Marcola e Beira-Mar: veja lista de chefes de facções que estiveram em Porto Velho


Presença de líderes na região ampliou escala da violência, diz especialista. ‘Nem da Rocinha’ e ‘Bin Laden’ também passaram pela capital rondoniense. Marcola e Fernandinho Beira-Mar
Reprodução
Vários líderes de organizações criminosas ou integrantes de facções de alta periculosidade do país já passaram pela Penitenciária Federal de Porto Velho. Entre eles estão nomes como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, uma das lideranças do Comando Vermelho (CV).
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Recentemente investigações da 60ª DP, revelaram que um criminoso de Rondônia atualmente controla o tráfico de drogas na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pelo Comando Vermelho. Luiz Carlos Bandera Rodrigues, conhecido como “Da Roça” ou “Zeus” conheceu Fernandinho Beira-Mar enquanto os dois estavam detidos no presídio federal de Rondônia.
Zeus, apontado pela polícia como o chefe do tráfico na Muzema
Reprodução/ TV Globo
O g1 fez uma lista de presos por associação a organizações criminosa ou com grande influência no crime organizado que estiveram no presídio federal da capital rondoniense e conversou com um especialista que explica a influências dos “líderes” nas facções que atuam no estado.
Além de Marcola e Fernandinho Beira-Mar, estiveram em Rondônia:
Elias Maluco;
Nem da Rocinha;
Rogério 157;
Bin Laden;
Chacal.
🔎Atualmente existem cinco presídios federais no Brasil, segundo o Ministério da Justiça. Em Porto Velho, a penitenciária funciona desde 2009. Eles foram criados com o objetivo de isolar criminosos de alta periculosidade e desarticular organizações criminosas. Neles ficam:
Chefes de facções criminosas;
Presos condenados por integrar quadrilhas violentas;
Delatores que estão com a segurança sob risco;
Envolvidos em tentativa de fuga de presídios comuns.
O especialista em segurança pública, Marcos Freire, afirma que a passagem desses detentos no pode alterar os índices de violência.
“Não intencionalmente, a presença dessas pessoas expande o sistema de atuação das facções. Quando um detento de alta periculosidade é transferido para uma região, os criminosos locais naquela área tentam prestar apoio. Essas atitudes afetam o crime organizado pois geram um incentivo nas práticas criminosas”, pontuou o especialista.
O impacto disso é observado em Porto Velho, por exemplo. O especialista explica que existem dois grandes conjuntos habitacionais ocupados por faccionados de grupos rivais.
“As grande facções do país tentam tentam utilizar os criminosos locais para ampliar a rede de atuação. A tendência é que isso fique de uma forma que não seja mais possível controlar”, diz Marcos Freire.
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Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola
Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) em 2014
Arquivo/TV Fronteira
Condenado a 330 anos por comandar o Primeiro Comando da Capital (PCC) além de outros crimes, Marcola iniciou a vida no crime aos 9 anos de idade, quando ficou orfão. Ele ganhou esse apelido devido ao uso de cola durante a infância na região da Praça da Sé. Em 1990, Marcola foi preso pela primeira vez em São Paulo, por roubos a carros-fortes e bancos.
Nos anos 2000, ficou conhecido após assumir a liderança e mudar as prioridades da facção. O PCC passou por uma reestruturação e descentralização do poder. O tráfico de drogas se tornou a principal fonte de renda da organização, resultando em um aumento significativo dos lucros e na necessidade de lavagem dinheiro.
Sob a liderança de Marcola, o grupo era conhecido como “sindicato do crime”, com o objetivo de denunciar violações nas prisões a partir de uma “guerra contra o sistema”, mas se tornou uma espécie de empresa, cuja prioridade é o lucro.
No dia 31 de março de 1999, Marco Willians com outros companheiros roubaram de mais de R$ 6,1 milhões, em espécie.
Ele ficou preso na penitenciária federal de Rondônia e em 2022, foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, pois havia um “suposto plano de fuga” do chefe de facção criminosa. Não há informações de quando ele chegou e quanto tempo passou na capital rondoniense.
