Terra do café, antigo seringal e palco de revolução: as sete ‘cidades gêmeas’ que comemoram aniversário de fundação nesta segunda (28) no AC


Cidades completam 33 anos. Outros três municípios foram fundados no mesmo dia, mas decidiram mudar a data de comemoração do aniversário. Conheça curiosidades sobre os locais. 7 municípios do Acre fazem aniversário nesta segunda (28)
Divulgação
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Uma dupla de gêmeos já surpreende. Mas e sete gêmeos?
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Mas calma, porque no caso quem compartilha “aniversário” são os municípios de Acrelândia, Bujari, Capixaba, Epitaciolândia, Jordão, Porto Acre e Santa Rosa do Purus, que comemoram 33 anos de autonomia nesta segunda-feira (28). As cidades acreanas foram criadas pelo então governador Edmundo Pinto por meio de lei em 1992.
Apesar de também terem a data de 28 de abril como fundação oficial, os municípios de Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves comemoram em outras datas, 5 de novembro, 25 de junho e 28 de julho respectivamente.
O historiador Marcus Vinícius já explicou ao g1, em 2017, que toda cidade tem o direito de definir a data do seu aniversário e isso é uma atribuição do próprio município feita através dos poderes Legislativo e Executivo que propõem uma data, geralmente com alguma ligação com a história da região, que passa a valer após ser sancionada pelo prefeito.
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O Acre, que foi território, passou por inúmeras transformações até junho de 1962, quando foi elevado à categoria de Estado. 
Na época da constituinte do Acre, em 1963, foi prevista a criação de vários outros municípios, mas só executaram esse plano em 1976 com a criação de outras cidades como Senador Guiomard e Epitaciolândia.
Após isso, já em 1992, houve uma outra discussão em que foi proposta uma divisão territorial para os municípios do Acre onde alguns municípios perderam territórios e outros foram criados, chegando no número de 22 que compõem o Acre hoje.
Muitos desses municípios nasceram a partir do desmembramento de outras cidades. É o caso de Epitaciolândia, criada após a divisão de Brasiléia, bem como Marechal Thaumaturgo, separada de Cruzeiro do Sul, e Santa Rosa do Purus, que se desvinculou de Manoel Urbano.
Curiosidades
A capital, Rio Branco deu origem às cidades de Porto Acre e Bujari. Já Acrelândia era parte dos municípios de Plácido de Castro e Senador Guiomard.
Epitaciolândia foi elevada à categoria de município no mesmo dia 28 de abril de 1992 desmembrado de Brasiléia e Xapuri.
Acrelândia
Acrelândia, no interior do Acre, a pouco mais de 100 km de Rio Branco
Ingrid Kelly/Secom
A cidade se intitula “terra do café”, devido à importância da atividade cafeeira no município. Por lá, a espécie mais cultivada é a do café clonal, que tem produção de até o dobro do café comum. Em 2020, mesmo em meio à pandemia de Covid-19, a estimativa de colheita no município foi de pouco mais de mil e quatrocentas toneladas, em uma área de quatrocentos hectares.
A pouco mais de 100 quilômetros de distância de Rio Branco, é o município mais ao leste do estado, e berço político do prefeito da capital, Tião Bocalom (PL), que geriu a cidade por três mandatos.
No Censo 2022, o município apareceu com 14.021 habitantes, 15ª população do estado. O atual prefeito é Olavinho Boiadeiro (Republicanos).
Café é o principal produto de Acrelândia
Arquivo/´Prefeitura de Acrelândia
Bujari
Bujari, vizinha a Rio Branco
Secom
A cidade tem sua fundação ligada à construção da rodovia BR 364. No local, funcionava um seringal de mesmo nome, onde três famílias moravam e produziam borracha e pequenas plantações. Com a inauguração da estrada, na década de 60, mais pessoas se mudaram para lá, até que em 1992 foi oficializado como município.
Bujari foi o município acreano com o maior crescimento populacional em 12 anos, saindo de 8.471 pessoas em 2010 para 12.917 em 2022 (+52,48%), 16ª população no estado. O atual prefeito é Padeiro (PDT).
Capixaba
Entrada de Capixaba, interior do Acre
Paulo Roberto Parente/Arquivo pessoal
Distante pouco mais de 80 km da capital, o município surgiu em um local onde funcionava a “Serraria do Capixaba”. Nos anos 70, a família Tessinari veio do Espirito Santo ao Acre, onde instalou a serraria que viria a dar nome à cidade. Com o crescimento da região onde também funcionavam seringais, foi feito um plebiscito que escolheu entre os nomes de Vila Capixaba ou Vila Santo Antônio.
Para votar, os eleitores tinham que colocar um caroço de milho, para aqueles que quisessem o nome Vila Santo Antônio, ou um caroço de feijão para quem escolhesse Vila Capixaba.
A população 10.392 pessoas no Censo de 2022, o que representa um aumento de 18,12% em comparação com o Censo de 2010, 19ª população no estado. O atual prefeito é Manoel Maia (União Brasil).
Epitaciolândia
Epitaciolândia, no interior do Acre
Arquivo/Prefeitura de Epitaciolândia
Localizada próxima à fronteira com a Bolívia, a cidade também tem seu surgimento ligado aos seringais, além do cultivo de cacau e agricultura familiar. Fica a pouco mais de 200 km de Rio Branco.
O nome é uma homenagem ao ex-presidente Epitácio Pessoa, que governou o país entre 1919 e 1922. Durante a criação de municípios em 1992, foi desmembrada de Brasiléia e Xapuri.
Sua população chegou a 18.757 pessoas no Censo de 2022, o que representa um aumento de 24,22% em comparação com o Censo de 2010, a 9ª população no estado. Atualmente, o prefeito é Sérgio Lopes (PSDB).
Jordão
Jordão, no interior do Acre
Jardy Lopes/Arquivo pessoal
Um dos municípios isolados, fica a cerca de 450 km de Rio Branco, sem ligação terrestre com o restante do estado. Está localizado onde funcionava o Seringal Duas Nações, de propriedade Levi Saveda, e pertencia ao município de Tarauacá. Pouco depois, passou a se chamar Vila Jordão
Tem cerca de 9.222 habitantes, segundo o Censo 2022, sendo a 20ª população do estado. Atualmente, o prefeito é Naudo Ribeiro (PP).
Porto Acre
Casa Memória preserva história da Revolução Acreana
Alex Machado/FEM
Cidade que já foi chamada de Puerto Alonso quando o território pertencia à Bolívia, foi um dos focos da Revolução Acreana, conflito armado que culminou na venda do Acre ao Brasil. Foi desmembrado de Rio Branco e transformado em município.
Por meio do Rio Acre, era um dos acessos utilizados por seringueiros e seringalistas, e até hoje é rota de circulação de mercadorias e pessoas. O município tem foco no cultivo de melancia, banana, hortaliças, mandioca e outras culturas de subsistência.
12ª população no estado, viu o número de habitantes subir 12% entre 2010 e 2022. O atual prefeito é Máximo Antônio (PP).
Santa Rosa do Purus
Santa Rosa do Purus, no interior do Acre
Reprodução/Portal Amazônia
Menor população do estado, com apenas 6,7 mil moradores, segundo o Censo 2022. A região é povoada por uma grande diversidade ao nível da fauna e da flora, existindo espécies em via de extinção, tais como a onça-pintada, o jacaré-açu e a ararinha-azul.
Foi desmembrado de Manoel Urbano, e fica às margens do Rio Purus. As principais atividades econômicas de Santa Rosa dos Purus ainda são a caça e a pesca de subsistência.
O município é gerido por Tamir Sá (MDB).
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