Justiça nega habeas corpus a advogado preso pela PF suspeito de vazar informações a facção no AC


Thalles Damasceno Magalhães de Souza havia passado por audiência de custódia na última quarta-feira (3). No mesmo dia, a defesa pediu a liberação dele. Thalles Damasceno Magalhães de Souza foi alvo da Operação Tricoat III em Rio Branco
Arquivo pessoal
A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) negou o pedido de habeas corpus ao advogado Thalles Damasceno Magalhães de Souza, preso na Operação Tricoat III, da Polícia Federal, suspeito de vazar informações sigilosas sobre investigação contra organização criminosa. A decisão assinada pela desembargadora Denise Bonfim foi publicada no Diário da Justiça eletrônico dessa sexta-feira (5).
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O advogado de Souza, Fábio Josep, informou que vai aguardar o julgamento do mérito, e , caso seja negado, deve recorrer. A defesa segue produzindo novos pedidos de revogação da prisão.
“O que foi negado por enquanto foi a liminar. Mas, vamos aguardar o julgamento do mérito que será julgado nesses próximos dias, e, caso seja negado, iremos recorrer. Estamos produzindo novos pedidos de Revogação de prisão para o juízo competente analisar, tendo em vista não haver, ao entender da defesa, que não há preenchimento dos requisitos para manter a preventiva pelo fato da existência de outras medidas cautelares diversas da prisão”, explica.
O advogado passou por audiência de custódia na última quarta-feira (3) e segue preso no Batalhão de Operações Especiais (Bope). Ele nega as acusações.
Durante a operação, a PF cumpriu dois mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva e um de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado. Dez policiais federais de Rio Branco foram mobilizados para a ação.
Investigação
PF cumpriu mandados no AC e em outros 6 estados contra grupo suspeito de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Arquivo/PF-AC
A investigação começou logo após a deflagração da Operação Tricoat II, ocorrida no dia 27 de abril no Acre e mais seis estados, que revelou um esquema chefiado por advogado que tinha como objetivo a troca de informações sigilosas por vantagem pecuniária.
Conforme a PF, a investigação indica que o advogado, munido de informações sensíveis, tentou receber valores de investigados, com a finalidade de impedir e atrapalhar as investigações em curso.
Em razão dos fatos apurados, os investigados podem ser indiciados pelos crimes de integrar organização criminosa, bem como de impedimento e embaraço de investigação criminal. As penas somadas podem chegar a 16 anos.
O nome da operação faz referência a Operação Tricoat II, deflagrada na semana passada, e tinha como principal objetivo combater o tráfico interestadual de drogas e a lavagem de dinheiro.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Acre (OAB-AC) informou que acompanhou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado e a prisão dele, bem como a apresentação das provas na sede da delegacia responsável pelo caso, conforme determina prerrogativas da advocacia.
“Todos os atos da operação foram devidamente acompanhados por representantes desta Seccional, como preceitua o art. 7º, § 6º do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. A OAB-AC destaca que permanece comprometida com a defesa das prerrogativas funcionais da advocacia e a defesa da atividade profissional do advogado, e acompanhará o caso prestando o suporte necessário ao advogado envolvido, zelando, imprescindivelmente, pela garantia da observância, em todos os casos, dos princípios fundamentais do contraditório e da ampla defesa, norteadores de nossa Carta Magna”, diz a nota.
VÍDEOS: g1

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