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar
Fernandinho Beira-Mar
Brunno Dantas/TJRJ
Preso desde 2001, Beira-Mar acumula penas que somam quase 320 anos de prisão por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídios. Beira-Mar é apontado como um dos principais nomes do Comando Vermelho depois de estabelecer uma vasta rede de distribuição de drogas no Rio de Janeiro e passar a controlar diversos pontos de venda nos morros cariocas no início da década de 1990.
Em 2015, Fernandinho Beira-Mar foi condenado a 120 anos de prisão por liderar uma “guerra” de facções dentro do presídio de segurança máxima Bangu I, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Beira-Mar foi transferido para a presídio federal de Porto Velho em 2012 e ficou cerca de 7 meses. Em setembro daquele ano, o detento foi transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná.
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco
Elias Maluco
Reprodução/ TV Globo
Elias ficou conhecido pelos métodos bárbaros com que matava pessoas. Ele foi condenado, em 2005, a 28 anos de prisão pela morte do jornalista Tim Lopes. De acordo com as investigações, Tim foi carbonizado numa fogueira de pneus conhecida como micro-ondas e só pôde ser reconhecido após exame de DNA.
Elias passou por diversos presídios federais de segurança máxima, incluindo o de Porto Velho. Em 2013, foi sentenciado a mais 10 anos, sete meses e 15 dias de prisão, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. A mulher e a sogra dele também foram condenadas pelo mesmo crime.
Em 2020, Elias foi encontrado morto na Penitenciária Federal de Catanduvas.
Antônio Francisco Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”
Nem na Rocinha
Reprodução TV
Figura central no tráfico de drogas no Brasil, sua história é marcada por crimes violentos e uma longa trajetória no sistema prisional. Ex-chefe do tráfico da Rocinha, no Rio de Janeiro, “Nem” foi condenado em 2011 por associação ao tráfico e outros crimes.
Ainda preso, Nem da Rocinha também foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver cometidos contra a modelo Luana Rodrigues de Sousa e da amiga Andressa de Oliveira. O motivo do crime teria sido o fato das jovens terem desaparecido com uma carga de haxixe.
Nem foi transferido para Penitenciária Federal de Porto Velho em 2015. Não há informações de quanto tempo ele ficou na capital e nem onde está atualmente.
Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157
Rogério 157
Reprodução
Rogério 157 era o chefe do tráfico na Rocinha e foi o responsável pelo início de uma guerra sangrenta na comunidade, em setembro de 2017. Quando foi preso, era o bandido mais procurados do Rio, com recompensa estipulada em R$ 50 mil.
Ele foi braço-direito do antigo chefe do tráfico do Rio de Janeiro, o Nem da Rocinha. Após a prisão de Nem, Rogério assumiu o controle do tráfico na capital carioca. Ele participou da invasão ao Hotel Intercontinental em agosto de 2010, quando um grupo de traficantes da Rocinha entrou em confronto com a polícia em São Conrado, após serem surpreendidos quando voltavam de baile funk.
Além de associação com organização criminosas, Rogério 157 também foi condenado pelo assassinato de três pessoas. A motivação para a execução seria cumprir a chamada “lei do tráfico” para demonstrar poder diante do novo aliado na disputa pelo controle da região.
Desde 2017, o detento cumpre pena no presídio federal de Porto Velho.
Célio Marcelo Da Silva, o Bin Laden
Célio Marcelo da Silva
Reprodução
Apontado como integrante do alto escalão do PCC, Célio foi condenado a 254 anos de prisão. Ele é autor do sequestro de Marina da Silva Souza, mãe do ex-jogador de futebol Robinho em 2004. Ela foi levada de uma casa na periferia de Praia Grande e libertada em Perus, bairro da Zona Norte de São Paulo, após o pagamento de resgate.
Desde de 2005 o detento cumpre pena em presídios federais.
Pedro Luiz da Silva Soares, Chacal
Chacal
Reprodução
Chacal é apontado como ex-membro da alta cúpula de facção e foi condenado por roubo de caixas eletrônicos. Ele também tentou resgatar um integrante da facção no interior de São Paulo.
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