Israel aprova plano para ampliar operações em Gaza, e Houthis prometem atacar aeroportos


Forças israelenses convocaram milhares de soldados da reserva para intensificar ataques ao Hamas. Rebeldes do Iêmen anunciaram ‘bloqueio aéreo abrangente’ contra Israel. Voluntários e equipes de resgate usam uma escavadeira para remover os escombros de prédio destruído em Gaza
AP Photo/Mariam Dagga
O gabinete de segurança de Israel, comandado pelo premiê Benjamin Netanyahu, aprovou nesta segunda-feira (5) um plano para intensificar as operações militares na Faixa de Gaza, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), com base em informações de uma autoridade israelense que integra o grupo de ministros.
Segundo a autoridade, o plano será implementado de forma gradual e envolve a ocupação uma área maior do território palestino, onde Israel já controla aproximadamente 50% do total.
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Conforme Israel, a medida busca aumentar a pressão sobre o grupo terrorista Hamas para negociar um cessar-fogo que esteja mais alinhado com os termos israelenses.
A aprovação do plano para ampliar as operações em Gaza ocorre um dia após Israel anunciar a convocação de dezenas de milhares de soldados da reserva.
A campanha israelense em Gaza tem gerado ataques dos Houthis, grupo rebelde do Iêmen, alinhado aos terroristas do Hamas e ao Irã. No domingo (4), um míssil lançado do Iêmen em direção a Israel caiu próximo ao aeroporto Ben Gurion, o principal terminal internacional do país, na região de Tel Aviv.
No mesmo dia, os rebeldes anunciaram que irão impor um “bloqueio aéreo abrangente” contra Israel, atacando repetidamente seus aeroportos, em resposta à ampliação das operações israelenses na Faixa de Gaza.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliar o ataque às proximidades do aerporto. De acordo com a Reuters, a maioria dos ataques oriundos do Iêmen tem sido interceptada pelos sistemas de defesa antimísseis de Israel. O míssil de domingo é o único, desde março, que não foi interceptado.
Míssil cai perto do principal aeroporto de Israel
Aviso dos rebeldes
O Centro de Coordenação de Operações Humanitárias dos Houthis — criado no ano passado para fazer a ligação entre as forças e operadores de navegação comercial — emitiu o aviso de que aeroportos israelenses seriam alvos, com o Aeroporto Ben Gurion como prioridade máxima.
A declaração foi acompanhada de um e-mail que, segundo os Houthis, foi enviado à IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e à ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional), alertando as companhias aéreas internacionais:
“Conclamamos todas as companhias aéreas internacionais a levarem este anúncio a sério… e cancelarem todos os seus voos para os aeroportos do inimigo israelense criminoso, a fim de garantir a segurança de suas aeronaves e passageiros”, dizia o e-mail.
Cessar-fogo em colapso
Um cessar-fogo de oito semanas com o grupo terrorista Hamas entrou em colapso em março, quando Israel retomou os ataques em Gaza, matando centenas de palestinos — muitos deles mulheres e crianças, conforme a AP.
Israel também capturou grandes áreas de território e, antes do fim do cessar-fogo, interrompeu totalmente a entrada de ajuda humanitária em Gaza. O governo afirma que essas ações foram tomadas para pressionar o Hamas a demonstrar mais flexibilidade nas negociações.
Segundo a agência, a suspensão da ajuda mergulhou o território de 2,3 milhões de pessoas no que se acredita ser a pior crise humanitária da guerra. A fome se espalhou, e a escassez levou a saques por parte da população.
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