Professores denunciam atrasos em salários, merenda escassa e trabalho sem vínculo com a Educação do AC


Denúncia revela situação preocupante na rede pública estadual de ensino. Sindicato diz que cobrou da Secretaria de Educação e que foi informado de que trabalhadores irão receber pelos 45 dias que trabalharam sem vínculo. Professores denunciam atrasos em salários, merenda escassa e trabalho sem vínculo com a Educação do AC
Arquivo/Secom
Os professores provisórios da Rede Pública Estadual de Ensino do Acre denunciam falta de vínculo empregatício com a Secretaria Estadual de Educação, atrasos nos salários e escassez de merenda escolar.
A denúncia foi feita ao g1 nesta segunda-feira (23) por um dos profissionais e confirmada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento.
Segundo um dos professores, que preferiu não ser identificado, há vários profissionais que estão trabalhando sem contrato formal, ou seja, sem qualquer vínculo empregatício, desde que seus contratos temporários foram encerrados no meio do ano.
O g1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação e aguarda resposta até última atualização desta reportagem.
A informação é que, com o encerramento dos contratos, esses profissionais continuaram trabalhando para não atrasar o ano letivo, no entanto, estão há mais de um mês sem receber os salários. O denunciante relatou que foi feito um novo processo seletivo, mas que os aprovados não foram ainda formalmente contratados.
A denúncia aponta ainda que os professores têm enfrentado uma sobrecarga de trabalho. A Secretaria estaria chamando apenas alguns professores para a assinatura de contratos, enquanto a demanda nas escolas é significativa. Como resultado, alguns docentes estão sobrecarregados com múltiplas matérias, comprometendo a qualidade do ensino.
“Tem vários professores que estão trabalhando de graça, eu pelo menos, sou um deles. Eles disseram para a gente voltar, que iriam chamar a gente. Foi o que a gente fez, mas o que aconteceu é que eu estou há mais de 30 dias sem receber, porque eles não pagaram. Eles dizem que vão pagar a gente só após a assinatura do contrato. Fizeram os processos seletivos, mas não chamam todos e a gente sabe que tem um monte de necessidade. As escolas estão todas sem professor, tem professor de biologia dando aula de matemática, tem professor aí sobrecarregado com um monte de matéria. Chamam o professor para um contrato e metem aulas complementares. Já não basta que o salário está super defasado, agora estamos sem receber”, afirmou.
A presidente do Sinteac informou que acompanha a situação de perto e que o sindicato tem cobrado da secretaria as contratações e pagamento dos salários.
“Hoje [segunda, 23] eu tive informação do secretário de que são 45 dias, que eles [professores] vão receber por esses serviços prestados e as contratações já vão começar de quem passou no processo seletivo. Os que não passaram vão encerrar nos 45 dias e vão receber por esses dias que trabalharam”, disse a sindicalista.
Falta de merenda escolar
Outro problema levantado na denúncia é a falta de merenda nas escolas. Segundo o professor, muitas escolas estariam servindo refeições precárias, como arroz com ovo, e em alguns casos, não há suco disponível.
“Ficam fazendo comercial que tem merenda, que tem prato extra, que nada, é um monte de escola só com arroz com frango, isso quando tem, quando não é arroz com ovo e sem suco, sem nada, porque diz que não vem suco para todas as escolas. Está uma bagunça a secretaria. É horrível, nós professores estamos jogados, parece que o governo fez tudo pela segurança, pela saúde, e a educação está jogada às traças”, declarou o denunciante.
Sobre a questão das merendas, a presidente do sindicato afirmou que as escolas não estão com uma boa estrutura. “As cozinhas estão desestruturadas e fica faltando realmente a merenda.”
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