Lula embarca para a Rússia nesta terça; saiba agenda

Lula na Rússia

Presidente Lula e presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 2005 – Foto: Ricardo Stuckert/PR/Wikimedia Commons

Nesta terça-feira (6) à noite, a comitiva brasileira embarca às 22h com o presidente para  compromissos oficiais de Lula na Rússia e na China. No primeiro destino, Lula acompanha, ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, as celebrações do 80º aniversário do Dia da Vitória, que marca a conquista dos Aliados contra a Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial.

A data é considerada o feriado mais importante da Rússia, quando ocorre um desfile cívico-militar na Praça Vermelha, em Moscou. Além do desfile, os presidentes também devem realizar reuniões bilaterais durante a visita, entre 8 e 10 de maio.

Esta será a primeira vez do presidente Lula na Rússia neste terceiro mandato. Em outubro de 2024, durante a 16º Cúpula do Brics, era esperada a presença de Lula na Rússia, em Kazan.

No entanto, Lula cancelou a viagem após acidente doméstico e participou por videoconferência do evento. O acidente que impossibilitou a participação presencial de Lula na Rússia contribuiu para as dúvidas sobre as condições de saúde do presidente devido a sua idade. Neste ano, o Brasil ocupa a presidência do Brics desde janeiro. A próxima cúpula do grupo será no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho de 2025.

Lula na Rússia

Presidente Lula durante o discurso por videoconferência na 16ª Cúpula do BRICS, em outubro de 2024 – Foto: Reprodução/@LulaOficial

Agenda de Lula na Rússia

Os compromissos de Lula na Rússia incluem reuniões bilaterais e assinatura de acordos comerciais. Na Rússia, o convite oficial do presidente Putin é para acompanhar a celebração do Dia da Vitória na sexta-feira (9).

Lula como mediador do confronto com a Ucrânia

A expectativa é que Lula na Rússia se posicione novamente como mediador do confronto entre o país e a Ucrânia. A presidência do Brasil no Brics é um dos argumentos para engajar o grupo em torno de um acordo de paz na região.

Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Lula busca ocupar a posição de mediador do conflito, propondo a criação de um “clube da paz” com países neutros como China, Índia e Brasil. Segundo o presidente brasileiro, nenhuma das partes vencerá militarmente e, portanto, é necessário um esforço global por negociações. Suas críticas ao envio de armas ocidentais à Ucrânia e à atuação dos Estados Unidos geraram desconforto em aliados tradicionais do Brasil e alimentaram controvérsias sobre a imparcialidade do país no conflito.

A Ucrânia reagiu negativamente às declarações de Lula, acusando-o de relativizar a responsabilidade russa e de repetir narrativas pró-Kremlin. O presidente Volodymyr Zelensky chegou a cancelar um encontro com Lula em 2023, e o chanceler ucraniano afirmou que o Brasil estaria “reproduzindo propaganda russa”. Já Moscou demonstrou receptividade à posição brasileira, que representa uma oportunidade de diminuir seu isolamento internacional, embora não tenha sinalizado disposição concreta para negociar.

Após se distanciar dos confrontos, as propostas de mediação devem constar novamente nas reuniões de Lula na Rússia com Vladimir Putin. O presidente permanece no país até o dia 10, quando embarca para a China, outro possível parceiro diplomático na resolução da guerra em território ucraniano.

Reuniões bilaterais e acordos comerciais

Além da reunião com Putin, Lula na Rússia deve se encontrar com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. Assim como aconteceu com o primeiro encontro com o presidente russo, Lula precisou cancelar a reunião agendada com o eslovaco em 2024 após ser internado às pressas em São Paulo.

Para discutir negócios no país anfitrião, acompanham o presidente Lula na Rússia: presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP); vice-presidente da Câmara dos Deputados; deputado Federal Elmar Nascimento (União-BA); ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; ministro de Minas e Energia, Alexandre Vieira (PSD); ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; ex-ministro Celso Amorim, assessor-chefe da assessoria especial; embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo de Lima Baena.

Além dos ministros, a primeira-dama Janja está na Rússia desde o último sábado (3). Em nota, o governo federal afirmou que ela cumpre agenda com a comunidade brasileira, incluindo encontro com professores de língua portuguesa e alunos na Biblioteca de Literatura Estrangeira, além de promover a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. A viagem para a Rússia entrou na lista de compromissos internacionais da Janja questionada pela oposição e criticada por apoiadores.

Primeira-dama viajou cinco dias antes de chegada de Lula na Rússia – Foto: Claudio Kbene /PR

 

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