Protesto interrompe linhas da CPTM após incêndio em trilhos

O protesto foi motivado pela demolição de casas desocupadas na comunidadeReprodução

A circulação dos trens das linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 10-Turquesa e 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foi interrompida na tarde desta segunda-feira (12) após um protesto de moradores da Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo.

A manifestação ocorreu sobre os trilhos da ferrovia, entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, e teve início por volta das 16h10. Pneus, entulhos e outros materiais foram incendiados, impedindo o tráfego dos trens por aproximadamente uma hora.

O protesto foi motivado pela demolição de casas desocupadas na comunidade, realizada pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) como parte de um projeto de reurbanização que prevê a construção de um parque linear e da futura Estação Bom Retiro.

Segundo a CDHU, 88% das 820 famílias da favela aderiram ao programa de reassentamento, e 168 já foram realocadas. A companhia informou que o processo ocorre “com diálogo e respeito às famílias, seguindo as diretrizes do programa habitacional”.

Moradores que permanecem na área contestam a condução das remoções. A demolição das casas teve início na manhã do mesmo dia e foi o estopim para a mobilização.

A CPTM acionou seu plano de contingência e orientou os passageiros a utilizarem as linhas 1-Azul, 3-Vermelha e 4-Amarela do Metrô. A normalização parcial da circulação ocorreu por volta das 17h30.

A empresa não estimou o número total de usuários afetados, mas a paralisação atingiu a malha ferroviária em um dos horários de maior movimentação.

Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para conter os focos de incêndio nos trilhos. A Polícia Militar, com apoio da Tropa de Choque, acompanhou a manifestação.

A Secretaria de Segurança Pública informou que não houve registro de feridos nem confrontos diretos entre policiais e manifestantes durante a operação.

A CDHU reiterou, por meio de nota, que o projeto prevê a construção de novas unidades habitacionais e obras de infraestrutura na região, e que o reassentamento ocorre conforme critérios definidos em conjunto com os moradores.

Parte dos residentes da favela, no entanto, afirma não ter sido incluída nas negociações e questiona a ausência de garantias formais quanto à permanência no centro da cidade ou à destinação de novas moradias.

Favela do Moinho

Moradias na Favela do MoinhoGoverno de São Paulo

A Favela do Moinho já foi palco de outros protestos relacionados a políticas habitacionais. Em 18 de abril, manifestantes bloquearam a mesma linha férrea em reação a ações de remoção e operações policiais.

A comunidade é remanescente de antigas ocupações urbanas na região central e tem histórico de resistência a projetos de revitalização do entorno.

Vídeo:

PROTESTO INTERROMPE LINHAS DE TREM EM SP: trens da Linha 7-Rubi e da Linha 13-Jade estão intransitáveis entre as estações Luz e Palmeiras-Barra Funda, em São Paulo. Barricadas foram acesas nos trilhos e a circulação foi totalmente interrompida. Um protesto acontece após a… pic.twitter.com/v1t14ZLvGv

— Cidade Alerta (@cidadealerta) May 12, 2025

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