A viagem de Trump ao oriente médio

Donald Trump Casa Branca/Reprodução

A viagem de Trump em maio a três países árabes a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Qatar excluindo Israel do circuito pode denotar uma certa irritação de Washington com Israel em razão do Genocidio em Gaza.

Não se deve esquecer que Doha mantém faz anos diálogo com o Hamas e que mesmo nesse contexto Trump aceitou o regalo desse país um Boeing 747 da família reinante. Qual será o trade off ainda não sabemos mas seguramente deve ter algo em troca pois Doha igualmente dialoga com o Irã e com os Houthis.

Outro fator importante nessa visita a ser levado em consideração foi a entrada nos Brics da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos com o Egito e o Irã três países árabes e quatro islâmicos mudando a formatação geopolítica do bloco . Considerando que os três países árabes sempre fizeram parte no pós guerra da aliança com Washington essa mudança de posição certamente deve de preocupar e muito os Estados Unidos.

Esse périplo pode ser uma tentativa de reaproximação de Washington com o mundo árabe sobretudo diante do Genocidio em Gaza e para demonstrar um certo afastamento de Tel Aviv. O atual governo de Israel tem na verdade atingido negativamente o prestígio norte-americano na região. Por meio de Doha Trump pode melhor dialogar com o Irã, o Iêmen e o Hamas. O Qatar serve possivelmente de ponte para esse diálogo entre os Estados Unidos e os governos de paises pouco amigos de Washington.

No caso do Irã Doha pode ajudar e muito na negociação nuclear entre os Estados Unidos e Teerã dado o diálogo fluido e antigo entre o Irã e o Qatar.

Claro que essa visita têm também objetivos comerciais para a atração de investimento árabes , para a venda de armamentos e a colaboração no setor da inteligência artificial. E até para negócios familiares como resorts , campos de golfe e torres de apartamentos e de escritórios comerciais.

A reaproximação entre o Irã e a Arábia Saudita é outro fator de preocupação com certeza para os norte-americanos e justifica também esse esforço de reaproximação com três países árabes relevantes.

Nesse sentido o governo de Israel deve estar preocupado com esse episódio diplomático inaudito de distanciamento de Trump de Tel Aviv o que não o impede de continuar sistematicamente e sem piedade o massacre diário e o Genocidio em Gaza.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

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