Caso U:Verse: nova gestão oferece cursos de graduação e pós-graduação em EAD para alunos prejudicados


Audiência pública com alunos ocorreu nesta quarta-feira (29) em Rio Branco. Audiência pública com alunos ocorreu nesta quarta-feira (29) em Rio Branco
Arquivo pessoal
A empresa que assumiu a administração do Centro Universitário U:Verse, em Rio Branco, se reuniu com a comunidade acadêmica nesta quarta-feira (29) para falar sobre como será a nova gestão e o que pode ser feito pelos alunos prejudicados. A nova diretoria vai trabalhar como um polo de ensino à distância (EAD).
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Com isso, foram ofertados para os alunos de graduação outros cursos em EAD como forma de reparo dos prejuízos. Ao estudante Walisson Dias, do 4º ano do curso de Direito, por exemplo, foi oferecido vaga em administração.
Segundo ele, essa opção foi disponibilizada para estudantes que optaram continuar o curso em outras instituições, a nova administração do centro universitário disponibilizou vagas de pós-graduação.
“Sou estudante de direito, estava no 8º período e me ofereceram um curso de nível superior em EAD em administração. Ofereceram também, como forma de reparo, uma pós-graduação para a gente continuar na instituição”, destacou.
Ainda segundo o estudante, a gestão informou que não poderia ajudar os bolsistas do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “Pelo o que foi explicado, uma nova instituição está assumindo o Centro Universitário U:verse, mas não será mais naquele prédio, que foi alugado, e vão atrás de alugar outro prédio. Ofereceram pra gente, como forma de reparo, outros cursos superiores como administração, gestão pública”, disse.
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Divulgação instituição U:Verse
A faculdade encerrou as atividades no dia 30 de junho. Entre os motivos que levaram ao fechamento, a direção da instituição citou a pandemia de Covid-19 e grande evasão de alunos. À época do anúncio, o centro universitário informou que os estudantes seriam transferidos para a Unimeta.
Para outra estudante, que pediu para não ter o nome divulgado, foi oferecida uma bolsa em um curso de pós-graduação. Ela aceitou a bolsa, passou o telefone e ficaram de entrar em contato. “Estão oferecendo para os alunos da U:verse. Parece que vai ter curso presencial também, mas o que ofereceram pra mim foi à distância”, resumiu.
A reportagem não conseguiu contato com a nova administração do centro universitário.
Nova administração
Em um comunicado publicado no site da instituição, a nova empresa responsável disse que o objetivo da audiência é tratar sobre a continuidade dos estudos no Centro Universitário.
“Sabemos que os últimos meses foram difíceis para todos nós, e que alguns alunos foram impactados de forma mais significativa. A nova mantenedora tem o compromisso de garantir a qualidade do ensino e aprendizagem de todos os nossos alunos, independentemente das circunstâncias. Na reunião, os novos gestores estarão disponíveis para atender todos aqueles que foram impactados, de alguma forma, com a interrupção das atividades presenciais. Também estarão disponíveis para responder a perguntas e ouvir as sugestões dos alunos. Acreditamos que, juntos, possamos encontrar soluções para que todos possam continuar seus estudos com tranquilidade e segurança”, disse a nota.
Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF-AC) pediu à Justiça Federal para atuar na ação civil pública movido pelo Ministério Público Estadual (MP-AC) para ajudar os alunos.
A atribuição do caso passou para a esfera federal, já que é uma obrigação do Ministério da Educação (MEC) supervisionar as instituições privadas de ensino superior. Com isso, o MPF enviou uma manifestação à Justiça Federal para a atuar no processo. O documento foi assinado pelo procurador da República Lucas Costa Almeida Dias.
Audiência pública
No dia 28 de agosto, a situação dos ex-alunos foi discutida em uma audiência pública em Brasília (DF). O debate foi proposto pela deputada federal Socorro Neri (Progressistas).
De Rio Branco, foram enviadas reclamações de estudantes com mais variados problemas. O representante do Ministério da Educação, Rafael Furtado, disse que a assessoria jurídica do MEC já trabalha no caso.
O reitor da U:Verse foi convidado a participar da audiência em Brasília, contudo, não compareceu, avisou que tinha outro compromisso e não enviou representante.
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Arquivo pessoal
Na época, a deputada federal Socorro Neri disse que foram identificadas várias falhas na legislação, que busca dar garantias aos estudantes e segurança jurídica de que seriam amparados na conclusão dos cursos.
Segundo a parlamentar, dos 525 estudantes afetados, mais da metade são beneficiários do Programa Universidade Para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os prejuízos são muitos.
“A situação dos estudantes do curso de arquitetura, que no Acre nenhuma outra instituição particular de ensino oferece presencialmente e no nível que esses estudantes já estavam. Teriam que voltar e estudar mais três anos”, lamentou a deputada.
Os alunos do centro universitário também chegaram a fazer protestos em frente à instituição. As turmas alegavam que a U:Verse não estava cumprindo com as normas da transferência assistida feita nesses casos.
Polêmica
Os prejuízos causados a alunos com o encerramento das atividades do Centro Universitário U:Verse, em Rio Branco, também foi tema de audiência pública do Ministério Público do Acre (MP-AC) no dia 27 de julho. Com a presença de autoridades e dos alunos prejudicados, a 1ª Promotoria Especializada de Defesa do Consumidor discutiu sobre a situação enfrentada por centenas de estudantes da instituição.
O promotor responsável, Dayan Moreira, disse ainda que o MP entraria com uma ação civil pública contra a instituição.
O Ministério da Educação (MEC) também foi acionado para apurar os prejuízos causados pela U:Verse. O assessor especial do ministério e ex-deputado estadual do Acre, Léo de Brito, havia anunciado nas redes sociais que abriu um procedimento e encaminhou para a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) para acompanhar a situação.
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