Homem agredido por policial militar que fazia segurança em bar há mais de um ano morre em Rio Branco


Laércio Santos foi agredido por um PM que trabalhava no Bar Tardezinha como segurança. Autônomo tinha voltado para a UTI há 16 dias. Laércio Santos, antes e depois das agressões sofridas em um bar em Rio Branco
Arquivo pessoal
O autônomo Laércio Santos morreu na noite desse domingo (20) na UTI do Pronto-socorro de Rio Branco após ter voltado há 16 dias pra unidade. A vida dele mudou completamente ao ser encontrado, em abril do ano passado, desacordado e com uma rachadura no crânio ao lado de fora do Bar e Casa Noturna Tardezinha, em Rio Branco. Ele vivia acamado desde o mês de junho e se alimentava por sonda, usa fraldas descartáveis, não falava, nem andava e dependia da ajuda dos familiares.
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Um amigo encontrou Santos desacordado do lado de fora do bar e o levou para casa sem saber dos ferimentos. As investigações descobriram que o autônomo foi agredido por um PM que trabalhava como segurança no estabelecimento.
A vítima ficou vegetando desde a data do acidente, sem conseguir fazer nada sozinho. A mãe dele, Francisca Nunes contou que o filho havia voltado pára a UTI há 16 dias, onde passou por nova cirurgia, mas o quadro se agravou e ele não resistiu.
“Deu problema na cabeça dele, foi preciso abrir a cabeça de novo, fizeram outra cirurgia, mas o médico me disse que não tinha mais o que fazer pelo meu filho. Aí meu filho estava lá sofrendo, ele estava sofrendo até ontem à noite [domingo, 20], quando ele morreu”, disse.
Sobre as investigações, Francisca disse que nunca teve resposta o suspeito de ter agredido seu filho nunca foi preso.
Laércio Santos estava na UTI há 16 dias
Arquivo da família
Investigações
Laércio Santos foi achado por um amigo ferido na calçada do bar. Achando que ele estava bêbado, o homem o levou para casa e o entregou para a esposa dele. Apenas no dia seguinte é que os familiares perceberam a gravidade da situação e procuraram um médico.
Na época, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, ouvir testemunhas e funcionários do estabelecimento. As investigações descobriram que o autônomo foi agredido por um policial militar de folga que estava trabalhando como segurança no bar.
Após ser identificado, o militar prestou esclarecimento e alegou legítima defesa. Contudo, o delegado Yvens Dixon, que concluiu o inquérito, confirmou que as investigações revelaram que não foi bem assim.
“Teve um empurra-empurra próxima à mesa dele. Mas, o segurança ao invés de separar a contenda já chegou agredindo a vítima. Depois ele caiu no chão desacordado e foi colocado inconsciente na calçada do Tardezinha”, contou o delegado na época.
Dixon acrescentou que o inquérito já foi remetido ao Poder Judiciário com um pedido de prisão do militar. Porém, a Justiça ainda não deferiu a medida. “Ele não chegou a ser preso, pois o caso não era de prisão em flagrante. Passou a investigação em liberdade, concluiu.
O g1 tentou atualizar o andamento das investigações com a Polícia Civil, já que o caso não está mais com o delegado Dixon, mas não obteve retorno até esta publicação.
Na época do crime, a administração do estabelecimento disse as informações repassadas eram de que Laércio Santos estaria embriagado e querendo arrumar confusão. A equipe tentou controlar a situação e continuou o trabalho na casa e o homem estaria ameaçando e empurrando os clientes.
Ao g1, a Polícia Militar informou que não foi feita nenhuma denúncia na Corregedoria da PM acerca deste fato e que policial trabalha normalmente na corporação.
“Não houve nenhuma determinação judicial ainda para o afastamento do policial das funções. Nesse período ele seguiu trabalhando normalmente”, informou a assessoria.
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