O que a COP 30 defende? Veja os principais temas da conferência

o que a COP 30 defende

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Missão da ONU visita preparativos para COP 30 em Belém – Foto: Isabela Castilho / COP 30 Brasil

O que a COP 30 defende está diretamente ligado aos esforços globais para combater as mudanças climáticas e suas consequências sociais, ambientais e econômicas. A conferência, que acontece de 10 a 21 de novembro de 2025 em Belém do Pará, reunirá representantes de quase 200 países, organizações internacionais, cientistas, lideranças indígenas e sociedade civil para definir os próximos passos rumo à neutralidade de carbono.

O que a COP 30 defende como prioridade global

A redução de emissões de gases de efeito estufa continua sendo o centro das negociações climáticas. A COP 30 defende metas mais ambiciosas e ações mais rápidas para conter o avanço do aquecimento global, respeitando o limite seguro de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, os últimos dez anos figuram entres os registros de temperaturas mais altas da série histórica de mais de 150 anos. No Brasil, as medições do Inmet confirmaram 2024 como o ano mais quente do país.

Durante o evento, os países apresentarão suas contribuições nacionais (NDCs) e discutirão soluções para reduzir os impactos do aquecimento, promovendo medidas de mitigação, adaptação e proteção de populações vulneráveis.

Justiça climática e equidade internacional

A justiça climática é uma das bandeiras centrais do que a COP 30 defende. A conferência busca corrigir desequilíbrios históricos, reconhecendo que os países que menos poluem são os mais afetados por eventos extremos, como secas, enchentes e ondas de calor.

Por isso, o que a COP 30 defende são mecanismos que favoreçam os países em desenvolvimento, por meio de cooperação técnica, transferência de tecnologia e apoio financeiro internacional. Também está em pauta a criação de novos fundos para lidar com perdas e danos irreversíveis.

Financiamento climático: compromisso ainda pendente

Outro eixo essencial sobre o que a COP 30 defende é o financiamento climático. Desde a COP 15, realizada em Copenhague, países desenvolvidos prometeram mobilizar US$ 100 bilhões por ano para apoiar ações em países mais pobres. Apesar dos avanços, a meta ainda não foi plenamente cumprida.

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COP 30 deve discutir financiamento para ajuda humanitária e reparos em eventos climáticos extremos, como as enchentes no Sul do país em 2024 – Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A expectativa é que a COP 30 pressione pela efetivação desses repasses e discuta novos aportes, especialmente para enfrentar desastres climáticos e investir em energia limpa, reflorestamento e infraestrutura resiliente.

Transição energética e inovação tecnológica

A transição dos combustíveis fósseis para fontes renováveis é outro pilar que sustenta o que a COP 30 defende. A substituição da matriz energética por alternativas limpas, como a energia solar, eólica e hidrogênio verde, é essencial para a descarbonização das economias.

Há grande expectativa em torno de soluções tecnológicas sustentáveis que serão apresentadas durante a conferência. Um novo modelo de embarcação movida a hidrogênio verde feito no Brasil será apresentado como exemplo do uso de novas tecnologias de baixo carbono.

Preservação da Amazônia e proteção da biodiversidade

A Amazônia terá papel de destaque na COP 30, que será realizada no coração da floresta. A escolha de Belém como sede reforça o compromisso com a preservação das florestas tropicais, a redução do desmatamento ilegal e o incentivo à restauração ecológica.

Segundo dados consolidados do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de CO₂ em 2023, no primeiro ano do governo Lula. Isso representa um recuo de 12% no total de gás carbônico emitido em relação ao ano anterior. No relatório, os especialistas destacam como fatores positivos o desempenho no combate ao desmatamento e na recuperação de áreas degradadas.

No entanto, a meta estabelecida para 2025 pela nova NDC continua distante. Para atingir o seu primeiro objetivo, o Brasil precisaria reduzir quase pela metade o total de gases de efeitos estufa em relação à 2023.

Portanto, o que a COP 30 defende nesse ponto é o reconhecimento do valor ambiental e climático das florestas, bem como a necessidade de políticas públicas que garantam sua proteção de forma permanente. A valorização da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos também deve ser incluída nos acordos multilaterais.

Povos originários no centro das soluções climáticas

A inclusão dos povos indígenas é uma das inovações sobre o que a COP 30 defende. A conferência contará com espaços próprios, como o Círculo dos Povos Indígenas, e com a atuação da Comissão Internacional Indígena, que garantirá a participação direta de representantes indígenas nas negociações.

O evento valoriza o conhecimento tradicional das comunidades que protegem florestas há séculos e reconhece o papel dessas populações na construção de soluções efetivas para o clima. Além disso, haverá apresentações culturais, rodas de diálogo e ações educativas na chamada Zona Verde, aberta ao público.

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Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, em curso de formação de lideranças indígenas para a CO P30 – Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Amazônia Brasil/PR

Como será a estrutura da COP 30

A programação da COP 30 será dividida em etapas. Antes do início oficial, ocorrerá a Cúpula dos Chefes de Estado, nos dias 6 e 7 de novembro. Nessa fase, os líderes mundiais apresentam compromissos e abrem caminho para os acordos políticos que serão negociados ao longo do evento.

De 10 a 15 de novembro, os debates serão técnicos, conduzidos por especialistas e representantes de delegações. Já entre 16 e 21 de novembro, entram em cena os ministros e autoridades que darão encaminhamento às decisões políticas com base nas discussões anteriores.

Mesmo sem um cronograma oficial detalhado até o momento, já está confirmado que a conferência contará com eventos paralelos, mostras culturais, painéis temáticos e atividades da Casa Brasil Belém 2025, espaço do governo brasileiro na Zona Verde.

O que a COP 30 defende como legado

Mais do que compromissos entre governos, o que a COP 30 defende é uma transformação global baseada na cooperação, solidariedade e urgência. A conferência quer impulsionar ações concretas para enfrentar os efeitos da crise climática e proteger as futuras gerações.

Com foco em equidade, inovação e participação popular, o que a COP 30 defende é também consolidar Belém como símbolo de esperança ambiental e ponto de virada nas negociações climáticas internacionais.

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