Crise no INSS: governo tem duas missões pela frente, evitar uma CPI e devolver dinheiro roubado dos aposentados

O governo Lula, depois da demissão de Carlos Lupi, tem duas missões pela frente: evitar uma CPI do INSS e devolver rapidamente o dinheiro roubado dos aposentados. O governo conta com a ajuda dos presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, para cumprir a primeira missão. No caso da segunda, a fonte dos recursos pode gerar divergências dentro da equipe ministerial.
Em relação à CPI, a oposição tem dois caminhos. Esperar que Hugo Motta dê prioridade à do INSS pela urgência do tema e instale essa comissão. Ou então optar por uma CPMI do INSS. Na Câmara, outras doze CPIs estão na fila. Só cinco podem funcionar simultaneamente. Teoricamente, não é difícil Hugo Motta deixar a CPI do INSS na fila até que o caso esfrie.
No Senado, a expectativa do Palácio do Planalto é que Davi Alcolumbre seja fiel ao governo e não instale uma Comissão Parlamentar Mista de Investigação do INSS. O presidente do Senado tem sido um dos principais interlocutores de Lula e conquistado tudo o que tem pedido ao presidente.
No caso da devolução dos recursos, o governo tem posição diferentes. A equipe econômica não quer usar recursos do Tesouro Nacional. A ala política fala em usar crédito extraordinário, que aumentaria a dívida pública. O problema é que tudo atualmente que é considerado emergencial vira aumento de dívida pública, o que é visto negativamente pelos investidores, principalmente estrangeiros.
Lula talvez opte por um caminho duplo. Financie a devolução com crédito extraordinário até que a Polícia Federal bloqueie recursos das associações e dirigentes envolvidos em irregularidades para bancar o retorno do dinheiro para o Tesouro Nacional.
O fato é que o presidente Lula perdeu mais uma oportunidade para tentar afastar a crise do INSS do Palácio do Planalto ao promover o número dois de Carlos Lupi, o secretário-executivo Wolney Queiroz, para comandar o Ministério da Previdência.
Segundo assessores, Lula deveria ter escolhido um profissional da área previdenciária, um nome com conhecimento do setor e sem ligações com o PDT. O presidente, porém, optou pela saída política, para não desagradar ainda mais o partido de Carlos Lupi. Como número dois do ex-ministro, Wolney Queiroz vai ficar no alvo da oposição, que vai tentar convocá-lo para depor no Congresso, de preferência numa CPI do INSS.
– Esta reportagem está em atualização
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