Acusado de matar a ex na frente dos filhos, amarrá-la a cavalo e jogar corpo dela em precipício é condenado a mais de 33 anos de prisão, no Paraná


Kelly de Souza Mattos ficou uma semana desaparecida até ter corpo encontrado. José Claudio Aparecido Ramos também foi condenado por dar cachaça ao filho criança antes do feminicídio. Defesa dele afirma que vai recorrer da sentença. Kelly de Souza Mattos tinha 27 anos
Cedida pelas família
José Claudio Aparecido Ramos, homem de 37 anos acusado de matar a ex-companheira, Kelly de Souza Mattos, de 27 anos, foi condenado a 33 anos e 7 meses de prisão pelo crime, cometido em Piraí do Sul, nos Campos Gerais do Paraná.
De acordo com o Ministério Público (MP), o homem matou a ex na frente de pelo menos dois dos cinco filhos que têm com ela, a amarrou em um cavalo e a arrastou por cerca de 400 metros, e na sequência jogou o corpo dela em precipício.
A promotoria ainda aponta que, antes do feminicídio e da ocultação de cadáver, o homem deu cachaça a pelo menos uma das crianças, de 10 anos de idade, que passou mal devido à ingestão de bebida alcoólica.
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O crime aconteceu em 31 de março de 2024. O corpo de Kelly só foi encontrado uma semana depois, em uma fenda de cerca de três metros de profundidade, em cima de um vespeiro. José foi encontrado e preso pela polícia no dia 10 de maio de 2024, e permanece detido desde então. Relembre detalhes mais abaixo.
O homem foi condenado pelos crimes de feminicídio qualificado (por motivo fútil e meio cruel), ocultação de cadáver e fornecimento de bebida alcoólica a pessoa menor de dezoito anos.
Sandro Aparecido Martins, advogado que atua na defesa do réu, disse que vai recorrer da sentença.
“A defesa entende que a pena aplicada foi exacerbada, no que tange às circunstâncias agravantes ao crime, sendo aplicado no seu grau máximo – e por outro lado não teve o mesmo critério com relação à atenuante da confissão espontânea e plena do réu. Outros pontos que serão objetos de discussões em grau de recurso são as insuficiências de provas no que diz respeito ao crime de fornecimento de bebida alcoólicas a menores e o agravante do cometimento do crime na presença de descendentes”, afirma Martins.
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Kelly morava com os cinco filhos em Ventania (PR)
Acervo pessoal
O que diz a acusação
O Tribunal do Júri aconteceu na quinta-feira (15).
No âmbito da acusação, a promotora de justiça Gabriela de Lucca O’Campos da Rosa afirma que o assassinato aconteceu após uma discussão entre o ex-casal.
“Ele derrubou a vítima no chão e começou a asfixiá-la com um pedaço de madeira posicionado em seu pescoço, apertando-o com os pés. Depois disso, ele amarrou os pés da vítima no estribo de um cavalo e arrastou seu corpo por 400 metros, jogando-o então em uma fenda de difícil acesso”, alega.
A promotora também aponta que José matou a ex na na presença dos filhos do casal, com idades de até 10 anos de idade.
“Eles foram fundamentais para a localização do cadáver e também para o esclarecimento do caso. Uma das crianças ainda relatou que o réu havia lhe dado cachaça para beber, fazendo com que passasse muito mal”, detalha.
Vítima passou uma semana desaparecida até corpo dela ser encontrado
Segundo a polícia, agentes tiveram dificuldades de retirar o corpo por causa do vespeiro
PC-PR
O corpo de Kelly de Souza Mattos foi encontrado no dia 6 de abril de 2024, um sábado, em uma fenda de cerca de três metros de profundidade. Ele estava em adiantado estado de decomposição e em cima de um vespeiro, o que gerou dificuldades na retirada.
Segundo a família, ela não dava mais notícias desde o sábado anterior, dia 30 de março. Na terça-feira seguinte, dia 2 de abril, o pai dela registrou o desaparecimento em Boletim de Ocorrência (B.O.).
Desde o princípio, a polícia suspeitava de feminicídio.
Kelly era dona de casa e mãe de cinco filhos – o mais jovem com três anos de idade e o mais velho com dez, na época.
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A jovem morava com as crianças em Ventania, município a cerca de 50 quilômetros de Piraí do Sul, cidade onde o corpo dela foi encontrado.
José Claudio Aparecido Ramos, ex-companheiro da vítima e pai dos cinco filhos dela, foi encontrado e preso quase um mês e meio após o crime. Segundo a Polícia Civil, ele estava escondido na cidade de Ibaiti, no norte pioneiro do estado, e foi detido em 10 de maio.
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