Como é feita a fumaça do Vaticano na eleição do papa?

O sinal mais famoso do Conclave envolve ciência, tradição e até erros históricos
Com a morte do Papa Francisco, um conclave – a eleição de um novo pontífice – foi convocado. A partir de 7 de maio, os olhos do mundo estarão voltados para a chaminé da Capela Sistina, que é por onde os cardeais anunciam a escolha de um líder.
É por meio da fumaça que o mundo entende se há ou não um novo pontífice: enquanto ela for preta, nenhum papa foi eleito. Quando é branca, o anúncio é claro: Habemus Papam. Mas como essas fumaças são feitas?
A queima das cédulas vem do século XIX, mas a fórmula da fumaça é atual. A preta vem da queima de perclorato de potássio, enxofre e antraceno, derivado
do carvão. A branca, por sua vez, é uma mistura de clorato de potássio, lactose e resina de pinheiro.
Muitos pensam que a fumaça sai só da queima das cédulas dos votos dos cardeais. Mas não: há um sistema com dois fornos, um antigo e um eletrônico. O primeiro queima os papéis, já o segundo é onde ocorre a reação química que garante sua cor exata.
A fumaça do conclave é importante, já que o papa também é chefe de Estado. Por isso, desde 1914, o Vaticano passou a diferenciar as suas cores. Mas, ainda assim, as primeiras fórmulas geravam tons acinzentados, que dificultavam a leitura do sinal.
Essa confusão aconteceu, por exemplo, no conclave de 2005, que elegeu Bento XVI. A fumaça saiu cinza – nem branca, nem preta. Foi aí que o Vaticano decidiu modernizar o sistema para tornar os tons mais nítidos.

No conclave de 2013, a fumaça foi clara e sem dúvidas: no dia 13 de março, o mundo soube que Jorge Bergoglio havia sido eleito para liderar a Igreja Católica. A precisão do sinal mostrou o sucesso das novas fórmulas e do sistema aprimorado.
Bookmark the permalink.