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STRINGER <\/p>\n
Diante do temor de que uma opera\u00e7\u00e3o migrat\u00f3ria a separe de seus filhos, uma imigrante hondurenha sem documentos se refugia em sua casa em Washington enquanto busca ansiosamente em um grupo de WhatsApp atualiza\u00e7\u00f5es em tempo real sobre as opera\u00e7\u00f5es das autoridades americanas nas redondezas.<\/p>\n
Ros\u00e1rio, de 35 anos e m\u00e3e de dois filhos, vive praticamente escondida diante da cruzada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump para deter e deportar milh\u00f5es de imigrantes em situa\u00e7\u00e3o irregular desde seu retorno \u00e0 Casa Branca, em janeiro.<\/p>\n
Seu \u00fanico salva-vidas \u00e9 um grupo comunit\u00e1rio no aplicativo de mensagens que oferece not\u00edcias sobre as opera\u00e7\u00f5es nos bairros da capital americana, muitas vezes misturadas com informa\u00e7\u00f5es n\u00e3o verificadas ou falsas.<\/p>\n
“Voc\u00ea se mant\u00e9m informada e um pouco mais alerta gra\u00e7as ao grupo”, diz Ros\u00e1rio \u00e0 AFP em seu apartamento decorado com bolas de anivers\u00e1rio, bichos de pel\u00facia e um enfeite na parede feito com folhas de milho.<\/p>\n
“Assim, voc\u00ea espanta um pouco o medo… Mas o medo sempre persiste”, acrescenta a mulher, que cruzou a fronteira para os Estados Unidos em 2021.<\/p>\n
Rosario, que se recusou a revelar seu nome real, espia atrav\u00e9s das persianas em busca de qualquer agente \u00e0 espreita do Servi\u00e7o de Controle de Imigra\u00e7\u00e3o e Alf\u00e2ndega (ICE).<\/p>\n
“Alerta: foi relatada atividade do ICE em um centro comercial em [Mount] Pleasant por volta do meio-dia”, anuncia uma mensagem no grupo, que tamb\u00e9m indicava a presen\u00e7a de seis agentes encapuzados neste bairro de Washington e a deten\u00e7\u00e3o de uma pessoa.<\/p>\n
Rosario n\u00e3o conseguiu verificar se o aviso era real ou falso.<\/p>\n
Ainda assim, ela mant\u00e9m a confian\u00e7a de que o grupo, formado por outros imigrantes e defensores, fornece informa\u00e7\u00f5es confi\u00e1veis, cruciais para determinar seus deslocamentos limitados ao trabalho e para comprar alimentos.<\/p>\n
– “Clima de medo” –<\/p>\n
Rosario tamb\u00e9m ficou desconcertada com outro dado n\u00e3o verificado compartilhado no grupo e que n\u00e3o apareceu em nenhum meio de comunica\u00e7\u00e3o reconhecido: que o ICE havia detido uma mulher sem documentos em uma escola no bairro de Bethesda.<\/p>\n
Opera\u00e7\u00f5es migrat\u00f3rias em institui\u00e7\u00f5es de ensino s\u00e3o raras, mas a administra\u00e7\u00e3o Trump afirmou que j\u00e1 n\u00e3o considera escolas, igrejas e hospitais como locais santu\u00e1rios. Essa pol\u00edtica foi contestada legalmente por organiza\u00e7\u00f5es religiosas.<\/p>\n
A incerteza e o medo geraram uma onda de rumores sobre supostas opera\u00e7\u00f5es e movimenta\u00e7\u00f5es de agentes do ICE, que circulam por aplicativos de mensagens e plataformas online, deixando as comunidades de imigrantes em suspense.<\/p>\n
Em fevereiro, a unidade de verifica\u00e7\u00e3o digital da AFP desmentiu uma grava\u00e7\u00e3o viral que supostamente mostrava autoridades expulsando uma colombiana sem documentos dos Estados Unidos. Na realidade, tratava-se de um v\u00eddeo encenado, publicado em 2023 por um youtuber americano.<\/p>\n
No m\u00eas passado, milhares de usu\u00e1rios compartilharam outro v\u00eddeo, atribuindo-o \u00e0 deten\u00e7\u00e3o de imigrantes em uma barbearia nos EUA. A AFP descobriu que era uma montagem e que os uniformes usados pelos supostos agentes de imigra\u00e7\u00e3o n\u00e3o pareciam aut\u00eanticos.<\/p>\n
“No atual clima de medo, \u00e9 dif\u00edcil saber o que \u00e9 verdade e o que \u00e9 impreciso”, disse \u00e0 AFP o diretor de um grupo de defesa dos imigrantes em Washington, que pediu anonimato.<\/p>\n
– O medo toma conta –<\/p>\n
O n\u00famero de voos de deporta\u00e7\u00e3o nos dois primeiros meses do governo Trump foi aproximadamente o mesmo que nos \u00faltimos tempos da administra\u00e7\u00e3o do presidente Joe Biden, segundo a imprensa americana.<\/p>\n
Mas isso n\u00e3o ajuda a acalmar os temores dos aproximadamente 14 milh\u00f5es de imigrantes sem documentos.<\/p>\n
As preocupa\u00e7\u00f5es s\u00e3o agravadas pelas t\u00e1ticas de choque do governo, que divulga opera\u00e7\u00f5es em grandes cidades e imagens de imigrantes algemados em voos de deporta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Diante da falta de informa\u00e7\u00f5es confi\u00e1veis e do temor de que as opera\u00e7\u00f5es se intensifiquem, muitos imigrantes passaram \u00e0 clandestinidade, e alguns at\u00e9 tiraram seus filhos da escola, afirmam grupos de defesa.<\/p>\n
Elizabeth, uma imigrante sem documentos e m\u00e3e de cinco filhos, evita grupos de mensagens repletos de informa\u00e7\u00f5es n\u00e3o verificadas e prefere se manter alerta e consciente do que acontece ao seu redor.<\/p>\n
“Se voc\u00ea n\u00e3o sabe o que est\u00e1 acontecendo, o medo toma conta de voc\u00ea”, explica \u00e0 AFP, recusando-se a revelar seu nome real e seu pa\u00eds de origem. “O medo \u00e9 produto da desinforma\u00e7\u00e3o”, afirma.<\/p>\n<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Rosario, uma imigrante hondurenha sem documentos, mostra um grupo comunit\u00e1rio de WhatsApp que proporciona not\u00edcias sobre opera\u00e7\u00f5es das autoridades nos bairros de WashingtonSTRINGER STRINGER Diante do temor de que uma opera\u00e7\u00e3o migrat\u00f3ria a separe de seus filhos, uma imigrante hondurenha sem documentos se refugia em sua casa em Washington enquanto… Continue lendo