Ex-secretária, ex-vereadores e mais 21 são indiciados por fraude na Educação em Porto Alegre


Caso que envolve direcionamentos de compras e desvios de recursos da Secretaria Municipal de Educação (SMED) foi revelado em reportagens do Grupo de Investigação da RBS. Polícia indicia ex-secretária, dois ex-vereadores e mais 21 por fraude na Educação em POA
A Polícia Civil indiciou 24 pessoas por suspeita de envolvimento em esquemas de corrupção envolvendo a Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Porto Alegre. A investigação aponta que teria havido direcionamento de compras e desvios de recursos da SMED.
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O caso foi revelado pelo Grupo de Investigações da RBS (GDI), que flagrou milhares de livros guardados de forma precária em depósitos do município, além de mais de mil chromebooks e kits pedagógicos sem utilização.
Entre os indiciados estão:
a ex-secretária de Educação de Porto Alegre Sônia da Rosa;
o empresário Jaílson Ferreira da Silva;
o ex-vereador Alexandre Bobadra;
o ex-vereador Pablo Melo.
Pablo Melo é filho do prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo. O prefeito não consta entre os investigados.
O advogado de Sônia da Rosa afirma que a defesa só vai falar em juízo. A defesa de Jaílson Ferreira da Silva informa que ele não recebeu nenhum centavo, e que o indiciamento não tem base jurídica. A defesa de Pablo Melo declarou perplexidade e contrariedade com o indiciamento e diz que ele não foi ouvido pelo delegado do caso. O g1 busca a defesa de Bobadra e atualizará a reportagem quando obtiver resposta.
Livros, computadores e kits pedagógicos sem uso nas escolas municipais de Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Investigação
O caso foi descoberto pelo GDI, que revelou em reportagens que, a partir de junho de 2023, teria havido desperdício de material escolar em depósitos e em escolas.
Na sequência, o GDI mostrou o suposto direcionamento de compras da Smed para um grupo econômico. Houve vendas de cerca de 500 mil livros didáticos e de literatura e de 104 laboratórios de ciências e matemática à Smed ao custo de R$ 43,2 milhões.
As negociações foram concretizadas entre junho e outubro de 2022. Conforme apuração da Polícia Civil, a suspeita é de que agentes públicos tenham se beneficiado com vantagens indevidas derivadas das negociações.
A polícia diz que havia três núcleos de atuação na fraude, formados por:
servidores municipais da SMED;
agentes políticos;
e empresários.
Os vereadores teriam sido responsáveis pela aproximação dos empresários com o núcleo político do governo municipal, o que teria facilitado o direcionamento dessas compras. A polícia aponta que o empresário Jaílson teria quitado uma parcela de R$ 300 mil de um apartamento da ex-secretária de Educação como forma de propina.
Jaílson também teria repassado R$ 550 mil para um advogado próximo do então chefe de gabinete de Pablo Melo, Reginaldo Bidigaray. Logo depois, a polícia aponta que Pablo teria depositado R$ 390 mil em uma casa de apostas esportivas. A defesa de Reginaldo declara que acredita na inocência dele.
Agora, o caso segue para o Ministério Público. Outros inquéritos sobre compras na SMED seguem sendo investigados pela polícia.
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