{"id":191012,"date":"2025-03-25T11:21:48","date_gmt":"2025-03-25T14:21:48","guid":{"rendered":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/191012"},"modified":"2025-03-25T11:21:48","modified_gmt":"2025-03-25T14:21:48","slug":"leila-diniz-atriz-libertaria-que-faria-80-anos-esta-viva-na-musica-brasileira","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/191012","title":{"rendered":"Leila Diniz, atriz libert\u00e1ria que faria 80 anos, est\u00e1 viva na m\u00fasica brasileira"},"content":{"rendered":"

Parceira de Milton Nascimento, artista \u00e9 celebrada em composi\u00e7\u00f5es de Rita Lee, Martinho da Vila, Taiguara, Carlos Imperial e de bloco do Carnaval carioca. Leila Diniz (1945 \u2013 1972) faria 80 anos nesta ter\u00e7a-feira, 25 de mar\u00e7o
\nDivulga\u00e7\u00e3o
\n\u266b MEM\u00d3RIA
\n\u266a \u201cToda mulher \u00e9 meio Leila Diniz\u201d, sentenciou Rita Lee (1947 \u2013 2023) em verso do rock Todas as mulheres do mundo, lan\u00e7ado pela artista em \u00e1lbum de 1993.
\nSim, Leila Roque Diniz (25 de mar\u00e7o de 1945 \u2013 14 de junho de 1972) foi uma atriz fluminense que inspirou e ainda inspira as mulheres do Brasil por ter se tornado s\u00edmbolo de liberdade na sociedade brasileira dos anos 1960 e 1970, por ter se comportado fora dos padr\u00f5es sociais da \u00e9poca, falando de amor e sexo com naturalidade. Por ter sido livre, enfim.
\nSe n\u00e3o tivesse sa\u00eddo de cena t\u00e3o precocemente, aos 27 anos, v\u00edtima de acidente de avi\u00e3o, Leila Diniz poderia estar festejando 80 anos de vida nesta ter\u00e7a-feira, 25 de mar\u00e7o de 2025. Contudo, se a atriz logo saiu de cena, a mem\u00f3ria da artista permanece viva na m\u00fasica brasileira. O comportamento libert\u00e1rio de Leila Diniz rendeu homenagens de grandes cantores e\/ou compositores.
\nQuando Leila ainda estava viva, a cantora Doris Monteiro (1934 \u2013 2023) gravou o samba Garota do Pasquim em \u00e1lbum de 1970. No samba, cujo t\u00edtulo aludia \u00e0 famosa entrevista concedida pela atriz em 1969 ao seman\u00e1rio O Pasquim, os compositores \u00c2ngelo \u00c2ntonio (1939 \u2013 1983) e Carlos Imperial (1935 \u2013 1992) perfilaram Leila com versos como \u201cDa bossa nova, ela j\u00e1 foi tema \/ Na Banda de Ipanema toca tamborim \/ Entrou para o folclore \/ Tira nota dez no Zeppelin\u201d.
\nA morte precoce de Leila inspirou mais homenagens musicais. A primeira p\u00f3stuma veio do compositor Taiguara (1945 \u2013 1996). Em 1972, mesmo ano da partida da artista, Taiguara comp\u00f4s a can\u00e7\u00e3o Mem\u00f3ria livre de Leila, gravada pela cantora Claudya para single editado ainda em 1972. \u201cEssa menina livre que Deus chamou \/ Essa mulher de sol que se deu e amou \/ Essa viola amiga que harmonizou guerra e liberdade \/ Essa bruxa solta pela cidade \/ N\u00e3o vai partir, n\u00e3o vai morrer…\u201d, profetizou Taiguara nos versos iniciais de Mem\u00f3ria livre de Leila.
\nTr\u00eas anos depois, Milton Nascimento \u2013 grande admirador da artista \u2013 apresentou no \u00e1lbum Minas (1975) o tema Leila (Venha ser feliz) em mem\u00f3ria da atriz. Essencialmente instrumental, a faixa tem somente o canto do verso-t\u00edtulo, convoca\u00e7\u00e3o para felicidade, repetida na grava\u00e7\u00e3o como se Leila estivesse viva.
\nEm 1980, o mesmo Milton Nascimento se tornou parceiro p\u00f3stumo de Leila Diniz ao musica Um cafun\u00e9 na cabe\u00e7a, malandro, eu quero at\u00e9 de macaco, apresentada no \u00e1lbum Sentinela (1980). Milton musicou poema de Leila que trazia os versos \u201cBrigam Espanha e Holanda \/ Por que n\u00e3o sabem que o mar \/ … \/ \u00c9 de quem sabe amar\u201d. A voz de Leila figura na grava\u00e7\u00e3o com a r\u00e9cita do poema.
\nAnos depois, Martinho da Vila encerrou o \u00e1lbum Cora\u00e7\u00e3o de malandro (1987) com o samba Leila Diniz, composto em parceria com Nei Lopes em po\u00e9tico tom nost\u00e1lgico. \u201cAi que saudade da beleza democr\u00e1tica \/ Ai que saudade do sorriso progressista \/ Ai que saudade de ouvir certas verdades \/ Que a burguesia sempre pensa mais n\u00e3o diz \/ Ela era crooner de uma orquestra sistem\u00e1tica \/ Feita de loucos de poetas e porristas \/ Era a est\u00e1tua nacional da liberdade \/ Ditando a lei do ventre livre no pa\u00eds\u201d, cantou Martinho, celebrando e perpetuando o legado de Leila Diniz, s\u00edmbolo rebelde e imorredouro da liberdade no Brasil dos anos de chumbo.
\nEsse \u00edcone da alegria foi reverenciado no samba foli\u00e3o Leila Diniz \u2013 Amor e liberdade (Noca da Portela, Sereno, Roberto Serr\u00e3o, Riko Doril\u00eao e Roberto Medronho, 1989), com o qual o bloco Simpatia \u00e9 quase amor desfilou pelas ruas do bairro carioca de Ipanema no Carnaval, festa da liberdade personificada pela imortal Leila Diniz.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Parceira de Milton Nascimento, artista \u00e9 celebrada em composi\u00e7\u00f5es de Rita Lee, Martinho da Vila, Taiguara, Carlos Imperial e de bloco do Carnaval carioca. Leila Diniz (1945 \u2013 1972) faria 80 anos nesta ter\u00e7a-feira, 25 de mar\u00e7o Divulga\u00e7\u00e3o \u266b MEM\u00d3RIA \u266a \u201cToda mulher \u00e9 meio Leila Diniz\u201d, sentenciou Rita Lee… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-191012","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/191012","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=191012"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/191012\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=191012"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=191012"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=191012"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}