Acre tem mais de 3 mil homicídios em 10 anos e 9% das vítimas eram mulheres


Estado registrou mais de 3,1 mil homicídios entre 2011 e 2021, sendo 9% de mulheres. Porém, após recorde de mortes violentas em 2017, número mantém sequência de reduções. Nesse período, foram mais de 2,6 mil homicídios de pessoas negras. Homicídios crescem em 10 anos, mas reduzem entre 2020 e 2021 no Acre
Alexandre Lima/Arquivo pessoal
O Acre registrou redução de 32% nos casos de homicídio entre 2020 e 2021, mas acumula crescimento de 25% entre 2011 e 2021, segundo aponta o Atlas da Violência. O estudo foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e publicado no dia 5 de dezembro.
Dessas mais de 3,1 mil mortes violentas registradas no estado nessa década, 284 foram de mulheres. O levantamento não específica mortes classificadas como feminicídio, mas, homicídios contra mulheres em geral. O índice representa 9% do número geral de homicídios.
Em 2011, foram 18 homicídios contra mulheres, número que subiu para 28 em 2021. O ano com maior índice de mulheres assassinadas foi 2018, com 35 casos.
Os outros 91% de homicídios no período, de homens, somaram 2884 casos. O ano com maior índice de homicídios contra homens foi 2017, com 481.
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Considerando essa última década, o Acre teve 3.177 homicídios, saindo de 164 em 2011, para 205 em 2021. Entre 2020, com 304 homicídios, e o último ano da série, porém, o estado teve uma redução de 32%.
O maior índice da série foi registrado no ano de 2017, quando 516 pessoas foram mortas de forma violenta. Após esse pico, os números registram seguidas quedas.
Neste mesmo recorte de tempo, o Acre registrou 2.633 homicídios de pessoas negras, sendo que a maioria, 2.406 casos, foram de homens, e outros 227 de mulheres.
Mortes violentas intencionais
O Acre registrou aumento no número de mortes violentas intencionais entre 2021 e 2022, saindo de 194 para 237 casos, o que representou um crescimento de 22% no período. Com isso, a taxa de mortes a cada 100 mil habitantes chegou a 28,6 no ano passado, acima da média nacional, que foi de 23,3 mortes.
Os dados constam no relatório Cartografias da Violência na Amazônia, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e Instituto Mãe Crioula no dia 30 de novembro. O estudo é baseado em dados de secretarias estaduais de Segurança Pública de nove estados da Amazônia Legal.
Regionalmente, o Acre ocupa o oitavo lugar no índice de mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes, acima apenas do Maranhão, que teve índice de 28,5 mortes. O estado com a maior taxa é o Amapá, com 50,6.
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Reprodução/Cartografias da Violência na Amazônia
O relatório também traz dados preocupantes no recorte de mortes violentas por gênero. Entre 2021 e 2022, o Acre teve uma pequena redução nos casos de feminicídio, saindo de 12 para 11 casos. Porém, considerando a taxa proporcional, o estado ficou na segunda colocação, com 2,7 mortes a cada 100 mil habitantes, atrás apenas de Rondônia, com 3.
O índice também é maior do que a média da Amazônia Legal, que ficou em 1,8 mortes.
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