Protesto na favela do Moinho em SP: entenda como começou

Protesto na favela do Moinho

Barricada interrompeu serviços de trem durante protesto na favela do Moinho – Foto: Reprodução/TV Record

Um grupo de manifestantes montou barricada com fogo afetando linhas de trem durante protesto na favela do Moinho, no centro de São Paulo, no fim da tarde desta segunda-feira (12). O governo do estado afirma ter dado início a demolição de casas desocupadas e que ofereciam risco. A proposta é desocupar a comunidade e construir um parque no local.

O protesto na favela do Moinho interrompeu parcialmente as operações das linhas 7-Rubi (liga Jundiaí a São Paulo), 8-Diamante (liga Itapevi a São Paulo) e 13-Jade (liga a capital ao aeroporto de Guarulhos) entre as estações Barra Fundo e Luz. A favela do Moinho é a última da região central. Ela fica embaixo do viaduto Engenheiro Orlando Murgel e entre os trilhos das linhas 7-Rubi e 8-Diamante de trem.

O governo do estado informou por meio de nota que os “trabalhos tiveram início por seis casas que representam risco pela estrutura precária, já lacradas pela prefeitura devido ao já citado risco”. Desde o dia 22 de abril, 168 famílias que moravam no local se mudaram.

A operação, realizada conjuntamente pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH), com a subprefeitura da Sé e a Defesa Civil, que deu origem ao protesto na favela do Moinho, deve continuar nos próximos dias.

Favela do Moinho é a última da região central de São Paulo e fica entre linhas de trem – Foto: Divulgação/Governo de SP

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o Corpo de Bombeiros conteve as chamas e desobstruiu as linhas férreas durante o protesto na favela do Moinho. A nota ainda informa que a Polícia Militar acompanhou a situação, mas não precisou intervir e, que, “uma Sala de Gerenciamento foi montada para monitoramento em tempo real.”

Protesto na favela do Moinho

Essa não foi o primeiro protesto na favela do Moinho desde que o governo do estado anunciou os planos para desocupação total da comunidade, que surgiu nos anos 1990.

Favela do Moinho fica entre duas linhas de trem e embaixo de um viaduto na região central da capital – Foto: Divulgação/Governo de SP

A deputada estadual Ediane Maria (Psol), coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), alegou que muito moradores foram pegos de surpresa com a operação. “As famílias acordaram às 6h com máquinas e trator querendo invadir a comunidade para retirar as casas. A comunidade resistiu, lutou, mas a própria SDUH entrou e derrubou a base de marteladas as casas”, descreveu a parlamentar em vídeo nas redes sociais. Ela falou que há um clima de medo na favela.

Segundo a SDUH, 752 famílias (88% do total) aderiram ao reassentamento, sendo que 599 estão aptas a assinar contratos e receber as chaves assim que as unidades estiverem prontas.

A desocupação da Favela do Moinho é um dos projetos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato a reeleição, que tem enfrentado resistência da oposição, como a terceirização da gestão de escolas, pauta da greve dos professores, e privatização do transporte metropolitano. O chefe do governo de São Paulo é também cogitado como candidato a presidente, caso Bolsonaro (PL) não reverta sua inelegibilidade.

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