Aliados de Lula se dividem na reação ao União Brasil

Os aliados e assessores do presidente Lula estão divididos na reação do governo ao União Brasil depois que o líder do partido, deputado Pedro Lucas, recusou o convite para assumir o Ministério das Comunicações. Uma ala defende uma retaliação. Outra, mais pragmática, lembra que o governo não está “com essa bola toda” e não pode empurrar todo o União Brasil para a oposição.
Mesmo porque, lembra um aliado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), é estratégico para o governo dentro do Congresso Nacional. Tê-lo como adversário seria um erro político nesta reta final de mandato. Alcolumbre é o principal interlocutor do União Brasil com o governo. Foi ele quem sugeriu o nome do líder Pedro Lucas para substituir Juscelino Filho nas Comunicações.
Agora, Alcolumbre e o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, buscam o nome de um técnico para sugerir ao presidente Lula. Pedro Lucas decidiu recusar para evitar que a liderança do partido fosse assumida pela ala da oposição dentro do partido. Ele, inclusive, alegou, em nota, que avaliava ser mais importante para o governo que ele permaneça na liderança do União Brasil na Câmara.
Uma ala do governo defende uma retaliação ao União Brasil. Alegam que o partido expôs publicamente o presidente Lula, passando a imagem de um governo frágil, numa situação muito improvável. Um deputado recusando um convite para assumir um ministério, depois de o próprio Palácio do Planalto ter anunciado oficialmente o seu nome.
Uma possibilidade seria tirar o Ministério das Comunicações do União Brasil e entregá-lo ao PSD, que reivindica uma pasta mais robusta para representar os deputados da legenda. Só que essa pasta estava como uma escolha do senador Davi Alcolumbre em nome da bancada na Câmara. Os defensores da retaliação lembram que quase 70% dos deputados do União Brasil assinaram o requerimento de urgência do projeto da anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Outra ala alerta que o governo pode não ter gostado do desfecho para o convite ao Ministério das Comunicações, mas não está em condições de recusar apoios. “O governo, infelizmente, não está com essa bola toda, precisa é curar feridas, em vez de empurrar para fora aliados insatisfeitos”, diz um assessor presidencial.
– Esta reportagem está em atualização
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