Fraude no INNS: descontos ilegais motivam reação no Senado

Entenda como será o ressarcimento do INSS – Foto: Marcela Matos/Ascom INSS

Os descontos ilegais no INSS envolvendo contribuições indevidas nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social desencadearam uma resposta imediata do Congresso Nacional.

Após a deflagração da operação Sem Desconto, da Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), diversos senadores protocolaram uma série de projetos de lei, para reforçar a proteção dos segurados e impedir novos casos de irregularidades.

A investigação da Polícia Federal revelou que, desde 2019, entidades como associações e sindicatos passaram a realizar descontos de mensalidades diretamente na folha de pagamento de beneficiários do INSS, sem autorização de 97% deles. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões.

Em resposta, seis propostas legislativas foram apresentadas somente em 2025, além de um projeto anterior, de 2015, do senador Paulo Paim (PT-RS), que prevê a devolução em dobro de valores descontados de forma irregular.

Senado espera Alcolumbre para decidir sobre medida que amplia vagas na Câmara – Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

Propostas buscam reforçar segurança e evitar fraude no INSS

O senador Eduardo Girão (Novo-CE), por exemplo, é autor de dois projetos na área, para revalidar anualmente os descontos, por meio de biometria; e para estabelecer a responsabilidade objetiva do INSS por danos causados aos beneficiários. Segundo ele, essas medidas ampliam o controle e dificultam fraudes.

Outros parlamentares foram ainda mais duros na tentativa de reforçar o controle sobre o INSS. O senador Rogério Marinho (PL-RN), propôs a suspensão por seis meses dos descontos vinculados a entidades, condicionando a retomada à revalidação expressa.

Já o senador Cleitinho (Republicanos-MG), quer proibir definitivamente esse tipo de desconto na folha de pagamento, obrigando que qualquer contribuição seja feita por meios alternativos, como boleto ou PIX.

Descontos ilegais no INSS motivam projetos de lei no Senado

O INSS ainda não sabe quantos aposentados e pensionistas foram prejudicados – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na mesma linha, Ciro Nogueira (PP-PI) apresentou projeto que impede os descontos, mesmo os já ativos, e transfere ao aposentado a responsabilidade de realizar pagamentos diretamente às entidades, fora da folha do INSS.

A devolução dos valores também está na mira de uma proposta apresentada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que determina que o INSS devolva integralmente os valores descontados sem autorização, em até três meses.

Governo também busca medidas para ressarcir desvio no INSS

Paralelamente, o governo federal já iniciou o envio de notificações aos beneficiários, via aplicativo Meu INSS, permitindo que os segurados informem se autorizaram ou não o desconto. Caso não tenham autorizado, poderão solicitar o reembolso, e as entidades terão até 15 dias úteis para apresentar provas de autorização ou ressarcir o valor.

Além disso, foi protocolado pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Roubo dos Aposentados, protocolada com a assinatura de diversos e deputados e senadores que defendem uma apuração rigorosa dos descontos ilegais no INSS.

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