Casa Branca barra AP, Reuters e outros veículos de imprensa da cobertura de reunião do gabinete de Trump


Governo dos EUA impôs novas regras para a imprensa e limitou o acesso de veículos tradicionais à cobertura presidencial. Antes, mídia atuava em um esquema de rodízio, conhecido como ‘pool’. Trump participa de reunião de gabinete com secretários da Casa Branca, em 26 de fevereiro de 2025
REUTERS/Brian Snyder
A Casa Branca impediu nesta quarta-feira (26) que repórteres da Reuters, da Associated Press e de outros veículos de imprensa cobrissem a primeira reunião de gabinete do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida segue a nova política do governo em relação à cobertura midiática.
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A Casa Branca negou acesso a um fotógrafo da Associated Press, além de três repórteres da Reuters, do HuffPost e do Der Tagesspiegel — que é um jornal alemão.
Equipes de TV da ABC e da Newsmax, além de correspondentes do Axios, The Blaze, Bloomberg News e NPR, foram autorizadas a cobrir o evento.
A Associação dos Correspondentes da Casa Branca (WHCA, na sigla em inglês) tradicionalmente coordenava o rodízio da imprensa presidencial — conhecido como “pool”. A Reuters, que é uma agência de notícias internacional, participa desse sistema há décadas.
O sistema de rodízio, administrado pela WHCA, permitia que jornalistas selecionados de TV, rádio, agências de notícias, jornais e fotojornalismo cobrisse eventos e compartilhasse as informações com a mídia em geral.
As três principais agências de notícias que tradicionalmente têm participação permanente na cobertura da Casa Branca – AP, Bloomberg e Reuters – divulgaram um comunicado conjunto na quarta-feira em resposta à nova política.
“As agências têm trabalhado há muito tempo para garantir que informações precisas, justas e oportunas sobre a presidência sejam comunicadas a um público amplo, de todas as orientações políticas, tanto nos Estados Unidos quanto globalmente”, diz o comunicado.
“Grande parte da cobertura da Casa Branca que o público vê em seus veículos locais, onde quer que esteja no mundo, vem dessas agências”, continua.
“É essencial, em uma democracia, que o público tenha acesso a informações sobre seu governo por meio de uma imprensa independente e livre.”
O HuffPost classificou a decisão da Casa Branca como uma violação da Primeira Emenda, que garante a liberdade de imprensa. Já o Der Tagesspiegel não se manifestou.
A medida segue a decisão do governo Trump de barrar a Associated Press da cobertura presidencial porque a agência se recusou a chamar o Golfo do México de “Golfo da América”.
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Na terça-feira (25), o governo Trump anunciou que a Casa Branca passaria a determinar quais veículos de mídia poderiam cobrir o presidente em espaços menores, como o Salão Oval.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que, embora organizações de mídia tradicionais ainda possam cobrir Trump no dia a dia, a administração pretende mudar a composição do grupo que participa da cobertura em espaços menores.
A porta-voz da Casa Branca afirmou que as cinco principais redes de TV a cabo e aberta continuarão a ocupar seus assentos rotativos na cobertura da Casa Branca, enquanto novos serviços de streaming serão adicionados.
Repórteres de mídia impressa e rádio também seguirão no rodízio, com novos veículos e apresentadores de rádio sendo incorporados.
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