Prefeitura retira de pauta pedido para empréstimo de mais de R$ 40 milhões e vereadores vão analisar projeto


Segundo presidente da Câmara Municipal, prefeitura apresentou pedido de empréstimo destinado ao subsídio do transporte público, mas retirou de pauta após parlamentares pedirem uma análise mais ampla. Empresa Ricco é a única responsável pelo transporte público em Rio Branco
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A prefeitura de Rio Branco decidiu retirar de pauta um projeto para subsídio de R$ 41 milhões por meio de empréstimo que seria destinado à Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans).
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A empresa Ricco transportes é hoje a única responsável pelo transporte público em Rio Branco. No dia 29 de agosto, a prefeitura renovou por mais 6 meses a prorrogação do contrato emergencial com a empresa que opera mais de 70 linhas na capital.
Na semana passada, a prefeitura encaminhou o projeto, porém, de acordo com o presidente da casa, Raimundo Neném (PSB), os vereadores pediram mais detalhes, e a prefeitura resolveu retirar o pedido da pauta.
“Na verdade, esse é um projeto que chegou na casa e é preciso esclarecer aos vereadores. São R$ 40 milhões que vão subsidiar o transporte coletivo e a Câmara pediu uma análise mais criteriosa para ver se a prefeitura de Rio Branco consegue manter as planilhas para a gente avaliar”, explicou.
Os pedidos de empréstimos são destinados ao sistema de água e esgoto da cidade, e também à ampliação do programa de monitoramento e vigilância. A vereadora Elzinha Mendonça (PSB) contesta o pedido, e lembra que o prefeito da capital afirma ter recursos em caixa.
O g1 e a produção da Rede Amazônica Acre não conseguiram contato com a prefeitura de Rio Branco.
“Serei contra esse empréstimo, já que o prefeito Sebastião Bocalom sempre diz que tem recursos em caixa, então, não há necessidade de fazer empréstimos. A necessidade é, sim, de fazer a infraestrutura da nossa cidade”, destacou Elzinha.
Clima tenso
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A discussão em torno do subsídio de R$ 41 milhões à RBtrans acontece após um outro pedido de empréstimo pela prefeitura, que acabou virando polêmica. Em outubro, dois pedidos de empréstimos foram enviados pela prefeitura com valor total de R$ 340 milhões. Segundo a prefeitura de Rio Branco, os recursos dos empréstimos devem ser utilizados, principalmente, para a pavimentação de ruas e obras de saneamento básico.
Porém, os pedidos geraram desconforto entre Tião Bocalom e sua base na Câmara de Vereadores. No dia 24 daquele mês, houve a convocação de uma sessão extraordinária, mas, por causa da falta de um documento emitido pelo Banco do Brasil sobre os juros, amortização e prazos do empréstimo, o projeto foi retirado de pauta. No dia seguinte, o prefeito Tião Bocalom reuniu a imprensa e fez um apelo aos vereadores para a aprovação da matéria.
Os vereadores voltaram a debater sobre o assunto após a prefeitura protocolar novamente o pedido na Casa. Com ânimos exaltados, vereadores da base relataram pressão por parte da prefeitura para que o projeto fosse aprovado e apontaram falhas nos documentos.
No dia 26 de outubro, os vereadores rejeitaram, por unanimidade, os pedidos, e o clima continuava ruim entre prefeitura e parlamentares. Mesmo com as tensões, no dia 2 de novembro os vereadores voltaram atrás, e aprovaram um pedido de R$ 37 milhões em empréstimo para as obras de infraestrutura do programa municipal de casas populares, 1.001 Dignidades.

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