‘Vovô das pipas’: morador de Juiz de Fora produz pipas e distribui a crianças para incentivar brincadeiras longe das telas


Morador do Bairro Santa Luzia, Geraldino Leandro Antunes faz pipas para crianças e adolescentes com idades entre 3 e 17 anos. ‘Vovô das pipas’: morador de Juiz de Fora distribui pipas para crianças
O ato de brincar, além de divertido, é essencial para o desenvolvimento infantil, criatividade e a interação social. Em Juiz de Fora, o aposentado Geraldino Leandro Antunes produz pipas e distribui para crianças a fim de incentivar as brincadeiras longe das telas.
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Morador do Bairro Santa Luzia, o aposentado conta que, desde que morava na roça, fazia pipas para brincar. Anos depois começou a produção como um jeito divertido de envolver os netos e mostrar a leveza, liberdade e o encanto de ser criança.
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Mas o que começou como diversão foi além e o talento do ‘vovô das pipas’ na confecção do brinquedo alcançou crianças e adolescentes, de 3 a 17 anos, que participam do projeto social ‘Alto Falante’, criado pelo Yhan Campos, neto de Geraldino.
“Meu avô gosta muito de fazer pipas e sempre coloca alguma coisa personalizada para cada criança, o que causa essa aproximação também. São cerca de 30 crianças aqui e estão sempre recebendo pipas, se animando e descobrindo novas formas de brincar, que na realidade não são novas, né?”, contou o artista.
Aposentado produz pipas em casa e distribui para crianças em Juiz de Fora
Reprodução/TV Integração
Com um gesto simples, as pipas do aposentado alcançaram crianças de outros bairros da cidade e ajudam a manter viva uma forma de brincar que está se perdendo, uma vez que, cada vez mais cedo, muitas crianças preferem explorar o mundo pela tela do celular.
“O celular hoje tomou conta de tudo. Você vê uma criança pequena já com o celular na mão, nem te olha, nem te vê. Senta num ônibus e o vizinho, seu amigo, senta do lado dele, tá com o celular e nem te vê. Tomou conta mesmo”.
Psicóloga alerta para uso excessivo das telas
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84,2% das crianças com idades entre 10 e 13 anos já usavam a internet em 2024. Em 2022, outra pesquisa do Governo Federal apontou que 92% da população entre 9 e 17 anos acessava a internet, e o celular era o principal dispositivo usado.
A psicóloga infanto-juvenil, Larissa Assis, explicou que, mesmo com a existência de jogos educativos, que vão trazer alguns aprendizados para as crianças, o uso precisa ser em menor escala.
“A criança precisa do brincar livre, brincar com a natureza, com os amigos, do jogo coletivo para ela aprender diversas habilidades humanas, como a cooperação, a empatia, para ela conseguir desenvolver estratégias […] Seria na adolescência que a gente pode pensar em entregar um celular para esse adolescente”.
Ela ressaltou, ainda, que o uso excessivo da tecnologia pode desencadear problemas, e os responsáveis precisam estar atentos.
“O uso excessivo vai trazer uma maior agressividade e uma maior dificuldade na regulação emocional, então são crianças que não conseguem lidar com a frustração, com o tédio, que toda hora pedem tela. Às vezes tem criança que apresenta dificuldade na linguagem […] então esse uso excessivo traz muito prejuízo no desenvolvimento”, completou.
Morador de Juiz de Fora faz pipas e doa para crianças
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