de Estado da Saúde, há atraso na distribuição desde o início de 2025.
Nas farmácias convencionais, o custo do medicamento que ajuda a controlar os sintomas da esclerose múltipla pode chegar a R$ 5 mil a caixa.
📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp
A neurocirurgiã Juliana Recechi Zuiani, do Vera Cruz Hospital, explica que são várias as complicações para o paciente que tiver o tratamento interrompido por falta do medicamento.
A primeira delas, detalha, é que não necessariamente o paciente vai ter a mesma resposta ao retomar o tratamento.
“Pode ser que o paciente não tenha mais um controle adequado da doença mesmo retomando a mesma medicação na mesma dose. E a gente nunca pode retomar na mesma dose, porque essa é uma medicação que a gente precisa entender quanto cada paciente precisa tomar, e para a gente chegar na dose que ele precisa de novo, ainda que ele vá ter uma resposta, ele vai ter muito mais efeito colateral, ele não consegue reestabelecer o tratamento de imediato quando ele volta a tomar a medicação”, explica.
A médica ressalta que o medicamento ele age no controle da doença, e não na cura.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune, ou seja, o sistema de defesa do corpo acaba atacando as células do sistema nervoso central, os neurônios, uma membrana que envolve o neurônio. E ao atacar isso, sem essa proteção, os sinais que o cérebro acaba enviando, por exemplo, para poder coordenar sistemas motores, a fala, a visão, acaba sendo prejudicado e acaba sendo interrompido.
“Na falta da medicação, a gente perde esse controle e mesmo que a gente use alternativas na falta da medicação, a gente também não tem uma certeza de uma boa resposta”, completa a neurocirurgiã.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que está em contato com o Ministério da Saúde para tentar normalizar a distribuição, e que mantém diálogo contínuo com a pasta para buscar a solução. Procurado, o Ministério da Saúde não havia se posicionado até esta publicação.
Pacientes com esclerose múltipla reclamam da falta do medicamento fumarato de dimetila na farmácia de alto custo de Campinas (SP)
Reprodução/EPTV
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas
Bookmark the permalink.