O que aprendi numa aula sobre como criar bons hábitos


Especialista afirma que o importante é estabelecer objetivos simples e não depender de altas doses de motivação. “Encontre o melhor bom hábito para você. Ninguém é obrigado a gostar de correr ou meditar, são coisas boas mas que não funcionam para todos e há outras formas de alcançar os mesmos objetivos”, é o conselho de B. J. Fogg, especialista no que se chama behavior design, ou seja, modelar um comportamento. Bem-humorado, diz que o termo foi tão banalizado que resolveu rebatizar o que faz como matching behavior: na prática, trata-se de encontrar o que melhor se adapta a cada indivíduo. Atividade que domina como poucos, porque contabiliza a impressionante marca de 60 mil pessoas que orientou.
B.J. Fogg, especialista em behavior design: “são as emoções positivas que nos fazem mudar”
Divulgação
Esse foi o tema da aula a que assisti: uma hora que passou voando, porque Fogg é leve, engraçado e, principalmente, adora derrubar os mitos que envolvem o poder da força de vontade. “Não espere uma epifania capaz de alterar seus hábitos e dar novo rumo à sua vida, o que não existe. Pense em algo simples que você possa fazer sempre – e, por isso mesmo, será efetivo. O segredo é tornar o objetivo fácil, para que não seja preciso ter uma alta dose de motivação”, detalha.
Fogg é professor da Stanford University e autor de “Tiny habits”, traduzido para o português como “Micro-hábitos: as pequenas mudanças que mudam tudo”. Deixa claro que é menos complicado construir uma rotina positiva do que se livrar de algo nocivo. E alerta: “se você está preso a um comportamento que lhe faz mal, procure a ajuda de um profissional, não ache que vai conseguir lidar com o problema sozinho”.
Portanto, sua exposição se baseou na construção de bons hábitos. Para estimular a turma, pediu que colocássemos no chat exemplos de costumes saudáveis que tínhamos (caminhar foi o mais citado). No entanto, para adotar um estilo de vida que nos garanta uma longevidade ativa, é preciso pensar em atividade física, alimentação, sono, manejo do estresse, relações sociais…
Além de escolher um bom hábito para chamar de seu – ou mais, porque Fogg não tem nada contra eleger dois ou três – ele diz que o fato de a “missão” ser modesta é que torna possível que possa ser realizada diariamente e, de preferência, logo de manhã. Melhor ainda se puder associá-la a outro costume já existente, como tomar café ou ligar a TV para ver o noticiário. “Se você precisa fazer exercício, não estabeleça um padrão elevado. Em vez de fazer uma série com dez, doze movimentos, faça apenas dois. Se quiser fazer mais, ótimo, mas mantenha o objetivo em dois e permita-se se sentir bem por ter alcançado o que queria”, ensina.
Afirma que fomos criados numa cultura de deveres, obrigações e vergonha, que não ajuda na modificação de comportamentos. “São as emoções positivas que nos fazem mudar. Portanto, se está se sentindo culpado ou sobrecarregado, dê um passo atrás e revise seu propósito”, aconselhou.
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