Em ação integrada, indígenas Puyanawas têm etnia adicionada à certidão de nascimento


Projeto Cidadão do TJ-AC, com apoio de outras instituições, entregou 100% dos documentos retificados a moradores da terra índigena em Mâncio Lima. Adição da etnia ao documento de registro civil era uma reivindicação antiga dos Puyanawas, que levam o sobrenome Lima, do coronel, que também dá nome ao município. Projeto Cidadão emitiu documentos com apoio de diversos órgãos estaduais
Asscom Polícia Civil do Acre
Uma ação integrada do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), por meio do Projeto Cidadão, no interior do Acre, completou a retificação das certidões de nascimento dos indígenas do povo Puyanawa, de Mâncio Lima, no interior do Acre, para inserir a etnia à documentação dos moradores da terra índigena.
A ação integrada teve participação da Defensoria Pública do Estado (DPE-AC), Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh), Polícia Civil e do cartório de Mâncio Lima, e emitiu gratuitamente os novos documentos.
O cacique Joel Puyanawa, que recebeu os últimos documentos para entregar aos moradores, ressalta que essa atualização era uma reivindicação antiga. Ele explica também que os Puyanawas levam o sobrenome Lima, do coronel que também dá nome à cidade.
“Quando os nossos pais foram registrados, eles não conseguiam colocar o nome da etnia. Na época, eles herdaram o nome do coronel Mâncio Lima, por isso a maioria do povo tem o sobrenome ‘Lima’. A gente não consegue apagar o ‘Lima’, mas pelo menos nós vamos ficar com o ‘Puyanawa’”, destaca.
Segundo o TJ, a população Puyanawa é estimada em 800 pessoas atualmente e a emissão dos novos documentos garante a ampliação do acesso à direitos e promoção de cidadania aos Puyanawas. A terra indígena desse povo é em Mâncio Lima e Rodrigues Alves.
Agora, os moradores da região aguardam para tirar a segunda via de outros documentos, já com o nome retificado. A coordenadora do Projeto Cidadão, desembargadora Eva Evangelista, afirma que a ação valoriza a cultura dessas comunidades tradicionais.
“Esse é um marco histórico para o povo Puyanawa e também para o tribunal. A luta e resiliência do povo Puyanawa nos ensina que devemos ser cada vez mais inclusivos e acessíveis. É o nosso dever valorizar a vida, a cultura e as comunidades tradicionais”.
Ação integrada foi ao interior do estado para emitir documentos com a etnia Puyanawa
Asscom TJ-AC
VÍDEOS: g1

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