Mãe e filho mortos por motorista embriagado no Acre estavam se reaproximando após sete anos longe


Natasha Caroline Souza Gomes e o filho Isaac Gomes Cavalcante foram atropelados quando estavam em uma parada de ônibus no bairro Santa Maria, em Rio Branco. Natasha e o filho Isaac morreram nesse sábado (3)
Arquivo pessoal
O trágico acidente que matou a jovem Natasha Caroline Souza Gomes, 25 anos, e o filho dela Isaac Gomes Cavalcante, de 8, interrompeu também a relação que os dois estavam construindo. Mãe e filho voltaram a ter contato há um ano após ficarem sete anos longe um do outro.
A informação foi confirmada ao g1 neste domingo (4) pelo pai do menino, o açougueiro Izaías Cavalcante, de 26 anos.
Mãe e filho estão sendo velados juntos na Comunidade Centro Espírita Casa de Caridade São Miguel Arcanjo, no bairro Santa Maria, onde o acidente ocorreu no sábado (3). O enterro está marcado para as 16h no Cemitério Morada da Paz.
“Ele estava se reaproximando da mãe, ela não morava aqui, morava na estrada de Porto Velho e passou sete anos afastada”, contou Izaías.
Natasha e Isaac foram atropelados por um caminhão-baú conduzido por Florisvaldo Ribeiro dos Santos, de 49 anos.
Os dois estavam em uma parada de ônibus quando o caminhão invadiu a contramão e atingiu a estrutura. Isaac morreu no local e Natasha, horas depois na emergência do Pronto-Socorro de Rio Branco.
O condutor estava visivelmente embriagado, fez o teste do bafômetro e o resultado deu positivo. Ele foi preso em flagrante e levado pela Polícia Militar para a Delegacia de Flagrantes (Defla).
Câmeras de segurança de um estabelecimento próximo ao local do acidente flagraram o momento em que o caminhão, em alta velocidade, invadiu a contramão (veja o vídeo abaixo).
Vídeo mostra momento em que caminhão atropela mãe e filho
Natasha e Izaías estavam separados há sete anos. Ainda segundo o pai do menino, a ex-mulher voltou a morar na capital acreana há um ano. Desde então, ela e Isaac voltaram a ter mais contato.
“Ela vinha em Rio Branco resolver alguma coisa e via ele, mas era rápido. Ele tinha um ano quando ela saiu de casa, não tinham vínculo”, relembra.
Há cerca de quatro meses, Isaac passou a ficar mais tempo com a mãe e, inclusive, estava passando as férias escolares com ela, no bairro Santa Inês. Segundo o açougueiro, o menino foi para a casa da mãe dois dias antes da fatalidade, na quinta (1º).
Além de Isaac, Natasha tinha uma filha de 4 anos de outro relacionamento.
Barulho alto
Horas antes do acidente, pelo período da manhã, Natasha e o filho tinham participado de um culto na comunidade espírita. Após o término, a criança se despediu do pai e saiu com a mãe para pegar o ônibus e voltar para o bairro Santa Inês.
“Ele saiu de manhã, me pediu a benção e deu tchau. Falei com ela também e saíram. Falei para ele ir com Deus e tomar cuidado. Foram esperar o ônibus, a parada fica em frente da comunidade. Eles chegaram na parada e aconteceu”, recordou Izaías Cavalcante.
Por conta da proximidade, o açougueiro conta que os moradores ouviram o barulho do caminhão batendo na parada de ônibus e todos correram para saber o que tinha acontecido.
“A gente correu para ver. O caminhão bateu neles, ele se debateu um pouco e morreu. Ela estava muito ruim, muito machucada, tentou gritar, mas não saia nada”, lamentou.
Motorista vinha na contramão e bateu contra mãe e filho que estavam em parada
Reprodução
O pai do menino disse que chegou a ver o motorista de longe, mas que os policiais logo o levaram para dentro da viatura para evitar uma possível retaliação da comunidade.
“Policiais não deixaram ele se aproximar por causa do pessoal. Acredito que estavam com medo do pessoal fazer alguma coisa com ele, estava alcoolizado, levaram para a viatura”, confirmou.
Ao relembrar do filho, Izaías Cavalcante se emocionou ao dizer que o menino estava feliz porque tinha passado de ano, estava aprendendo a ler e era querido por todos da comunidade.
“Era amoroso com todo mundo, brincalhão. Pessoas de fora da comunidade vieram prestar homenagens porque era muito querido, falava com todos.”
“A gente entrega nas mãos de Deus, mas tem a justiça do homem também. Ele [o motorista] estava todo errado, a empresa também por deixar ele dirigir alcoolizado. É uma perda muito grande. Ele pode ter tido uma perda material, mas uma vida não tem como voltar”, finalizou.
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