{"id":194491,"date":"2025-03-29T06:06:57","date_gmt":"2025-03-29T09:06:57","guid":{"rendered":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/194491"},"modified":"2025-03-29T06:06:57","modified_gmt":"2025-03-29T09:06:57","slug":"relembre-o-que-foi-o-estado-da-guanabara-de-obras-que-mudaram-a-cara-do-rio-ate-hoje-fusao-com-o-rj-completa-60-anos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/acre.jornalfloripa.com.br\/noticia\/194491","title":{"rendered":"Relembre o que foi o Estado da Guanabara, de obras que mudaram a cara do Rio at\u00e9 hoje; fus\u00e3o com o RJ completa 60 anos"},"content":{"rendered":"

Alguns desafios da Regi\u00e3o Metropolitana tamb\u00e9m continuam da \u00e9poca da fus\u00e3o at\u00e9 hoje. Fus\u00e3o do estado do Rio com o da Guanabara completa 50 anos em mar\u00e7o
\nA fus\u00e3o dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro completou 50 anos no \u00faltimo dia primeiro. O per\u00edodo em que a cidade do Rio foi um outro estado durou cerca de 15 anos, mas durante esse marco e imediatamente depois foram feitas algumas obras que ainda t\u00eam grande impacto na cidade.
\nO Estado da Guanabara nasceu em 1960, como uma esp\u00e9cie de compensa\u00e7\u00e3o: quando a capital passou a ser Bras\u00edlia, a cidade do Rio de Janeiro virou um estado – o pequeno estado da Guanabara.
\n“Surge principalmente de uma coisa equivocada, das lideran\u00e7as pol\u00edticas da cidade quererem muito uma representa\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria, ou seja, v\u00e3o parar de ter prefeito indicado. Ent\u00e3o, surge a ideia do estado da Guanabara”, lembra o urbanista Carlos Fernando Andrade.
\nEra um estado pequeno, mas com dinheiro no bolso. S\u00f3 de impostos sobre mercadoria, por exemplo, a Guanabara arrecadava tr\u00eas vezes mais que o Estado do Rio. Foi um per\u00edodo marcado por muitas obras.
\n“Eu acho que no governo [Carlos] Lacerda a gente pode citar v\u00e1rias obras ic\u00f4nicas. Uma delas \u00e9 o Aterro [do Flamengo], se a gente for falar de Zona Sul, a outra \u00e9 a obra do [Sistema] Guandu. Que, na verdade, pegaram \u00e1gua da Baixada Fluminense, mas s\u00f3 beneficiaram a cidade do Rio de Janeiro”, diz o economista da UFRJ Mauro Os\u00f3rio.
\n“Dessa \u00e9poca tamb\u00e9m s\u00e3o as grandes obras rodovi\u00e1rias, que v\u00e3o dar inclusive na expans\u00e3o para Barra da Tijuca nos anos 20, com a cria\u00e7\u00e3o do Plano L\u00facio Costa, para expandir para l\u00e1. (…) \u00c9 tamb\u00e9m o momento de cria\u00e7\u00e3o dos t\u00faneis, por exemplo, do Santa B\u00e1rbara”, diz Os\u00f3rio. O arquiteto e urbanista Vicente Loureiro lembra ainda o in\u00edcio do metr\u00f4, que veio logo depois da fus\u00e3o.
\nBandeira do Estado da Guanabara era semelhante a da cidade do Rio
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/RJ2
\n Hino e bandeira familiares e o fim
\nAssim como os outros estados brasileiros, a Guanabara tamb\u00e9m tinha bandeira e hino. A bandeira era a mesma que a da cidade do Rio hoje e o hino era a marchinha “Cidade Maravilhosa”, de Andr\u00e9 Filho, que tinha sido criada para o carnaval de 1935.
\nDe um lado, o estado da Guanabara era visto como rico, avan\u00e7ado, cosmopolita, enquanto o estado do Rio era considerado pobre, rural, atrasado. Quando, em 1974, o governo militar decidiu pela fus\u00e3o, muita gente n\u00e3o gostou.
\n“O problema n\u00e3o \u00e9 a fus\u00e3o, o problema \u00e9 o momento em que a fus\u00e3o foi feita, sem discuss\u00e3o, sem debate com a sociedade, de forma autorit\u00e1ria, feita pelos militares e logo depois vem a crise dos anos 80. Com a crise dos anos 80, a crise na cidade e no estado do Rio de Janeiro se aprofundam e a fus\u00e3o de alguma forma leva a culpa sobre isso”, diz Mauro Os\u00f3rio.
\nAlguns estudiosos acreditam que a fus\u00e3o foi, principalmente, um gesto pol\u00edtico da ditadura para enfraquecer opositores. Outros veem raz\u00f5es econ\u00f4micas: uma certa estagna\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da Guanabara, que precisava dos recursos do estado do Rio para se desenvolver.
\nA fus\u00e3o entre os dois estados foi conclu\u00edda em mar\u00e7o de 1975, 50 anos atr\u00e1s. “Era uma forma mais adequada de tratar quest\u00f5es muito comuns j\u00e1 \u00e0 vida da popula\u00e7\u00e3o dos dois estados. A obten\u00e7\u00e3o de \u00e1gua pot\u00e1vel, o destino do lixo, servi\u00e7os de saneamento. Transportes, eram quest\u00f5es como eu disse mais de 70 por cento dos dois estados j\u00e1 vivia nesse aglomerado metropolitano e essas quest\u00f5es eram muito presentes e precisava de uma gest\u00e3o um pouco mais uniforme, mais adequada”, diz o arquiteto e urbanista Vicente Loureiro.
\nOutra mudan\u00e7a importante \u00e9 que Niter\u00f3i deixou de ser a capital do estado do Rio. A fus\u00e3o dos estados trouxe ainda um outro marco: a cria\u00e7\u00e3o oficial da Regi\u00e3o Metropolitana do Rio.
\nDesafios da \u00e9poca da fus\u00e3o continuam
\nCinquenta anos depois, a agenda para toda a regi\u00e3o segue cheia de desafios. “Acho que, para al\u00e9m da quest\u00e3o da seguran\u00e7a e sa\u00fade que s\u00e3o sempre levantadas, o desafio principal \u00e9 o da mobilidade. A gente precisa encontrar uma f\u00f3rmula de governar os servi\u00e7os de transportes dos munic\u00edpios que comp\u00f5em a regi\u00e3o metropolitana principalmente”, diz Vicente.
\n“O que a gente precisa \u00e9 integrar esse estado, o Rio de Janeiro precisa ser o hub de uma economia regional. Precisa de muito investimento em infraestrutura, precisa resolver seguran\u00e7a p\u00fablica. A crise do estado \u00e9 institucional. \u00c9 um estado muito pequeno, urbano, f\u00e1cil de resolver na medida em que voc\u00ea consiga entender para onde a gente quer ir e a gente consiga renovar a pol\u00edtica.”<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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