Inseto traiçoeiro: mosquito fez menina perder parte da perna

Todos sabem que mosquitos são insetos perigosos que transmitem uma grande variedade de doenças. Mas existem casos que causam perplexidade. Um deles aconteceu com uma adolescente de 14 anos no estado de São Paulo. Ela perdeu parte da perna após uma picada de mosquito. O FLIPAR mostrou e relembra o caso como alerta sobre os cuidados.
Maria Clara Oliveira Nogueira, jovem moradora de Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo, foi picada durante uma atividade escolar em fevereiro de 2022.
Tudo começou quando uma professora levou a classe para um exercício na horta da Escola Estadual Doutor Mário Toledo de Moraes, no bairro Laranjeiras, e na mata do Parque Estadual do Juquery. É uma região com muitos mosquitos e à noite a jovem começou a reclamar de dores na panturrilha.
Os alunos tinham que lavar e pintar pneus para a confecção de bancos na aula de artes. No entanto, o local estava com mato muito alto, até a altura do joelho dos adolescentes.
O Parque Estadual tem uma área de 1.927,70 hectares, algo em torno de 19,3 km² , entre as cidades de Caieiras e Franco da Rocha. É uma área de preservação ambiental, única remanescente de Cerrado nas redondezas.
Quinze dias após a picada, ainda com dores e pus no local, ela precisou ser internada no Hospital das Laranjeiras. Os médicos logo avisaram que a jovem poderia ter que amputar a perna. Após 49 dias hospitalizada, ela perdeu 30% da panturrilha esquerda.
A mãe da adolescente, a administradora de empresas Fabiana Borin, declarou ao UOL na ocasião que sua filha gritava de dor e diversas vezes precisou tomar morfina.
Fabiana destacou que foram dias de muito desespero, mas, pelo menos, a jovem parecia não ter ficado com traumas, o que facilitaria a recuperação . A unidade informou que os processos de limpeza, dedetização e desratização vinham sendo feitos com regularidade.
A adolescente foi picada pelo mosquito-palha, transmissor da leishmaniose, uma doença que começa com úlceras na pele e febre e pode levar à morte, se for ignorada.
O mosquito carrega o protozoário chamado leishmania, que é transmitido pela picada da fêmea. A doença também pode afetar animais, como cachorros e ratos.
Não há transmissão direta entre pessoas e nem de um animal para o outro. Portanto, a doença não é contagiosa.
A doença é mais comum em países tropicais, como o Brasil. O mosquito-palha que carrega o protozoário tem hábitos noturnos. Mede de 2 a 3 milímetros e por isso é capaz de atravessar malhas dos mosquiteiros e telas. Ele é amarelado.
Para se prevenir da doença, use repelentes e telas mosquiteiras bem fininhas. Quem tiver jardim em casa deve mantê-lo sempre limpo já que o mosquito se alimenta de fezes e alguns tipos de lixo. 
É muito importante se proteger de mosquitos em geral. De acordo com um levantamento da Fundação Bill e Melinda Gates, o inseto é o mais mortal do mundo e causa mais óbitos do que feras como leões, tigres, cobras e tubarões.
Por ano, são 725 mil mortes causadas por mosquitos, contra 125 mil das cobras, em todo o mundo. Além da leishmaniose, mosquitos também transmitem doenças que podem ser fatais, como dengue, febre amarela, chikungunya e malária.
E uma curiosidade: No passado, já foi comum usar mosquitos como tática de guerra. A estratégia era expor os inimigos a doenças para que eles morressem sem assistência.
Na Revolução do Haiti (1791-1804), por exemplo, um dos líderes da independência haitiana atraiu os colonizadores franceses para áreas com muitos mosquitos que transmitiam doenças mortais. 
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